sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nossos cultos são verdadeiros?

Texto por
Pr. Luiz Fernando de Souza
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Ao observamos as eclesiologias e as liturgias em nossas igrejas, vemos uma total descaracterização. Aquilo que deveria ser direcionado para Deus e Sua glória exclusivamente foi totalmente travestido de um humanismo exacerbado. Deus que deveria ser o foco central do culto foi alijado do processo e virou nota de rodapé colocado na parte inferior das atividades. Deus virou pretexto para que o homem continue no centro. Deus é citado como apoio às práticas mundanas e capitalistas que permeiam a igreja. Há uma expressão que vem dos tempos da Reforma que diz: SOLI DEO GLÓRIA. Quer dizer: Glória somente a Deus. O insuperável Johann Sebastian Bach que revolucionou a música terminava todos os manuscritos de suas composições com as letras S.D.G. (Soli Deo Glória).

Isso nos mostra que tudo em nossas vidas deveria apontar para Deus. O culto é para Deus. Somente Deus merece receber a glória e isso implica que Ele deve ser o centro do culto. A Reforma resgatou essa máxima esquecida durante séculos. O culto não pode ser voltado para o homem. Não pode procurar satisfazer os desejos do homem e nem girar em torno dele. Mas vemos que o homem assumiu o lugar de Deus e passou a ser reverenciado. As pregações não apontam mais para o pecado que leva o homem a perdição e nem mais mostram a graça salvadora de Deus, mas sinalizam maneiras dos homens superarem suas crises.

Basta ver os títulos dos sermões pregados. Em uma rápida passagem de olhos pela internet encontrei alguns títulos interessantes, vejamos: “Vencendo as Batalhas; Tempo de Conquistas; Vivendo Triunfantemente, etc." Vejamos alguns títulos do Príncipe dos Pregadores Charles Haddon Spurgeon: “A Humilhante mas Gloriosa Dependência de Deus; O Terrível Porém da Justiça Própria, etc." Daí da para perceber a grande diferença.

As músicas não exaltam mais a Deus, mas sim se centram no homem e suas crises. Se observarmos as músicas evangélicas atuais veremos essa triste realidade. Músicas que mostram o que Deus fará pelo homem e não a expressão de uma alma agradecida a Deus. Existe até música de louvor dedicado a ser humano! Sei que existe este tipo de música religiosa entre os mórmons, mas para cristão... A quantidade de vezes que o pronome eu aparece nessas músicas é algo estarrecedor. Se compararmos com os grandes hinos da hinologia cristã veremos o contraste gritante.

O primeiro hino do Cantor Cristão diz: "A ti, ó Deus, fiel e bom Senhor. Eterno Pai, supremo Benfeitor, Nós, os teus servos, vimos dar louvor, Aleluia! Aleluia!" O que dizer das catarses praticadas em nossos cultos? Gritos de vitória, brados de louvor, tudo isso produz alívio e não libertação. Qualquer psicólogo recém formado pode confirmar isso. Para tristeza nossa essas práticas espúrias entraram para ficar. O que dizer dos moveres de Deus nos cultos onde o frenesi se instala e o ego grupal prevalece, as pessoas rodopiam, gritam, caem ao chão, riem sem parar, imitam animais com seus sons e mais um cem números de outras bizarrices?

Muitos adentram as igrejas para buscar suas bençãos e encontram sacerdotes corroídos que oportunamente lhes oferecem as bênçãos, buscando satisfazer os egos eternamente insatisfeitos em troca de alguma coisa material. Muitos esqueceram que as reuniões solenes dos santos são para louvor e glória de Deus. Essas reuniões deveriam ter Deus e Sua glória em primeiro lugar. Nossos cânticos deveriam exaltar o nome que é sobre todo nome. Nossas orações deveriam expressar nossa gratidão Àquele que nos amou e morreu por nós. Hoje cantamos músicas desprovidas de adoração. Muitas dessas coisas cantadas em nossas igrejas expressam um antropocentrismo aviltante. Muitos acham que louvor é somente cantar qualquer coisa. Louvor também é expressão de nossa admiração em relação a Deus. Por estarmos admirados com a grandeza de Deus e com Seu amor expressamos isso adorando, louvando Sua pessoa.

Mas o culto mudou. Temos culto do Eliser. Vejam só que nome de culto! Acredito que seja um culto específico para arranjar namorado/companheiro. Quando é que um culto se presta a isso? Paralelamente temos o culto da Terapia do Amor onde os descasados estão à cata de um companheiro/a. Nada mais mundano que isso!

O que dizer dos cultos para empresários bem sucedidos e outros falidos juntamente com os desempregados à procura de empregos? Dêem outro nome a isso, menos culto. Isso causa náuseas em qualquer bom cidadão.

Ao entrarmos em nossas igrejas deveríamos lembrar a máxima de João Batista: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”. Deveríamos lembrar o que o Senhor disse a Moisés: “Descalce os pés porque a terra é santa”.

Não gostaria de falar, mas me sinto constrangido a isso. E os famigerados cultos de libertação? O próprio nome do culto é uma contradição. Libertação para quem já foi liberto? Libertar o cristão se Cristo já realizou tudo no Calvário? O que tais pessoas entendem sobre as palavras de Cristo na cruz: Tudo está consumado?

Culto deveria ser expressão de nossa liberdade conquistada na cruz e nunca para buscarmos libertação. Culto deveria ser nossa celebração pela vitória alcançada na cruz e isso pela misteriosa, grandiosa e maravilhosa graça de Deus.

Precisamos de uma vez por todas fazer coro com os reformadores: SOLI DEO GLORIA.

Soli Deo Glória

Fonte: Ecclesia Sempre Reformanda Est

terça-feira, 27 de julho de 2010

Os cristãos devem se aposentar?

Texto por
Filipe Luiz C. Machado
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Todos nós já imaginamos (ou vamos imaginar) e pensamos acerca de nosso futuro; futuro este que nos é incerto, indefinível e com muitas variantes a serem analisadas. Mas de um modo geral, quando pensamos em um futuro a longo prazo, pensamos em nossa aposentadoria. Refletimos, imaginamos e cogitamos a possibilidade de comprarmos uma casa na praia ou no campo, um bom carro, morrermos ao lado de nossa esposa ou marido; enfim, a lista é imensa.

