terça-feira, 20 de março de 2012

Efésios 1.4 (parte 4) - A Finalidade da Eleição - Exposição em Efésios - Sermão pregado dia 18.03.2012



Efésios 1.4 (parte 4) - A Finalidade da Eleição
Exposição em Efésios - 
Sermão pregado dia 18.03.2012

"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor" (Ef 1.4 - grifo meu).

Tendo em vista as questões já anotadas sobre a eleição, reprovação e também sobre o determinismo bíblico, é necessário que visualizemos qual a finalidade desses atos criativos e redentivos do Senhor, pois se desejamos compreender "qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade" (Ef 3.18) de Cristo que é expresso e vivo em Seus filhos, precisamos atentar para qual mudança de vida somos levados e o que isso implica de nossa parte para com o Senhor.

"Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Rm 1.18). Não são poucas as vezes que lemos nas Escrituras sobre a ira de Deus e Sua justiça que se manifesta patente em todas as áreas da vida humana. Por todos os lados temos relatos de homens e mulheres que foram afligidos por toda sorte de trevas, dificuldades, doenças e até mesmo a morte - mas por quê? Porque esse é o salário do homem pecador - "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23a). No entanto, nem sempre os homens sofrem tanto nessa terra pelos seus pecados cometidos; não raras vezes, à semelhança do espanto do escritor no Salmo 73, vemos que o ímpio prospera e tudo lhe parece ir bem - sua família cresce feliz, seus filhos lhe são obedientes, sua esposa lhe é querida e estimada, sua empresa cresce conforme o ritmo do mercado de trabalho... tudo lhes parece ser favorável e coisa alguma - aparentemente - lhe dá errado. Todavia, apesar de termos duas classes de homens ímpios nessa terra - aqueles que sofrem e os que "não sofrem tanto assim" -, ambos tem sua paga restrita à essa terra e no dia que lhes está marcado receberão a morte física e eterna como salário de tudo o que plantaram nesse terra.

"Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer" (Rm 3.10). Essas palavras de Paulo são um reflexo daquilo que o criador disse em Gn 6.5: "E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente". Em nossos dias, a maldade humana se multiplica e se prolifera como um vírus maligno, incurável e que atinge indistintamente a todas as pessoas. Muito semelhante ao relato do dilúvio, onde toda a terra havia se pervertido e que por isso "toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente", também são os atuais, onde o iníquo convive ao lado do crente, onde o maligno anda nas mesmas ruas que o santo, onde o joio cresce em meio ao trigo... Mas, então, como podemos atestar em nossas vidas que estamos vivendo uma eleição advinda da graciosa mão do Senhor e de que forma ela deve ser manifesta em nossas vidas? 

Em primeiro lugar, Deus no chamou para sermos santos, isto é, separados, colocados com outro propósito e destino específico. Esse fato já se mostrou patente nos dias do patriarca, quando ouviu: "Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei" (Gn 12.1). Deixar a família nunca não é uma atitude agradável ou que traga felicidade momentânea - então por que o Senhor ordenou isso a Abrão? "E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.2-3). Quando ordenou que o patriarca deixasse sua família e se retirasse para a região que lhe estava destinado, o propósito maior de tudo isso era para que Abrão fosse abençoado e por meio dele "todas as famílias da terra" seriam benditas. Isso é ainda mais grandioso quando olhamos para nossas vidas e percebemos que é por meio das bênçãos proferidas a esse homem que hoje podemos desfrutar das riquezas e grandezas das glórias do Senhor, pois outrora éramos gentios e separados do reino de Deus, mas pela Sua infinita graça fomos resgatados pelo sangue de Cristo e feitos co-participantes de Sua justiça.

