Muitos têm argumentado em favor de uma completa abolição de toda e qualquer contribuição à Igreja de Cristo, sustentando, para tanto, que o dízimo passou a vigorar apenas na Lei de Deus dada a Moisés. Acontece, que isto não é verdade. Assim lemos: "E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo" (Gn 14.18-20). Sim, é sabido que que Abrão entregou o dízimo dos despojos de guerra, mas o que fez, de qualquer modo, continuou sendo dízimo (veremos mais para frente alguns detalhes importantes).
Assim, de maneira breve, verifica-se que o fundamento do dízimo e seu alvo não é a Lei ou a nação de Israel, mas Cristo Jesus, "único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores" (1Tm 6.15). Daí, porque, lemos o próprio Mestre afirmar: "Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mt 22.21; Mc 12.17; Lc 20.25) - a César (representando o Estado) são os tributos governamentais, ao passo que a Cristo é o coração e tudo o que possuímos.[1]
2.1 Um tributo que não era dinheiro
"
Tomai do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao SENHOR: ouro, prata e cobre, Como também azul, púrpura, carmesim, linho fino, {pêlos}) de cabras, E peles de carneiros, tintas de vermelho, e peles de texugos, madeira de acácia, E azeite para a luminária, e especiarias para o azeite da unção, e para o incenso aromático. E pedras de ônix, e pedras de engaste, para o éfode e para o peitoral" (Êx 35.5-9); "
E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente. Arão as porá em ordem perante o SENHOR continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o candelabro de ouro puro porá em ordem as lâmpadas perante o SENHOR continuamente" (Lv 24.1-4); "
Tudo que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás. Os que deles se houverem de resgatar resgatarás, da idade de um mês, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras" (Nm 18.15-16).
Nestes breves versículos, podemos observar que além do dízimo pago (veremos a seguir), o povo de Israel era incumbido de muitos outros tributos sobre sua nação, de modo que o dízimo era, também, como que um tributo, todavia, destinado aos levitas e para a manutenção do tabernáculo/templo e seus sacerdotes. Observemos que a Escritura nos diz que o povo deveria levar "
azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente" (grifo meu), indicando que não bastaria uma única oferta durante toda a vida, e sim um contínuo sustentar.
2.2 Um tributo que era alimento aos sacerdotes
"
Os sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança com Israel; das ofertas queimadas do SENHOR e da sua herança comerão. Por isso não terão herança no meio de seus irmãos; o SENHOR é a sua herança, como lhes tem dito. Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que oferecerem sacrifício, seja boi ou gado miúdo; que darão ao sacerdote a espádua e as queixadas e o bucho. Dar-lhe-ás as primícias do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e as primícias da tosquia das tuas ovelhas. Porque o SENHOR teu Deus o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista e sirva no nome do SENHOR, ele e seus filhos, todos os dias" (Dt 18.1-5).
O motivo dos israelitas terem de sustentar "
toda a tribo de Levi", é porque estes "
não terão parte nem herança com Israel". Quando lemos atentamente a distribuição de terras às doze tribos, vemos que justamente a tribo de Levi não ganhou porção alguma de terra, pois "
o SENHOR é a sua herança". Mas, como homens que eram e por não terem qualquer porção de terra para plantarem ou criarem animais, "
será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que oferecerem sacrifício, seja boi ou gado miúdo". Era preciso sustentar todos os levitas - e o motivo era grandioso: "
Porque o SENHOR teu Deus o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista e sirva no nome do SENHOR, ele e seus filhos, todos os dias". A tribo de Levi havia sido separada para trabalhar exclusivamente no templo, de modo que se algum israelita negligenciasse sua doação a eles, estes padeceriam necessidades e não poderiam servir ao Senhor; caso isso acontecesse, o fogo se apagaria, os levitas morreriam de fome e o tabernáculo (posteriormente, templo) se extinguiria, afinal, não haveria quem pudesse trabalhar nem quem sustentasse os levitas. Certamente que isto seria impossível, pois uma vez que Deus é soberano e tudo que decreta, faz também acontecer, tanto os levitas como o povo de Israel, continuamente levariam o ordenado pelo Senhor.[
2]
2.3 O dízimo que servia de comida à família e também aos trabalhadores do templo
"Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo" (Dt 14.22-27).
Este texto nos ensina preciosas verdades. Em primeiro lugar, colocando um imperativo, uma ordem: "Certamente darás". Não era opcional o sustento da casa de Deus, pois haviam pessoas e toda uma obra que deveria ser levada adiante. Em segundo lugar, este dízimo não poderia ser oferecido em qualquer lugar, mas somente "no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome". Em terceiro lugar, a prática do dízimo tinha um objetivo específico de Deus para com seu povo: "para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias". Em quarto lugar, notamos a sabedoria e bondade de Deus para com os Seus, pois, embora o povo tivesse que dar "os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas", poderia acontecer que o lugar de os oferecer fosse muito longe, inviabilizando completamente o levar de toda aquela mercadoria, bem como todos os animais "e a tua casa" (lembremos que as famílias viviam num grande espaço de terra; avôs, avós, tios, sobrinhos, mulheres grávidas, crianças de colo...). Sabendo e determinando (em sua predestinação) que isto viria a acontecer, diz o Senhor: "E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus".