Embora não seja um pecado prepararmo-nos para a aposentadoria, creio que a maioria cristã esteja planejando uma aposentadoria fora dos padrões bíblicos. Uma aposentadoria que visa única e exclusivamente o bem-estar e conforto de seus incluintes. Preparam-se para um deleite na Terra até que Jesus venha ou até que o caminho comum dos homens os leve. Suas visões futuristas incluem muito descanso, uma certa quantia de dinheiro guardada e muita sombra e água fresca.

Você pode se perguntar: "Mas o quê há de errado nisso? Não é para isso que vivemos?" Não, não é para isso que vivemos.

"Louvarei ao Senhor por toda a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu viver." Sl 146.2

Neste salmo, o salmista nos revela qual deve ser a atitude inabalável e perpétua que o crente deve exercer: louvar ao Senhor. Louvar ao Senhor em todo o tempo (Sl. 34.1) é o nosso grande dever aqui na Terra. Porém, não é um louvor estagnado que fica olhando a vida passar e louva a Deus por isso. Não! É um louvor prático, uma atitude sensível para com a humanidade que necessita desesperadamente ser acordada para a verdadeira Vida.

"Louvarei ao Senhor por toda a minha vida." Como queremos nos assemelhar ao salmista e louvarmos a Deus por toda a nossa vida, se ficamos tencionando nos aposentar e viver uma vida de paz e tranquilidade até morrermos? Acaso conseguiremos ficar parados em nossa sacada à beira-mar, dormindo ao som do quebrar das ondas ou descansando sob a quietude da natureza do campo e acordando ao som dos passarinhos e não fazermos nada por aqueles que perecem diariamente?

Que tipo de cristianismo é esse? Não conseguimos achar nenhum personagem bíblico que dissesse: "eu vou me aposentar, agora o trabalho é com vocês". Muito pelo contrário, vemos que eles morreram por amor ao evangelho, se esforçaram até seus últimos minutos de vida em favor daquele que os livrou da ira divina. Os grandes mártires cristãos não foram pessoas que foram mortas durante uma caminhada na praia ou um passeio a cavalo no sítio, afinal, se assim fosse, eles não estariam incomodando ninguém! Mas sim, foram mortos durante suas duras labutas serviçais em prol do Reino de Deus.

"Cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu viver." Não fomos criados para crescermos, multiplicarmos, juntarmos dinheiro e morrermos em meio a uma aposentadoria tranquila e sem afazeres cristãos. Precisamos entender que a vida foi feita para ser vivida para a obra de Deus. Nossa vida precisa almejar a morte terrena e não a vida terrena. É mister notarmos que se estagnarmos em nossa missão cristã, estaremos falhando e pecando para com Deus. Enquanto vivemos, precisamos prestar nosso louvor a Deus.

Deixemos bem claro também, que a bíblia não proíbe a aposentadoria. Ela não proíbe almejarmos uma casa na praia ou uma chácara no campo. Nada disso é proibido para nós. Contudo, devemos entender que este não deve ser o nosso fim! Não podemos nos dar ao luxo de querermos passar o final de nossas vidas em paz, simplesmente porque achamos que já trabalhamos o suficiente para Deus! Nunca será o suficiente! Que o diga Russel Shedd, J. I. Packer, John MacArthur, John Piper, Charles H. Spurgeon, Martin Lloyd Jones, Jonathan Edwards e tantos outros!

Como bons cristãos que nós desejamos ser, planejemos viver de acordo com a vontade de Deus. Para tanto, não precisamos orar e perguntar a Deus qual é a sua vontade para nossa aposentadoria. "Será, Deus, que tu queres que eu viva pregando a Tua palavra até o final dos meus dias?" Essa pergunta não é uma opção para nós. Devemos seguir aquilo que Deus pede de nós; e fazendo isso, tenho certeza de que Ele nos capacitará para vivermos e anunciarmos as boas novas do evangelho até o fim de nossos dias. Uma coisa é nos aposentarmos da vida cotidiana; outra, é nos aposentarmos de Deus.

Que Deus nos fortaleça!

domingo, 25 de julho de 2010

Ministérios: as muletas da igreja

Texto por
Filipe Luiz C. Machado
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Lembro-me da aula onde o professor Valmir nos disse: "Os ministérios são as muletas da igreja". Fantástico! Guardei-a comigo! A frase foi extremamente redundante para nossos dias.
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Diante de uma gama imensa de igrejas/comunidades espalhadas por este Brasil e mundo afora, vemos que em sua maioria, todas se esforçam para ter o maior número de ministérios possíveis. É ministério de crianças, ministério de evangelismo, ministério de abrir a igreja (acredite, existe!), ministério de ligar as luzes, ministério de arrumar as cadeiras, ministério de encher a água do batistério, a lista não tem fim e a criatividade ultrapassa muitos limites.

Em Marcos 16.15, lemos: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." Este ide é o que chamamos de A Grande Comissão da Igreja. O grande e central ministério da igreja é pregar as boas novas de Cristo ao mundo e apresentar-lhe a salvação em Cristo Jesus. O ide é a mensagem central da bíblia para nós cristãos. Esta pequena palavra resume o verdadeiro ministério cristão.

Porém, o que aparenta, é que alguns acham que não basta apenas o ide, é necessário (dizem eles) criarmos mais ministérios dentro da igreja, pois as pessoas precisam estar envolvidas! Precisam ter alguma coisa para fazer dentro da comunidade, caso contrário, sairão e procurarão outro lugar onde possam trabalhar e exercer seus dons e ministérios. E eu concordo com tal afirmação. Creio firmemente que as pessoas precisem estar engajadas em algum serviço em prol do reino de Deus na Terra; porém, acho que devemos tratar com muito cuidado essa questão de ministérios.

A situação da igreja atual, nos mostra um quadro onde os ministérios criados dentro da comunidade, em vez de serem úteis para servirem ao reino de Deus, muitas vezes são usados como artifício para que as pessoas permaneçam dentro da comunidade. Dizem eles, "vamos dar um ministério a fulano de tal, porque aí ele se sente útil, não sai da igreja e não deixa de contribuir financeiramente." Ora, amados, é de ficarmos espantados com que grande petulância tais pessoas fazem isso! Devemos concordar que esta é uma atitude assás errada e que deve ser corrigida dentro da vida eclesiástica.