Quando o apóstolo escreve que a razão de nossa eleição foi para que fôssemos "santos", isso precisa ser gravado em nossos corações, pois a santidade - "sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14) - é indispensável para a vida do cristão. Um homem santo é aquele que segue o conselho do salmista e não "se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite" (Sl 1.1-2). O homem que foi verdadeiramente salvo pelo Senhor começa a odiar o pecado, a ter um nojo pelas coisas malignas. Ao olhar para sua vida passada e para tudo o que seus olhos e mãos já realizaram, deve sentir repulsa e uma profunda angústia por todo pecado cometido contra o santo Senhor e criador de todas as coisas. Daí essa ser a razão de Paulo dizer aos crentes de Éfeso de que tendo o Senhor elegido seus filhos antes da fundação do mundo, isso não era para simplesmente os alegrar e os tornar indiferentes, mas sim para que tivessem suas vidas transformadas pelo poder vivificador do Espírito Santo em suas vidas. Uma vez que a determinação de Deus se dá "antes da fundação do mundo", o homem precisa entender que se hoje se encontra nos braços do pai, tudo o que foi pretérito em sua vida, de alguma forma contribuiu para seu crescimento - apesar de todos os pecados! Se uma das finalidades da eleição é nos tornar santos aos olhos do Senhor, Ele não poderia ora nos olhar como pecadores, ora como salvos; ora destituídos da Sua glória, ora ornamentados com Seu esplendor. Cristo, que tem em si todo bom, reto e justo conselho, teve por bem nos eleger antes mesmo de fazermos qualquer obra boa ou má - da mesmíssima forma que se deu com Jacó e Esaú (Rm 9.11).

Em segundo lugar, a santidade para o qual fomos destinados, não implica em dizer que tudo nos correrá bem nessa terra, pois o intento do termo santidade vem a significar a separação, a ruptura, a quebra, o anular e o rejeitar de tudo aquilo que não condiz com os basilares firmemente postos sob a cruz de Cristo. Nosso próprio Senhor já disse: "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á" (Mt 10.34-39). As palavras do mestre certamente falam de maneira incisiva aos nossos corações, pois de modo parecido com o que se Deus com Abrão, Cristo também nos diz que Ele não veio ao mundo para nos tornar mais amigos do mundo e mais desejosos de vivermos as pecaminosidades que as trevas nos oferecem; pelo contrário, nos afirmou que veio trazer espada - até mesmo contra as pessoas que mais amamos nessa vida. Entretanto, o que vem a significar a espada que o Messias veio trazer?

1. A espada representa uma bandeira pela qual lutar. Quando posteriormente o apóstolo Paulo falará sobre a armadura que o crente deve vestir, ele também menciona tal artefato de guerra, dizendo: "Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" (Ef 6.17 - grifo meu). Isso precisa ser muito vivo em nossas vidas, pois da forma que Paulo colocou, nosso Senhor nos disse que o evangelho, isto é, Sua própria palavra, viria e muitas vezes seria motivo para que família inteiras fossem destruídas e separadas de sua unidade. Porém, essa separação não se dará por algum motivo qualquer da parte do Senhor, mas "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23), o evangelho que é contrário às modas, filosofias e pensamentos desse mundo vil, certamente compreende a ruptura de muitas amizades, alegrias, passatempos e também da unidade familiar. Mas não devemos entender essas palavras do Senhor como sendo uma ordenança para que nos apartemos de nossos lares familiares, pois ainda que sejamos ensinados sobre a potencialidade de sermos rejeitados pela família, não devemos jamais nos esquecer do quinto mandamento - "Honra a teu pai e a tua mãe" (Êx 20.12). Também, nesse sentido familiar, lembremos igualmente que Cristo, ao proferir tais palavras, encontrava-se em Seu ministério terreno e inaugurava a era onde em gentios seriam alcançados pelo poder de Sua palavra. Então, tendo em vista que a família judaica até o momento não compreendia que os gentios (isto é, os não judeus) poderiam ser salvos, seria de se esperar que quando o evangelho fosse anunciado àqueles que outrora foram seus inimigos, isso incitasse todo tipo de dúvida, intriga e separação dos vínculos, pois já não estariam mais restritos à sua nação, uma vez que o Senhor suscitaria filhos de todos os quatro cantos do mundo.