Precisamos fixar este entendimento: o próprio dízimo (grãos, animais...) poderia ser "transformado" em dinheiro, caso fosse necessário. E mais: este dízimo era comido pela própria família! Quer dizer, havia uma separação para o Senhor, mas pela graça divina, quem usufruía eram os próprios israelitas! "E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa". Atentemos, contudo, para a ressalva que faz o Senhor: "Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo". Isto implica em dizer que, mesmo a família comendo o próprio dízimo, não deveria desamparar o levita, pois ele vivia exclusivamente das doações. Estas doações, então, não deveriam ser ínfimas, pois os levitas (muitos deles, toda uma tribo) necessitavam do completo sustento.[3]
Acrescente-se ainda que, mesmo a família indo até o local "que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome" e lá comer e entregar os dízimos, deveria: "Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem" (Dt 14.28-29). Portanto, não bastava apenas "ir e oferecer" os dízimos, mas também dever-se-ia guardar outro dízimo "Ao fim de três anos", para quando os que não tinham porção de terra ("o levita... e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva") viessem, pudessem ter o que comer.
O que tudo isso nos ensina? Em breve síntese, que o sistema do Antigo Testamento era completamente oposto ao que temos visto hoje em dia. Não conheço uma pessoa sequer que "Ao fim de três anos", guarda certa quantia de dinheiro para ajudar os necessitados; também não me recordo de ter visto alguém separando o dízimo, comprando comida com ele, comendo e repartindo com os demais irmãos (pois hoje, como é sabido, todos os crentes são como que levitas diante do Senhor, devido ao sacerdócio ser universal).[4]
Desta forma, precisamos compreender qual a maneira correta de aplicar esta verdade.
Nem todas as contribuições era iguais
Devemos lembrar acerca da importância de considerarmos o Antigo Testamento em sua completude, isto é, precisamos atentar para o fato de o dízimo ser parte integrante de um corpo maior. Considerar o dízimo, isolado das demais contribuições e deveres que os israelitas tinham, é violar os princípios de interpretação bíblica e colocar um peso que a própria Palavra não autoriza. Destarte, se verifica que nem todas as contribuições eram fixas e intransigíveis, quer dizer, muitas vezes cada pessoa contribuía/pagava com o que podia:
"Mas, se der à luz uma menina... trará um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado... O qual o oferecerá perante o SENHOR... Mas, se em sua mão não houver recursos para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos, um para o holocausto e outro para a propiciação do pecado; assim o sacerdote por ela fará expiação, e será limpa" (Lv 12 5-8). Neste texto temos um real exemplo de proporcionalidade. A regra para àqueles que possuíssem posses era de trazer "um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado". Porém, caso não houvesse condições de se trazer estes animais, "então tomará duas rolas, ou dois pombinhos, um para o holocausto e outro para a propiciação do pecado".
Muitos outros textos poderiam ser citados para confirmar esta verdade, mas a fim de cumprir a promessa de ser breve, deixo ao encargo do leitor os demais textos (capítulos 5, 14, 27 de Levítico - dentre outras passagens).
O dízimo em Malaquias 3.10
De todos os textos usados para defender o dízimo, talvez nenhum seja mais usado que este. Olhemos-o: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes" (Ml 3.10).
Assim como o amor por dinheiro é a raiz de muitos males (1Tm 6.10), a ignorância é a mãe de muitos pecados (Os 4.6). Precisamos entender para quem Malaquias estava escrevendo.
A carta começa com os dizeres: "Peso da palavra do SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias" (Ml 1.1). Lemos, então, a advertência: "E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o que foi roubado, e o coxo e o enfermo; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o SENHOR" (M 1.13). Posteriormente, se evidencia que a carta não era somente para o povo que estava oferecendo animais impuros (leia todo o capítulo 1), mas igualmente: "Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós" (Ml 2.1). Portanto, a carta de Malaquias não foi escrita somente para o povo, mas também aos sacerdotes, aqueles que administravam e recebiam os alimentos para consagrarem ao Senhor.[5]
Dito isso, olhemos o texto proposto. Este texto diz claramente: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro". Aqui se encontra um dos trunfos da interpretação: "à casa do tesouro". Não é necessário muito conhecimento para saber o que era a casa do tesouro, pois o próprio texto fornece a dica: "para que haja mantimento na minha casa". A casa do tesouro era onde eram guardados os mantimentos que o povo enviava aos levitas e sacerdotes. Era um lugar onde ficavam estocados tudo que era recebido, a fim de que houvesse sustento na casa do Senhor. Mas, devemos lembrar que Israel era um Estado, isto é, uma nação, regida por regras próprias e princípios ímpares em relação aos gentios. Isto demonstra que a casa do tesouro, talvez, pudesse se associar ao nosso Tesouro Nacional - "A Secretaria do Tesouro Nacional é responsável pela administração e utilização dos recursos financeiros que entram nos cofres do Estado brasileiro".[6] É, então, por causa disso, que não podemos pretender fazer este texto dizer o que ele não diz, afinal, vemos claramente que hoje não existe mais uma "casa do tesouro" bíblico, real e fixo como antigamente.