Ministérios não devem servir para segurar ninguém na igreja; não devem servir para aumentar a fé do crentes; não devem servir para entreter as pessoas dentro da igreja. Muitas comunidades tem criado diversos ministérios, pois ao olharem para dentro de si, vêem que estão em estado terminal e já não sabem mais o que fazer para se erguerem; os ministérios então, se tornam a muleta que permite (aparentemente) que a igreja ande a passos de doente rumo a um futuro melhor.

A vida do cristão deve estar centrada na palavra de Deus; esse é o seu ministério! Há algo mais estranho e desconfortável do que dizer que "30% de nossa igreja participa do ministério de evangelismo"? Ora, não seriam todos os crentes responsáveis pela evangelização? Por que criar um ministério de evangelismo sendo que esse é dever de cada crente? A muleta então toma novamente o seu lugar e faz com que o resto da comunidade que não participa do "ministério de evangelismo" se sinta à vontade, afinal, "ela não participa do ministério de evangelismo".

Sei que todos nós fomos chamados para trabalhar e testemunhar sobre a importância da palavra de Deus. Vemos que há pessoas que tem facilidade para compartilhar do evangelho. Outros uma enorme facilidade para ensinar. Ainda outros, a notável capacidade de animar e fortalecer o abatido (embora isso seja dever de todo cristão). Tais coisas são notáveis - dado à graça de Deus - e precisam ser aplicadas. Contudo, isso não autoriza a Igreja há sectarizar a comunidade e começar a dividi-la em pedaços como se isso fosse aumentar o fervor dos crentes ali inseridos. Os ministérios, quando muito, devem servir para organizar a vida da comunidade e facilitar algumas coisas que dizem respeito à atuação da igreja em seu contexto; porém, jamais deve ser aquilo que faz com que os crentes permaneçam fiéis e devotos a Cristo.

Mais do que nunca, urge a grande necessidade de restaurarmos o verdadeiro ministério cristão. Ministério esse que não é voltado para aquilo que as pessoas querem ou desejam, mas para aquilo que Deus já nos ordenou para que fizéssemos. Com isso, não defendo uma igreja sem ministérios ou sem nenhuma área onde os crentes possam realizar algum tipo de trabalho, mas sim, que entendamos o que de fato é um ministério; porque ao que me parece, ministério esta sendo confundido com muleta.

Que Deus nos ilumine!

Igreja Presbiteriana considera IURD e IMPD como seitas!

Texto por
Daniel Clós Cesar
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Essa semana li que o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, considerou a IURD e a IMPD, seitas, e necessário é, que pessoas oriundas dessas denominações sejam rebatizadas e façam profissão de fé. Louvável o posicionamento da IPB. Há muito tempo se espera, pelo menos das grandes denominações evangélicas do Brasil, a definição do que é, e do que não é, CRISTIANISMO. A Bíblia já define bem, mas é preciso ensinar nos púlpitos. O povo cristão tem sede de ensino e exposição bíblica, algo raro até nos mais "sinceros" púlpitos deste país.

Como podemos considerar pastor cristão, alguém que não prega o Evangelho da Cruz? Como podemos considerar cristianismo algo tão contrastante com os ensinos bíblicos? Podemos considerar cristianismo algo, pelo simples fato de "crer" na Bíblia ou fazer uso dela no rito?

As grandes corporações que pregam a teologia da prosperidade, que incluem promessas de riqueza, saúde, bons relacionamentos, cura interior, libertação de demônios etc... não pregam uma coisa: a Cruz. Não o principal, mas o ÚNICO meio para a Salvação do homem. Para nós que cremos no Evangelho, trilhar os caminhos da prosperidade humana a qualquer custo tem um único fim, o inferno, lugar que caiu em desprestígio nessas denominações, que publicamente não o negam, mas o expurgam das pregações para serem continuamente agradáveis a seus clientes.

Constantemente escuto a frase: lá é um pronto-socorro! Em outras épocas eu diria... ok! Pode ser... mas meu posicionamento hoje no entanto é outro. Primeiro eu pergunto: Por quê? Quem vai lá vai atrás de quê? Falta de dinheiro, saúde, casamento arruinado? É bastante provável que a resposta se encaixe nesses quesitos ou em outros bastantes semelhantes. Creio também, que a maioria dos verdadeiramente salvos também respondem algo bem parecido. Ai faço a segunda pergunta: Não são estes desesperados, os mesmos que já foram aos centros de umbana, "tiraram" cartas e consultaram os búzios e agora estão atrás de mais uma opinião? O impressionante é que muitos se encaixam aqui também. Chego então a uma última pergunta: Cristo: Salvador ou Solução? E a resposta é sempre a mesma: SOLUÇÃO. É aqui que diferenciamos os salvos dos não salvos.

Não buscam um salvador, buscam uma solução para satisfação de suas almas. Buscam desde um emprego a um carro novo... buscam da cura da filha soropositivo à aprovação em um concurso público... buscam de tudo... menos a Cristo... Como alguém assim pode ser considerado cristão? Como uma igreja que doutrina seus membros dessa forma pode ser cristã? Como pode alguém que odeia a cruz e não entende o seu significado ser declarado salvo? Basta "sinceridade" para alguém ser salvo?

Já é hora de pastores que pregam o verdadeiro Evangelho de Cristo condenarem esse ensino de demônios que prega de tudo, de psicologia barata à atitude positiva, mas nega o principal: a Palavra de Deus. Que distorcem a Palavra e deleitam-se em fábulas. Igrejas pastoreadas por lobos vorazes que cerram a porta dos céus impedindo que outros entrem, prometendo um céu na terra que nunca existirá.

Que este concílio da IPB possa ser um primeiro brado entre muitos outros contra as corporações da "salvação por obras", que rejeitam o sacrifício da cruz em troca de sacrifício financeiro. Que viram as costas à Cruz e voltam-se para o deus riqueza.

Fonte: Púlpito Cristão

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Senhor conhece os que são seus - João Calvino

Texto por
João Calvino
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"Todavia, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; e: Qualquer que profere o nome do Senhor, então que se aparte da injustiça." - 2 Tm 2.19

Todavia, o firme fundamento de Deus permanece.

Sabemos sobejamente bem quantos escândalos têm procedido da apostasia daqueles que uma vez professaram a mesma fé que nós. E isso é especialmente verdade no caso de homens que são muito populares e de extraordinária reputação. Se alguém dentre o vulgo apóstata, não nos sentimos muito sensibilizados. Mas aqueles a quem os homens têm em alta estima, os quais se tornam colunas na Igreja, não podem fracassar sem envolver outros em sua ruína, principalmente se sua fé não contar com outro apoio. Essa é a preocupação de Paulo aqui, e ele diz que essa não é razão para as pessoas piedosas perderem o ânimo, ainda quando assistem o fracasso daqueles que acreditavam ser firmes na fé.

