quinta-feira, 16 de abril de 2015

O que penso sobre a redução da Maioridade Penal?


Em breve síntese, o projeto que visa diminuir a maioridade penal tem por finalidade a punição mais abrangente, englobando não somente os maiores de 18 anos, e sim todos os que completarem 16 anos. Intenta o projeto a maior aplicação de um sistema repressivo àqueles hoje chamados de “adolescentes”, uma vez que cresce exponencialmente a delinquência por parte deste grupo .

Se por um lado aumentar a maioridade penal é algo digno de louvor, uma vez que há defensores ferrenhos, por exemplo, da troca de sexo para pessoas de 16 anos, nada mais crível do que terem responsabilidades à altura de tão grande dever, mister que já são dotados de plena ciência sobre suas vidas. Doutro lado, é sabido que o encarceramento em nada tem melhorado, reabilitado ou produzido qualquer indivíduo melhor após sua saída, fazendo com que, em tese, se enviados forem hoje os “menores” para a prisão, tendem a sair “formados no crime”, o que não é a intenção do projeto (ou é – não é boa coisa confiar no ente estatal).

Assim, temos uma celeuma existencial, pois há a necessidade de se punir, ao mesmo tempo em que não se deve insistir em uma punição que é ineficaz. É preciso lembrar, também, que conquanto a atual forma de punir seja deficiente, não é plausível a crença de que a pena deve deixar de existir, tendo em vista que se estaria premiando a delinquência e incentivando um estado de barbárie institucionalizado.

É preciso, por isso, uma rápida avaliação dos seguintes pontos: se o indivíduo de 16 anos (ou até menos) possui capacidade cognitiva para agir publicamente – tal qual sair para “baladas” e fazer o que tem vontade, inclusive gerando filhos e tendo responsabilidade sobre eles – e por eles responder; se com 16 anos a pessoa deve ser colocada em alguma rede de punibilidade semelhante a de adultos (maiores de 18 anos); se o evitar de punir com maior rigor os maiores de 16 anos iria trazer benefícios à sociedade.

Para a primeira indagação acima, é necessário um retumbante “sim”, pois não se duvida que com as informações a cada dia mais aceleradas, um homem de 16 anos não seja consciência de que bater, furtar ou assassinar a outrem seja interessante ou digno de louvor; aliás, não é preciso informação para informar o indivíduo sobre o Direito Natural, uma vez que em todos é nato. Para a segunda, sim também, entretanto, com a ressalva de que o atual sistema penitenciário é, para poupar palavras, ridículo e totalmente na contramão, uma vez que o encarceramento não resolve coisa alguma – muito melhor seria o trabalho forçado (com as dignidades da pessoa humana respeitada) até solver a dívida, por exemplo. No tocante ao terceiro ponto, entendo que a punição não se trata de fazer a sociedade olhar e temer o mesmo para si ou visualizar uma boa atuação do poder estatal, e sim uma necessidade de se punir a quem for, as quais terão a certeza de que a verdadeira justiça será administrada.

Por falar em justiça, é imperioso o entendimento de que por “justiça” não se pode entender a mera aplicação do Código Penal ou Código de Processo Penal, até porque tais sistemas estão totalmente desvencilhados da realidade fática e não raro, punem muito excelsamente do que o crime correspondente. Justiça não é sinônimo de sistema positivado.

A fim de ilustrar tais injustiças cometidas, citemos a lei bíblica “olho por olho e dente por dente” (Êx 21.24 - ou como ficou conhecida, Lei de Talião). Tal lei, ao contrário do que possa aparentar, visa a justa retribuição ao crime cometido – se fratura, fratura; se furto, indenização; se morte, morte. E por que isso? Porque o ser humano é ávido por punir muito além do razoável, como é o caso de se encarcerar quem furta ou rouba para o próprio mísero sustento, o que muito embora seja socialmente reprovável, não representa tão grave ameaça a ponta de ser privado por completo da liberdade, existindo outras formas de se contornar tal atitude.

Nesta velocidade, se pode entender que caso a maioridade penal seja estabelecida para os 16 anos de idade, teremos mais adolescentes sendo punidos com maior rigor (o que é excelente), pois as medidas sociais impostas pelo ECA, muito embora tenham fundo de boa intenção (ou não), são ínfimas e não retribuem, na maioria das vezes, a injusta perversidade cometida pelo indivíduo – poupar um indivíduo que tira a vida de outrem? Jamais! Entretanto, se não há boa aplicação do atual sistema penitenciário e quase todos concordem que ele é reprovável socialmente e moralmente, tendo claro que sua função de privar a liberdade não satisfaz os verdadeiros baluartes da justa punição, ao se aumentar esta população com pessoas cada vez mais novas, se estaria, em tese, aumentando os guerreiros do crime ou quando menos, prejudicando a geração futura, posteriormente ao devolver à sociedade tais indivíduos marcados com as más administrações.

Desta forma, podemos encaminhar para o fim e dizer que a maioridade penal para 16 anos é plenamente desejável, entretanto, não nos moldes atuais, sendo mais crível a reforma completa de todo o sistema penal e ECA, deixando de existir “ficha limpa” depois de determinada idade, punição igual para os crimes idênticos e diferente aos ímpares cometidos, criando uma sociedade onde não se abranda a pena a “menores” e nem se pune com rigor excessivo casos de menor monta, podendo tais casos serem contornados, como já se disse, por outras vias, tais quais o trabalho para pagar a furto/roubo, indenizações e quando preciso, a morte do infrator, uma vez que retirar a vida de outrem sem justo motivo é se enquadrar na máxima potencialidade da maldade, haja vista que a vida pertence a Deus e Ele mesmo ordenou que tal execução acontecesse.