Não podemos, contudo, desprezar as promessas de Deus sobre os que contribuíssem de acordo com o estipulado pelo Senhor: "e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes". O próprio Senhor prometeu abençoar os que trouxessem àquele lugar o que era devido - mas não prometeu quando, quanto e nem onde; tão somente afirmou: "até que não haja lugar suficiente para a recolherdes" - ou seja, o importante era crer que haveria grande bênção sobre o povo de Israel.
Vale observar que a bênção não é dirigida aos indivíduos, e sim à coletividade, fazendo com que entendamos que o povo de Deus, como um grande corpo, deve contribuir ao Senhor - e quando isto acontecer, o Senhor nos abençoará grandemente.[7]
O dízimo no Novo Testamento
No intuito de avançarmos para a finalização, pontuemos que muitos têm afirmado que por o Novo Testamento silenciar a esse respeito, nós devemos fazer o mesmo - isto é, deixar sob o critério de cada cristão o contribuir ou não. Mas este é um pensamento falacioso, pois muitas das doutrinas bíblias são entendidas sob a ótica da lógica dedução - por exemplo: não somos informados que no Novo Testamento as mulheres cantem no culto, que as meninas sejam batizadas (no AT apenas os meninos eram circuncidados), que mulheres tomem da ceia junto com homens; também não temos qualquer versículo literal que fale da união das duas naturezas de Cristo (divina e humana) ou que contenha a palavra trindade... Assim sendo, precisamos do auxílio do Espírito Santo para "ligarmos os pontos" e compreendermos a Verdade.
O primeiro registro neotestamentário vem do próprio Cristo: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas" (Mt 23.23). Jesus não está censurando o dízimo dos escribas e fariseus, pois chega até mesmo a afirmar que o que faziam era bom - "deveis, porém, fazer estas coisas". O problema daqueles homens era que "desprezais o mais importante da lei" - e o que era o mais importante? "o juízo, a misericórdia e a fé". Tais pessoas viviam uma religião de aparência, de profissão de fé vazia. Noutro momento, Cristo até mesmo os censurou por darem mais valor aos animais do que às pessoas carentes (veja o capítulo 12 de Mateus).
Ressalta-se também que, agora no Novo Testamento, os israelitas (hoje, todos os cristãos - leia Romanos 11) não vivem mais sobre o Estado de Israel, o que implica dizer que os cristãos devem obedecer também as demais autoridades. Jesus foi um exímio exemplo, até mesmo pagando impostos: "Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti" (Mt 17.27). Paulo também afirmou: "Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra" (Rm 13.5-7).
"No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar" (1Co 16.2 - grifo meu). É preciso evidenciar este fato para que não sejamos levados pelo legalismo ou pela libertinagem. Devido a estas coisas, nos é mister atentar para que sob a égide da Nova Aliança pelo sangue do cordeiro (Hb 9:15; 12.24), os crentes continuam com seus deveres sobre o dízimo - não como comumente se diz, mas como a Palavra requer.
Por fim, estes são os requisitos que devem ser balançados, a fim de que tenhamos o correto entendimento acerca do dízimo para nós. Ele é:
1. Mandamento de Deus e já realizado antes da outorgada Lei;
2. Parte integrante de um sistema maior de tributos, contribuições e necessidades sociais;
3. Não era somente para o sustento dos levitas e sacerdotes, mas também das famílias e dos pobres;
4. Quando não se tinha condições de contribuir com determinado tributo, se fazia de acordo com as posses;
5. Por não vivermos mais em Israel como nação, devemos entender quais são as aplicações para nós;
6. No Novo Testamento, foi sancionado (aprovado) por Jesus, mas com a ressalva de que deveria-se não desprezar o mais importante;
7. Existem tributos para o governo e dízimos para Deus;
8. Deus promete ainda hoje abençoar seu povo mediante os dízimos, e não um indivíduo isolado;
9. Paulo menciona que devemos dar segundo o que possuímos.
Conclui-se, então, que os dízimos (a décima parte) são válidos para nós, mas não como uma fração irredutível, mas um padrão aceitável a Deus. Talvez pudéssemos dizer que a melhor expressão seria "contribuição", no lugar de "dizimar", uma vez que o princípio não expressa um valor ou quantia específica, mas um princípio, a saber: 100%
Se alguém se perguntar: "Quanto devo contribuir? Qual é o padrão das Escrituras?" A resposta é: "Com seu dízimo, o padrão bíblico". Alguém também pode dizer: "E se eu puder dar mais que 10%?" Se evidencia, então: "Deve assim realizar, de acordo com as possibilidades, pois os 10% são um padrão, apenas". Outra pessoa, porém, pode dizer: "Mas eu não possuo quaisquer condições, meus filhos estão doentes, meu marido desempregado, pagamos aluguel...". Para esta, o jugo também é suave e o fardo é leve, devendo contribuir "conforme a sua prosperidade", mesmo que esta prosperidade seja o comprar comida para a casa e saciar a necessidade - "come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa".
Que Deus nos abençoe.
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