Com o fim de confortá-los, ele realça que a leviandade ou a perfídia dos homens não pode impedir a Deus de preservar sua Igreja até ao fim. Primeiro, ele nos traz à memória a eleição divina, à qual ele chama figuradamente de fundamento, significando com isso sua firmeza e constância perene. Tudo isso visa a provar a certeza de nossa salvação, contanto que façamos parte dos eleitos de Deus. E como se dissesse: "Os eleitos de Deus não dependem de eventos mutáveis, senão que repousam num sólido e inamovível fundamento, já que sua salvação está nas mãos de Deus. Assim como 'Toda planta que meu Pai celestial não plantou, será arrancada' [Mt 15.13], também uma raiz que foi fixada por sua mão não pode ser arrancada pelos ventos ou tempestades."

Portanto, lembremo-nos, antes de tudo, que, a despeito de toda a fraqueza da carne, os eleitos, não obstante, não correm esse risco, porque não estão firmados em sua própria capacidade, mas estão fundados em Deus. E se os alicerces que os homens lançam são firmes, quanto mais aquele que é lançado por Deus mesmo! Estou cônscio de que alguns tomam isso como uma referência à doutrina: "Que ninguém julgue a verdade da doutrina pela infidelidade daqueles que a professam"; mas é fácil de se inferir do contexto que Paulo está falando da Igreja de Deus e dos eleitos.

Tendo este selo. A palavra signaculum tem provocado muito mal-entendido, porquanto há quem a tome no sentido de marca ou impressão; eu, contudo, usei a palavra sigillum, um selo, que é menos ambígua. Pois, evidentemente, o significado de Paulo é que a salvação do eleito está sob a proteção secreta de Deus, como um sinete [selo], pois a Escritura declara que eles estão "inscritos no livro da vida" [SI 69.28; Fp 4.3].

O Senhor conhece os que são seus.. Tanto a palavra selo quanto a cláusula seguinte nos lembram que não devemos julgar segundo nossa opinião pessoal se o número dos eleitos é grande ou pequeno. Porque o que Deus selou ele deseja que seja mantido como um livro fechado para nós; também, se pertence a Deus saber quem são seus, não deve causar estranheza que às vezes um grande número deles se mantenha ignoto a nós, ou se ainda chegarmos a equivocar-nos na tentativa de fazer uma seleção. E preciso que atentemos bem para a razão do apóstolo em falar de um selo; é para que, ao nos depararmos com tais casos, nos lembremos do que João disse: "Saíram de nós, mas não eram dos nossos" [1 Jo 2.19]. Disto procedem duas vantagens: que a nossa própria fé não será abalada, e, se as coisas sucedem de forma inesperada, não desfaleceremos, como às vezes sucede. Em segundo lugar, estando certos de que, apesar de tudo, a Igreja estará a salvo, suportaremos mais pacientemente que os réprobos tomem o seu próprio destino para o qual foram destinados, pois o número com o qual Deus se apraz permanece intacto. Portanto, sempre que suceder alguma mudança súbita, contrariando nossa expectativa e esperança, lembremo-nos uma vez mais de que "o Senhor conhece os que são seus".

Então que se aparte da injustiça. Ele havia encarado o escândalo provocado pela apostasia, dizendo que o mesmo não devia causar excessivo susto entre os crentes; e agora continua usando tais hipócritas como exemplo para ensinar-nos a não escarnecermos de Deus por uma profissão simulada do Cristianismo. E como se ele dissesse: "Visto que Deus pune os hipócritas por exporem sua perversidade dessa forma, aprendamos a temê-lo com consciência sincera, para que o mesmo não nos suceda." E assim, qualquer um que invoque o nome de Deus, ou seja, que professe pertencer ao povo de Deus e queira ser reconhecido como um membro seu, que se mantenha longe de toda e qualquer impiedade. Pois aqui, invocar o nome de Cristo significa gloriar-se em seu título e em pertencer ao seu rebanho, assim como em Isaías 4.1 invocar o nome de um homem sobre uma mulher significa que a mulher deve ser reconhecida como sua legítima esposa, e em Gênesis 48.16 invocar o nome de Jacó sobre toda a sua posteridade significa que o nome da família está sendo preservado em sucessão ininterrupta, visto que ela [a posteridade] descende dele.

Fonte: O Calvinista

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Pode uma pessoa que comete suicídio ser salva?

Texto por
Massimo Lorenzini
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Hoje de manhã, recebi a triste notícia de que um parente meu havia se suicidado. Parei, pensei, refleti sobre o assunto e cogitei a possibilidade de esboçar alguns pensamentos. Porém, encontrei um artigo que conseguiu expressar com melhor clareza as minhas ideias e suposições. Segue abaixo o mesmo:

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Pode uma pessoa que comete suicídio ser salva? O que segue abaixo é minha resposta a uma mulher cujo filho cometeu suicídio. Ela disse que ele professava fé em Cristo, mas permitiu a depressão sobrepujá-lo e finalmente acabar com sua própria vida.

Inicio a resposta...

Estou muito triste de ler sobre a tragédia de seu filho. Você me perguntou se você deve se angustiar sobre seu ato. Primeiro esta, como você sabe, é uma questão muito difícil para se responder com certeza. Na realidade, eu não penso que ela possa ser respondida com absoluta certeza. Assim, embora possamos fazer alguns esforços para determinar a condição espiritual da pessoa, no final das contas é o juízo final de Deus sobre a alma de uma pessoa. Segundo, permita-me dizer que eu não creio que o suicídio seja um pecado imperdoável. Terceiro, embora eu não creia que o suicídio seja um pecado imperdoável, eu ainda creio que ele seja pecado. Eu creio que Deus é o autor da vida e não está dentro dos nossos direitos acabar com qualquer vida, até mesmo a nossa.

Com respeito a seu filho, eu não estou muito esclarecido sobre a natureza do testemunho Cristão de seu filho. Permita-me compartilhar com você as marcas de uma genuína fé salvadora.