Concluindo e sendo objetivo: nem maioridade ou menoridade, e sim justa punição a todo aquele que cometer crime, seja quem for ou em que idade tiver, desde que provado o óbvio discernimento sobre que está realizando.

*texto feito por ocasião de um trabalho da faculdade

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Minta ao seu filho para torná-lo bom


Muito do que nos é aconselhado a fazer como pais é para que os nossos filhos se sintam bem consigo mesmos. Este conselho tem raízes no movimento da autoestima, que alegou que o sucesso na vida de uma criança está baseado na possibilidade de sentir-se boa ou não. Embora o movimento da autoestima moderna tenha começado na década de 1950 e 1960, essa não era uma mentira original. Ela tem estado por aí há milhares de anos. É a mesma fraude em que Eva acreditou no início. Hum, ela pensou; esta fruta parece ser boa e me fará bem. Eu acho que nós a comeremos no jantar de hoje à noite. Desde a queda da raça humana, estamos alternadamente nos dizendo que somos bons, que se nos esforçarmos bastante seremos bons o suficiente, ou que ser bom é uma impossibilidade, por isso, devemos simplesmente desistir e nos divertir. Afinal de contas, ninguém é perfeito!

À luz de tudo isso, o que nós, pais, devemos fazer? Se você crê na Bíblia, temos a certeza de que você percebe que nem nós nem nossos filhos são verdadeiramente bons. "Boa menina!", "Bom trabalho!", "Você é uma linda princesa!" - esses são os refrãos incessantes quando os pais procuram criar a sua própria versão de filhos bons e de sucesso. Mas, quando todos os outros pais no grupo passam o dia dizendo à pequena Rebeca o quão boa ela é, como os pais cristãos devem responder? Ao invés de dizer à Rebeca que ela é uma boa menina, poderíamos dizer, "Eu notei que você compartilhou o brinquedo hoje. Sabe o que isso me lembra? Como Cristo compartilhou sua vida conosco. Eu sou muito grato pelo trabalho de Deus em sua vida dessa maneira. Sei que nenhum de nós jamais faria qualquer coisa amável se Deus não estivesse nos ajudando. Estou muito grato".

Caso você esteja se perguntando se a Bíblia dá um exemplo deste tipo de incentivo, aqui está o relato de Lucas a respeito do que aconteceu quando Barnabé viu a graça de Deus trabalhando no povo de Antioquia: "E enviaram Barnabé até Antioquia. Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se o exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor" (At 11:22-23). Barnabé viu a graça de Deus trabalhando na vida das pessoas, por isso exortou-as a permanecerem fiéis. Nós também podemos ver a graça de Deus agindo em nosso filhos e podemos exortá-los a permanecerem fiéis.

Digamos que a Rebeca tenha o hábito de ser egoísta, então, antes de a mamãe levá-la para brincar com o seu coleguinha, elas gastam algum tempo orando juntas. A mãe poderia simplesmente agradecer a Deus por compartilhar tantas coisas boas - tais como amigos, luz do sol, momentos para brincar - com a Rebeca e, em seguida, pedir a Deus para ajudá-la a lembrar-se de sua generosidade quando os outros quiserem o que ela está usando. Então, se a mãe percebe a sua generosidade, ela pode dizer: "Rebeca, você está compartilhando! Não é maravilhoso ver como Deus respondeu a nossa oração? Viu, Rebeca, mesmo que todos nós odiemos compartilhar, Deus é mais poderoso do que o nosso egoísmo. Ele não é bom?"

Por não sabermos se a Rebeca é regenerada, nós não a agradeceremos por obedecer à lei de Deus. Se ela não for salva, ela não tem o Espírito Santo em si e não pode escolher responder a Deus ou o obedecer à sua lei de coração. O único encorajamento que sempre podemos dar aos nossos filhos (e uns aos outros) é que Deus é mais poderoso do que o nosso pecado, e ele é forte o suficiente para nos fazer querer realizar a coisa certa. Nós podemos assegurar-lhes que a ajuda de Deus pode alcançar todos, até mesmo eles. Nosso encorajamento deveria sempre estimular o louvor à graça de Deus em vez de a nossa bondade.

Por outro lado, se persistirmos na busca de construir a autoestima dos nosso filhos elogiando-os, nós os faremos à nossa própria imagem, meninos e meninas que idolatram a bênção, adultos escravizados à opinião dos outros, e pais que passam a mentira para a próxima geração - ainda que ela não tenha funcionado para torná-los bons também. Como nós, nossos filhos anseiam a bênção bem-aventurada: "Você é bom!" Mas a Bíblia diz que, porque não somos bons, essas palavras não se aplicam mais a nós. Nós não somos bons. Veja como a Bíblia descreve a nossa situação: "Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração" (Gn 6:5).

Ansiamos por ouvir: "Você é bom", mas apenas Jesus Cristo e os revestidos de sua bondade merecem ouvir isso. E se realmente abraçarmos essa verdade, a forma de criarmos nossos filhos será transformada de engano desejoso à graça poderosa. Isso fará com que a nossa criação de filhos seja cristã. Nossos filhos não são naturalmente bons, e não deveríamos lhes dizer que eles são. Mas ele são amados e, se eles realmente acreditarem nisso, o amor de Deus os transformará.

- por Elyse Fitzpatrick e Jessica Thompson
- Fonte: Pais Fracos, Deus forte - Criando filhos na graça de Deus, Ed. FIEL, págs. 60-63.
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O culto online e a tentação do Diabo

Você conhece o plano de fundo deste texto olhando no retrovisor da história recente: pandemia, COVID-19... todos em casa e você se dá conta ...