2. A espada representa o poder do Espírito de Deus. Não é sem motivo que Deus nos tem legado todo um Antigo Testamento repleto de guerras e batalhas sendo travada contra todos os inimigos do povo judeu, pois assim como naqueles tempos o Senhor se apresentava ao povo de Israel por meio de Seu poderio militar e os conduzia em vitórias mil, hoje o Senhor nos ensina que Sua espada já não vem mais - necessariamente, não exclusivamente - por meio físico, mas pela força que o Senhor tem em Sua palavra registrada e deixada para todos nós. Quando Cristo falou sobre a divisão que havia vindo trazer, se referia também ao poder que Sua palavra salvadora e transformadora na vida de todos os Seus filhos. A mudança de mente e mudança de atitude que deve ocorre na vida dos crentes é sempre fruto do poder do Espírito Santo que habita em nós e nos transforma à estatura do varão perfeito que é Cristo. Quando um homem carrega a espada do Senhor e a tem como única arma de ataque às setas do maligno, ele (o maligno) não pode vencê-lo (o crente) e tirar-lhe a coroa da vitória, pois quem peleja por ele é o Senhor dos Exércitos, "mais temível do que todos os deuses" (Sl 96.4).

Em terceiro lugar, é mister que olhemos para a santidade do Senhor a fim de que possamos compreender o que Ele requer de nós ao afirmar que fomos eleitos para sermos santos. Ao dizer-nos que fomos eleitos para a santidade, o Senhor está nos ensinando que se não for por Sua graciosa e bondosa mão sobre nossas vidas, jamais poderemos ser separados e irmos até Sua presença. Esse é um dos grandes motivos pelo qual a Bíblia revela-nos constantemente que o Senhor habita nos mais altos céus, nas mais insondáveis riquezas que qualquer homem pode imaginar, pois uma vez que a santidade do Eterno não reside automaticamente em Seus filhos e todos descendem de Adão e Eva, logo, todos vem vêm a lume já concebidos em pecado (Sl 51.5).

Sendo tudo isso verdade, a saber, que fomos eleitos para sermos santos e separados desse mundo vil, seja em nossos pensamentos ou atitudes, precisamos dar sequência à narrativa de Paulo e visualizarmos que a santidade carrega uma bênção anexa a ela: a irrepreensibilidade diante do Senhor - "para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele". Tendo sido eleitos n'Ele antes da fundação do mundo, com o propósito de sermos santos, isso igualmente se desdobra do entendimento que o Senhor deu a Paulo, isto é, de que a santificação implica em grande alegria e glória ao homem caído e pecador, pois agora já não é repreensível, ou seja, não mais se encontra sob a ira e terror de Deus, mas é recebido por Cristo Jesus nos laços do amor eterno. Quando o Senhor chama os seus para uma vida de santidade, isso também é acompanhado de um profundo senso de poder ser recebido pelo Senhor. Quer dizer, se outrora éramos filhos da ira e merecíamos - tal qual os ímpios - o salário do pecado, uma vez tendo sido feito santos diante do Senhor, Ele mesmo nos acolhe para si e nos torna participantes da Sua glória. "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer" (Jo 15.15).

Por fim, o apóstolo responde sobre que base o Senhor resolveu eleger os Seus filhos para que fossem santos e irrepreensíveis: "para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor" (grifo meu). Em sua primeira carta aos coríntios, Paulo escreve-lhes dizendo: "E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria" (1 Co 13.2 - grifo meu). Essa relação também é importante em nossa relação em Cristo, pois uma vez que o amor é a fonte de todo o bem, o Senhor também nos elegeu n'Ele por amor do Seu nome - "Nós pecamos como os nossos pais, cometemos a iniqüidade, andamos perversamente. Nossos pais não entenderam as tuas maravilhas no Egito; não se lembraram da multidão das tuas misericórdias; antes o provocaram no mar, sim no Mar Vermelho. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder" (Sl 106.6-8).

Dessas proposições tiramos 4 aplicações para nossas vidas:

1. A eleição estimula-nos à humildade diante de Cristo.

"E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas" (Cl 2.13). Não há nada mais vil e maligno do que afirmar que a eleição leva os filhos de Deus à uma arrogância e inatividade nesse mundo, apenas porque - supostamente - se acham mais superiores do que os não alcançados. O próprio apóstolo Paulo censura esse tipo de pensamento contrário, ao dizer: "Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!" (1 Co 9.16). Quando vimos que a eleição se deu antes da fundação do mundo, notamos que não houve nenhum palpite que pudéssemos dar ao Senhor para que Ele mudasse o rumo da história ou que se compadecesse de outras criaturas que não Lhe aprouve intentar salvar. A humildade é firme característica de um verdadeiro regenerado pelo Espírito Santo, pois uma vez que reconhece ter vindo do pó da terra e nada levar quando se vai desse mundo, compreende que apesar de todas as mazelas sentidas e vividas por causa de seu pecado, o Senhor o leva constantemente a uma humilhação interior e um regozijar-se na graciosa e superabundante graça do Senhor - pois "onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Rm 5.20).