Primeiro, as seguintes evidências não provam nem desaprovam a fé de alguém:

A. Moralidade visível – Mateus 19:16-21; 23:27

B. Conhecimento intelectual – Romanos 1:21; 2:17ss

C. Envolvimento religioso – Mateus 25:1-10

D. Ministério ativo – Mateus 7:21-24

E. Convicção de pecado – Atos 24:25

F. Certeza – Mateus 23

G. Tempo de decisão – Lucas 8:13-14

Agora, aqui estão algumas provas de uma fé autêntica:

A. Amor a Deus – Salmos 42:1ss; Lucas 10:27; Romanos 8:7

B. Arrependimento do pecado – Salmos 32:5; Provérbios 28:13; Romanos 7:14ss; 2 Coríntios 7:10; 1 João 1:8-10

C. Humildade Genuína – Salmos 51:17; Mateus 5:1-12; Tiago 4:6,9s

D. Devoção à glória de Deus – Salmos 105:3; 115:1; Isaías 43:7, 48:10ss; Jeremias 9:23-24; 1 Coríntios 10:31

E. Oração contínua – Lucas 18:1; Efésios 6:18ss; Filipenses 4:6ss; 1 Timóteo 2:1-4; Tiago 5:16-18

F. Amor abnegado – 1 João 2:9ss; 3:14; 4:7ss; João 13:34-35; 1 Pedro 1:22

G. Separação do mundo – 1 Coríntios 2:12; Tiago 4:4ss; 1 João 2:15-17, 5:5

H. Crescimento espiritual – Lucas 8:15; João 15:1-6; Efésios 4:12-16

I. Vida obediente – Mateus 7:21; João 15:14ss; Romanos 16:26; 1 Pedro 1:2,22; 1 João 2:3-5


Se a primeira lista é verdadeira sobre uma pessoa e a segunda lista é falsa, há motivo para questionar a validade de uma profissão de fé. Todavia se a segunda lista é verdadeira, então a primeira também será.

Agora, visto que eu não conheço o testemunho de seu filho, eu não estou na posição de dizer se ele era um Cristão ou não. Você terá que olhar para o seu testemunho à luz da Palavra de Deus como eu compartilhei com você e tentar discernir isto tão difícil como ele possa ser.

Após fazer isto, se você crê que ele possuía uma fé genuína, então pode ser que ele fez a decisão de acabar com sua própria vida em um momento de confusão sem realmente pensar sobre isto. Neste caso é possível que o ato não necessariamente mostre que ele não era um crente verdadeiro. Por outro lado, pode ser que embora seu filho reivindicasse ser um crente, este ato final de suicídio demonstre seu verdadeiro caráter; que ele na realidade não era um crente verdadeiro durante todo o tempo. Este ato pode representar um ato final de incredulidade e uma rendição ao desespero e à desesperança antes do que a uma confiança no Deus vivo.

Assim é como John MacArthur, um professor da Bíblia muito respeitado hoje, responde a questão:

"Pode alguém que comete suicídio ser salva? Suicídio é um pecado grave equivalente ao assassinato (Êxodo 20:13; 21:23), mas ele pode ser perdoado como qualquer outro pecado. E as Escrituras claramente dizem que aqueles redimidos por Deus foram perdoados de todos os seus pecados – passado, presente, e futuro (Colossenses 2:13-14). Paulo diz em Romanos 8:38-39 que nada pode nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus.

Se um verdadeiro Cristão cometer suicídio em um tempo de extrema fraqueza, ele ou ela será recebido no céu (Judas 24). Mas nós questionamos a fé daqueles que tiram suas vidas ou até mesmo consideram isso seriamente – é bem provável que eles nunca tenham sido verdadeiramente salvos.

Eu digo que porque os filhos de Deus são definidos repetidamente nas Escrituras como aqueles que têm esperança (Atos 24:15; Romanos 5:2-5; 8:24; 2 Coríntios 1:10, etc.) e propósito na vida (Lucas 9:23-25; Romanos 8:28; Colossenses 1:29). E aqueles que pensam em cometer suicídio fazem assim porque eles não têm nem esperança nem propósito em suas vidas. Além do mais, alguém que repetidamente considera o suicídio está praticando pecado em seu coração (Provérbios 23:7), e 1 João 3:9 diz que “aquele que é nascido de Deus não comete pecado”. E finalmente, suicídio é freqüentemente a última evidência de um coração que rejeita o senhorio de Jesus Cristo, porque ele é um ato onde o pecador está tirando sua vida com suas próprias mãos completamente antes do que se submetendo a vontade de Deus para isso. Certamente muitos daqueles que tiraram suas vidas ouvirão aquelas terrificantes palavras do Senhor Jesus no julgamento – “Eu nunca vos conheci; Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:23).

Assim, embora seja possível para um crente verdadeiro cometer suicídio, nós cremos que esta é uma ocorrência pouco comum. Alguém, considerando o suicídio, deve ser convidado acima de tudo para examinar a si mesmo para ver se ele está ou não na fé (2 Coríntios 13:5)."

Assim, para responder sua questão, você precisa avaliar da melhor maneira que puder, pela Palavra de Deus, se ele era um verdadeiro Cristão ou meramente um falso. Isto não será fácil, eu sei. Se você está convencida, pela Palavra de Deus e não por suas emoções ou qualquer outro padrão, que ele era um verdadeiro Cristão então você pode esperar ver seu filho novamente no Céu. Que sua confiança descanse em Deus e na Sua Palavra, e uma vez feita a avaliação sobre a condição de seu filho, não permita que você mesma seja influenciada pelas suas emoções ou pela reação de outros. Mas no final das contas, nosso julgamento concernente a uma pessoa ser salva ou não é limitado e não final. Apesar de podermos ter certeza de nossa salvação (1 João 5:13), somente Deus pode fazer a avaliação final sobre a alma de outra pessoa.

Quanto a você, possa a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo, estar com você (2 Coríntios 13:14).

Fonte: Monergismo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Apóstolos de Satanás

Texto por
Arthur W. Pink
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Os apóstolos de Satanás não são donos de bares e negociantes de escravos brancos; em sua maioria, eles são ministros do evangelho ordenados por igrejas.

Milhares daqueles que ocupam os púlpitos das igrejas modernas não estão mais engajados em apresentar as verdades fundamentais da fé cristã; eles deixaram de lado a verdade e se entregaram a fábulas. Em vez de magnificarem a grande vileza do pecado e revelarem as suas eternas conseqüências, tais ministros minimizam o pecado, por declararem que este é apenas uma ignorância ou uma ausência do bem. Em vez de advertirem seus ouvintes a fugirem da “ira vindoura”, tais ministros tornam Deus um mentiroso, por declararem que Ele é muito amável e misericordioso e que, por isso mesmo, não enviará qualquer de suas criaturas para o tormento eterno. Em vez de declararem que, “sem derramamento de sangue, não há remissão”, tais ministros apenas apresentam Cristo como o grande Exemplo e exortam seus ouvintes a seguirem os passos dEle.


Temos de afirmar a respeito desses ministros: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.3). A mensagem deles talvez pareça bastante plausível, e seu objetivo, digno de louvor; todavia, lemos a respeito deles: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2 Co 11.13-15).

Fonte: Cristão Peregrino

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Como devemos proceder diante da Soberania de Deus?

Texto por
Arthur W. Pink
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Deus é soberano e opera de acordo com seu plano eterno na salvação do seu povo. A vontade dos homens não escolhe naturalmente a Deus porque está inclinada para o mal. Somente Deus pode fazer que uma pessoa deseje ser salva dos seus pecados. Ele é o Deus soberano, Ele é o grande Rei. Se acreditamos nisso, como devemos então reagir?

Primeiro, já que Deus é soberano, devemos temê-Lo. Temer a Deus significa lembrar quão grande, santo e poderoso é Deus. Significa também lembrar quão pequenos, pecaminosos e fracos somos nós. Significa fazer a Sua vontade e crer tudo o que Ele nos diz em Sua Palavra.

Significa obedecer a Deus porque dependemos totalmente dEle. Deus nos dá tudo o que precisamos e por isso, o menos que podemos fazer é obedecê-Lo no que Ele diz na Bíblia e Lhe dar o primeiro lugar em tudo.

Segundo, como Deus é soberano devemos aceitar com gosto todo o que nos acontece. Podemos queixar-nos quando não temos o que desejamos, o podemos sentir que merecemos alguma bênção em particular.

Talvez sintamos que merecemos o êxito ou a felicidade. Mas se somos crentes verdadeiros, sabemos que Deus não nos dá o castigo que os nossos pecados merecem. Os crentes verdadeiros percebem que, em vez de punir-nos, Deus tem sido muito bondoso para conosco em todos os aspectos, quando merecíamos o contrário. E se realmente acreditamos que Deus é soberano em tudo, então devemos reconhecer que Ele tem o direito de fazer o que Lhe apraz com o que é dEle, inclusive conosco.

Portanto, se Deus faz com que nos aconteçam coisas de que não gostamos, devemos aceitá-las sabendo que provêm de sua mão, e que Ele procura somente o nosso bem.

Terceiro, já que Deus é soberano, sempre devemos estar agradecidos a Ele. Sentimos-nos agradecidos quais as coisas vão de acordo ao que desejamos, mas também deveríamos louvá-Lo e Lhe dar graças quando nos parece que tudo vai mal. Deveríamos ser gratos ainda em tempos difíceis, porque se somos crentes verdadeiros, acreditamos que Deus nos tem escolhido, que nos ama e que está controlando todo o que nos acontece.

Se realmente somos crentes, devemos seguir o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo. Você percebeu quão temeroso era Jesus de desde o Pai, aceitando Sua vontade e dando-Lhe graças em todo momento? No Novo Testamento vemos que quando Satanás o tentou, Jesus lhe disse que somente Deus devia ser adorado. Ao longo do Novo Testamento vemos a obediência de Cristo, até que sua obediência culminou em sua morte em favor do povo escolhido de Deus. Jesus aceitou a vontade do Pai ainda e quando pediu que, se possível, o Pai eliminasse os seus sofrimentos.

Ele também disse: "Não seja feita a minha vontade, senão a Tua". Também vemos como Cristo dava graças ao Pai. Ainda quando a gente que tinha visto os seus milagres não se arrependeu nem acreditou nEle, Jesus todavia dava graças a Deus. Como Lucas disse: "Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve" (Lucas 10:21). Seguramente, se nós somos crentes verdadeiros em Cristo Jesus faremos o mesmo.

Finalmente, já que Deus é soberano, devemos adorá-Lo. Ele usa seu poder sabiamente e para benefício de seu povo. Devido a que Deus é completamente sábio, não pode cometer nenhum erro; porque Ele é santo, também não fará mal nenhum. Se não conhecêssemos mais sobre Deus, exceto que a Sua vontade é soberana, então somente teríamos medo dEle. Porém, podemos regozijar-nos porque sabemos que a poderosa e imutável vontade de Deus é também inteiramente boa.

O propósito divino de controlar tudo é mostrar a Sua própria santidade, bondade e verdade. A pesar de quanto vejamos no mundo, Deus ainda está executando os seus propósitos. E para realizar isso, em algumas ocasiões usa até os homens malvados e a Satanás. Ninguém pode alterar o propósito de Deus. Para Sua própria glória, Deus controla todo porque quer mostrar-nos Sua bondade, santidade e verdade. Para Sua própria glória, Deus o Pai escolheu uma grande número de pessoas para serem salvos de seus pecados. Jesus Cristo morreu por estas pessoas e o Espírito Santo lhes dá a vida espiritual.

Para mostrar Sua glória, Deus muda a natureza malvada das pessoas escolhidas para salvação, a fim de que se voltem para Ele e aprendam a amá-Lo.

Esta obra maravilhosa de Deus está acontecendo atualmente em todas partes do mundo. Muitos dos que lerão estas palavras são aqueles que Deus têm chamado para que sejam Seu povo. Ele os mudou, e tem lhes dado vida espiritual a fim de que chegassem a ser Seu povo. Se você deseja que este Deus seja o seu Deus, então busque-O em oração. Ele tem prometido e não lançará fora a ninguém que venha até Ele. Naturalmente que não os lançará fora, porque é a mesma obra dEle em seus corações a que lhes faz desejar acudir a Ele.

Todas as coisas foram feitas por Deus, todas as coisas são controladas por Ele. Todas as coisas operam de acordo ao seu plano. Todas as coisas servem para a glória de Deus, e quando todas as coisas cheguem ao seu fim, este Deus soberano permanecerá por sempre sendo adorado e louvado em toda a Sua bondade, santidade e glória. Vamos então a louvar e adorar o nosso soberano e Todo Poderoso Deus, aqui e agora.