2. A eleição leva-nos para uma vida separada ao Senhor.

"Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o SENHOR vosso Deus" (Lv 20.7; 1 Pe 1.15, 16). Todas as leis veterotestamentárias buscavam ensinar a santidade que os santos do Senhor deveriam viver diante do Senhor. Até mesmo a lei que não permitia a mistura de animais num mesmo campo ou a que proibia o uso de dois tipos de fios diferentes (Lv 19.19), estavam prescritas pelo Senhor para que lhes fossem ensinado que uma vez tendo sido escolhidos pelo Senhor e pela Sua graça (pois a graça do Senhor sempre esteve presente na face da terra - Cristo não veio inaugurar uma nova graça no Novo Testamento), deveriam se abster de qualquer mistura e miscigenação, pois o Artífice estava a lhes ensinar que uma vez tendo sido separados do restante dos povos da terra, precisavam compreender que o Senhor os havia escolhido para um propósito específico e que não poderia falhar. Se assim foi no Antigo Testamento, quanto mais no advento de Cristo, onde constantemente somos informados a não sermos como esse mundo, isto é, a agirmos diferente, odiando o que o mundo ama e a amando àquilo que o mundo odeia. A vida do crente precisava ser nitidamente diferente e avessa àquela que o mundo leva. Enquanto os dias de vida do ímpio servem para sua condenação e para que amontoe ira do Senhor sobre sua cabeça, o cristão deve buscar viver todos os momentos para a glória do Senhor - "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1 Co 10.31).

3. A eleição nos conforta em meio às dificuldades da vida.

"Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6). Não foram poucos os homens piedosos que sofreram as mais terríveis angústias que o Senhor poderia lhes reservar. O próprio apóstolo Paulo relata-nos algumas das dificuldades que sofreu por amor a Cristo: "Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas" (2 Co 11.24-28). Não fosse pela graça soberana do Senhor que elegera esse antigo perseguidor da causa de Cristo, certamente que na primeira dificuldade já teria abandonado seu chamado e voltaria a combater contra o cristianismo, pois lá era tido em alta honra e todos o temiam. No entanto, apesar de toda ignomínia que sofreu de seu povo e todas as dificuldades que teve de enfrentar, sempre levava consigo que o mesmo Senhor que havia-o chamado no caminho de Damasco (At 22.6), também o fortaleceria em todas as suas dificuldades.

4. A eleição faz-nos amar mais e mais o Senhor.

"Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí" (Jr 31.3). Como fruto do amor paternal de Cristo sobre Seus filhos, o Senhor lhes infunda um profundo desejo e afeições por aquilo que anteriormente seu coração e mente rejeitavam. Uma vez tendo compreendido que o Senhor os alcançou por meio de Sua eleição eterna, todos os crentes deveriam anelar a cada segundo pela presença de Deus em suas vidas; é isso que Paulo escreve aos irmãos de Colosso: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração" (Cl 3.16). Notemos que o adjetivo usado por Paulo é abundante, isto é, rico, volumoso, mais do que necessário, pois se de fato fomos eleitos pelo Senhor, a palavra de Deus necessariamente precisa estar dia e noite em nossos corações. Tal qual como o salmista buscava ter seus pensamentos sempre voltados para a Lei do Senhor, assim também deve ser nosso viver cotidiano sob a face de Cristo, pois estando cônscios de Ele nos atraiu para Si por meio de Seu eterno amor - "e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8) - precisamos buscar maximizar todas as oportunidades do dia para que sempre tenhamos o Senhor à nossa frente e possamos rogar-Lhe para que faça-nos mais amantes de Sua palavra e ensine-nos constantemente a andar com Ele andou.

Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, comente este texto. Suas críticas e sugestões serão úteis para o crescimento e amadurecimendo dos assuntos aqui propostos.

O culto online e a tentação do Diabo

Você conhece o plano de fundo deste texto olhando no retrovisor da história recente: pandemia, COVID-19... todos em casa e você se dá conta ...