Grande Deus! Quão infinito és Tu,
Quão débeis e indignos vermes somos nós!
Prostre-se toda criatura e busque a salvação de ti.
A eternidade com todos seus anos
Permanece sempre presente a Tua vista,
Para Ti não existe nada velho, Grande Deus!
Não pode haver nada novo para Ti.
As nossas vidas são movidas de um lado a outro,
E angustiadas por coisas que não têm importância;
Enquanto Teu eterno pensamento segue adiante,
Segundo o Teu imutável e inalterável plano.

Isaac Watts (1674-1748)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

3 Coisas Essenciais Para a Vida Cristã

Texto por
Filipe Luiz C. Machado
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"Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo." 1Ts 1.3

Neste pequeno versículo da carta de Paulo aos tessalonicensses, encontramos 3 coisas essenciais para uma genuína e saudável vida cristã:

1. O trabalho que resulta da fé.

Ao analisarmos e lermos os escritos de Paulo, vemos que com grande constância ele admoesta seus ouvintes para que vivam uma vida de total comprometimento para com o reino de Deus. Comprometimento este que não é baseado em ideias suposicionais, mas sim na verdadeira fé em Cristo Jesus. Paulo se alegra com os tessalônicos pois eles estavam alicerçados na fé diligente e zelosa que produz resultados, e não em uma fé morta que serviria apenas para ser jogada fora.

Paulo deixa claro que o trabalho na vida do crente depende única e exclusivamente da fé em Cristo, e que é somente por meio desta fé que o cristão pode viver, depender e confiar na obra salvadora e regeneradora de Cristo em sua vida. Não conseguiremos trabalhar com alegria e temor na caminhada cristã se nossa vida não estiver firmemente alicerçada na fé em Cristo. O resultado desta fé, diz Paulo, não pode ser outro, se não o trabalho que vocês agora demonstram. Em outras palavras, Paulo elogia os tessalônicos não pelo simples trabalho que eles estavam fazendo (leia toda a carta para melhor entendimento), mas por saber que este trabalho era fruto da eficaz e genuína fé em Cristo.

2. O esforço motivado pelo amor.

Precisamos fazer com que estas palavras entrem e se fixem em nosso coração de uma vez por todas. Urge a necessidade de se resgatar o amor perdido pela obra de Cristo entre nós. Se não resgatarmos estas palavras em nossa vida, continuaremos achando que a vida de cristão muitas vezes é sem rumo, sem destino e extremamente desestimulante; afinal, quem gosta de ficar dizendo "não" aos prazeres e paixões da carne? Se não formos motivados pelo amor, nada seremos. (1Co 13.1-3)

Quão insensatos somos quando queremos trabalhar na obra apenas movidos pelo dever de cumprir certas obrigações. Paulo nos mostra que o esforço de todo cristão deve ser motivado pelo amor que ele tem pelo Reino de Deus. Não podemos nos dar o luxo de acharmos que o simples pragmatismo nos levará aos braços do Pai! É necessário que entendamos que somente o amor pelas coisas do Reino é que nos possibilita viver uma vida de total dedicação e empenho para com a obra de Cristo na Terra.

3. A perseverança proveniente da esperança.

Paulo também se alegra com a igreja de Tessalônica pois ela estava perseverante na fé, e esta fé era motivada pela esperança. Não podemos negligenciar nossa esperança em Cristo Jesus, pois quantas vezes já tentamos viver uma vida de santidade apenas movidos pela obrigação de sermos santos e nada mais, e acabamos nos deparando com a total falta de consolo e desesperança? Quão longe estávamos da verdadeira esperança quando assim procedemos! Paulo nos diz que a verdadeira perseverança deve brotar de um coração esperançoso na obra de Cristo, um coração que apesar das dificuldades, consegue enxergar o alvo a sua frente e correr desesperadamente até ele. (Fp 3.14)

Precisamos nos apegar a firme esperança cristológica. Esperança esta que nos leva a almejar a tão prometida vida eterna e que nos permite perseverar até o fim da caminhada cristã terrena. Não há como querermos viver uma vida inteira para Cristo se não nos apegarmos firmemente à esperança das promessas deixadas por Cristo em sua Bíblia Sagrada. A fiel perseverança na vida do cristão é fruto único e tão somente do Espírito Santo, que o habilita a dedicar-se com todo o fervor, intensidade e amor à esperança que lhe foi proposta.

Que a graça de Deus nos ilumine e nos fortaleça!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Satanás quis ser independente

Texto por
Erwin Lutzer
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Em que sentido então ele poderia ser “semelhante ao Altíssimo”? Apenas nisso: ele achou que se tornaria independente. Ele sabia que suas realizações sempre seriam apenas uma sombra daquilo que Deus pode fazer. A alegria, contudo, de saber que agiria sem a aprovação de Deus, fazia o risco valer a pena. Então poderia dar ordens e não mais recebê-las. Pelo menos esse era o seu plano.

A ironia é que na independência alardeada por Satanás, na realidade, tornar-se-ia outra forma de dependência à vontade e aos propósitos de Deus. Realmente, ele não dependeria da orientação do Todo-Poderoso nas decisões que tomasse, mas cada um dos seus atos de rebelião estaria debaixo do controle cuidadoso e da direção de Deus.

Ele, com certeza, podia desafiar o Criador, mas todas as suas atividades sempre seriam restritas àquilo que Deus permitisse. Sua independência só a muito custo poderia ser digna desse nome. Ele se rebelou para não ser mais um servo de Deus e, apesar disso, jamais conseguiu ou conseguirá sua independência.

Se Milton pensou estar certo ao dizer que Lúcifer preferiu ser rei no inferno do que servo no céu, ele (Lúcifer) estava completamente enganado. Lúcifer descobriu, para seu desgosto, que no final continuaria eternamente servo de Deus. E, como a Bíblia ensina claramente, não existem reis no inferno!!

Aquele que odiava a idéia de servir, tornar-se-ia um outro tipo de servo. Ao invés do serviço voluntário, abraçaria uma servidão relutante, um serviço com uma motivação diferente em direção a um final diferente; mas, de qualquer maneira, sempre um servo. Finalmente como fazia quando ambos estavam em harmonia.

Satanás estava condenado a uma existência vazia, interminável, sem descanso, e miserável. Ele sempre seria impelido a desprezar a Deus e tentar agir contra Ele. Ainda assim, no final, seria compelido a promover os propósitos divinos. Ao invés da alegria na presença de Deus, teria eterna humilhação; no lugar do amor de Deus, receberia a ira e o juízo eternos.

O orgulho fez com que Lúcifer perdesse todos os seus privilégios. Ele assumiu um grande risco, ao achar que, se não pudesse destronar a Deus, pelo menos conseguiria estabelecer seu próprio trono, em algum lugar do Universo. Ele subestimou a Deus e superestimou a si mesmo.

Fonte: Cinco Solas

terça-feira, 6 de julho de 2010

Por que você segue Jesus?

Texto por
Filipe Luiz C. Machado
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"E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou." João 6.25-27

O Evangelho de João (assim como os outros 3 evangelistas) nos retrata a primeira multiplicação de pães. Jesus se compadece da multidão e os alimenta. Logo após, o povo pensa em proclamar Jesus como seu rei. Queriam proclamá-lo rei, pois a sua tradição judaica dizia que o messias prometido haveria de estabelecer paz e arrumar o sistema de governo. Em suma, eles esperavam uma espécie de presidente, cujo qual iria governar retamente e sem injustiça. Mas Jesus, sabendo que não era esse o propósito de sua vinda, se afastou deles. Algum tempo depois, nos é relatado o episódio onde Jesus anda sobre as águas e depois isso, nos é contado que a multidão voltou para encontrar Jesus. E é neste último ponto que gostaria de tecer alguns comentários.

v. 25: "E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui?"

O texto anterior a este versículo, mostra que a multidão havia ido procurar Jesus exatamente no lugar onde Ele havia multiplicado os pães e peixes. Ficaram admirados por não encontrarem Jesus no local onde esperavam. Talvez achassem que ali fosse o local de ação comunitária de Jesus e seus discípulos. Queriam encontrá-lo no mesmo lugar, mas Jesus não tinha os mesmos planos que a multidão.

v. 26: "Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes."

A multidão não estava procurando Jesus pelo que Ele era em sua essência, mas sim pelo que Ele fazia! Não haviam ido até Jesus para buscar algum conhecimento ou se deleitar com as palavras do mestre, mas sim para saciar a sua breve e momentânea fome. Eles queriam um messias que preenchesse as suas necessidades, e não um messias que lhes diria qual era a sua necessidade. A multidão seguia Jesus pelas suas benfeitorias para com a comunidade judaica e não por Seu poder de lhes conceder o verdadeiro sustento.

v. 27: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou."

Jesus não havia alimentado aquela multidão para que ela voltasse novamente aos seus pés suplicando por comida. Jesus como filho de Deus, sabia que era importante alimentar aquele povo, porém a alimentação que havia oferecido anteriormente não era sinônimo de que ele era o rei tão esperado por eles; era apenas para demonstrar-lhes a sua bondade e poder recebido do Pai. Jesus então precisa alertar a multidão para que não trabalhassem pela comida fútil, que é digerida e logo se vai, mas deveriam trabalhar pela verdadeira comida, que é a que "permanece para a vida eterna".

Quantas vezes você já foi até a igreja para buscar apenas aquilo que você gostaria? Já parou para pensar qual o motivo de sua ida até a igreja, leitura da palavra e oração? Assim como Jesus alertou aquela multidão, Ele também nos alerta dizendo que o motivo pelo qual O seguimos é de suma importância! Não devemos focar nossa ida a igreja pensando nos amigos, amizades, diversão, música e tantas outras coisas que envolvem uma vida em comunidade. O foco da reunião eclesiástica deve ser adorar a Cristo e reverenciar o seu Santo Nome, não por aquilo que Ele faz, mas sim pelo que representa em nossas vidas!

Você se alegra em Cristo? Assim como o salmista, você pode dizer que tem "prazer nos teus decretos"? A quantidade de alegria que temos em Cristo Jesus é o tamanho da motivação que temos para viver uma vida de santidade e piedade. Enquanto vivermos tal qual a multidão, buscando Jesus para obter milagres e barriga cheia, estamos destinados ao fracasso e fora da comunhão real com o salvador.

Jesus nos dá um grande alerta: "trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna". Amado, se você tem buscado a Deus para obter coisas terrenas, buscado a Deus para conseguir bênçãos, buscado a Deus para satisfazer seus próprios desejos e vontades, buscado a Deus para alavancar projetos sociais e estes elevarem sua posição na sociedade, lamento informar, mas tudo o que você conseguir, somente levará para um lugar: o inferno.

Reflita sobre isso! Não vale a pena! Não trabalhe pelo melhor carro, melhor casa, melhor roupa, melhor status, trabalhe "pela comida que permanece para a vida eterna", pois é esta a verdadeira comida que nos levará aos braços do Pai.

Deus abençoe!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Soberania, Liberdade e Poder de Deus

Texto por
R. C. Sproul
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Na maioria das discussões sobre predestinação, há uma grande preocupação em proteger a dignidade e a liberdade do homem. Mas precisamos também observar a crucial importância da soberania de Deus. Embora Deus não seja uma criatura, Ele é pessoal, com suprema dignidade e suprema liberdade. Estamos cientes do delicado problema que envolve o relacionamento entre asoberania de Deus e a liberdade humana. Precisamos também estar cientes do estreito relacionamento entre a soberania de Deus e a liberdade de Deus. A liberdade de um soberano é sempre maior que a liberdade de seus súditos.

Quando falamos de soberania divina, estamos falando sobre autoridade de Deus e sobre poder de Deus. Como soberano, Deus é a suprema autoridade do céu e da terra. Toda outra autoridade é uma autoridade menor. Toda outra autoridade que existe no universo é derivada e dependente da autoridade de Deus. Todas as outras formas de autoridade existem ou pela ordem de Deus ou pela permissão de Deus.

A palavra autoridade contém em si a palavra autor. Deus é o autor de todas as coisas sobre as quais Ele tem autoridade. Ele criou o universo. Ele possui o universo. Sua propriedade lhe dá certos direitos. Ele pode fazer com seu universo o que for agradável à sua santa vontade. Da mesma maneira, todo o poder no universo flui do poder de Deus. Todo o poder no universo é subordinado a Ele. Até mesmo Satanás não tem poder para agir sem a soberana permissão de Deus.

Fonte: Eleitos de Deus

O culto online e a tentação do Diabo

Você conhece o plano de fundo deste texto olhando no retrovisor da história recente: pandemia, COVID-19... todos em casa e você se dá conta ...