sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Por que "fecha a porta e ora a teu Pai que está em secreto"?


"E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente" (Mt 6.5-6).

Você já se perguntou por qual motivo nosso Senhor Jesus Cristo prescreve que os crentes, constantemente, devem orar ao Pai em secreto, isto é, sozinhos? Eis, abaixo, alguns motivos pelos quais entendo que esta passagem bíblica existe para nossa edificação.

1. Porque não devemos ser como os hipócritas, que buscam o louvor dos homens (Mt 6.5);

2. Porque todo aquele que busca agradar a homens em seus desejos, não agrada a Deus (Gl 1.10);

3. Porque o ato de orar não é ocasião para demonstrar suposta santidade aos outros (Lv 20.7; 1Pe 1.16);

4. Porque o Senhor visita os que possuem um coração quebrantado e contrito (Sl 51.17);

5. Porque o Senhor, embora esteja em todos os lugares, é somente achado por aqueles que O buscam de maneira diligente (Jr 29.13);

6. Porque o objetivo da oração é buscar uma maior intimidade com Deus, o que é impossível em meio a diversas pessoas e compromissos agitados (Mt 14.23; Mc 6.46);

7. Porque é com a oração que pedimos a Deus aquilo que tanto nos parece impossível e muitas vezes sem saída (2Rs 4.32-35);

8. Porque Deus não vê como homem, pois olha para o coração (1Sm 16.7);

9. Porque a sós com Deus, somos persuadidos de que nada temos a oferecer, senão o clamar por misericórdia e entoar louvores de gratidão (Sl 40.5);

10. Porque embora a porta esteja fechada para as coisas do mundo, os céus se abrem para receber o santo pecador redimido (Ct 5.4);

11. Porque a recompensa pública ocorre na intensidade e ocasião que Deus quiser, sempre, porém, precedida de humildade, pois o orgulho precede a ruína (Pv 16.18).

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Amando nossas esposas ainda quando solteiros


Ultimamente tenho meditado e conversado muito à respeito do matrimônio, razão pela qual decidi escrever sobre o assunto. Creio que a disposição de nos prepararmos para o casamento demonstra o quanto já amamos ou não nossas esposas. Na minha concepção a preparação para o casamento é, em si, um ato de amor consumado.
Como posso me preparar para amar a minha esposa desde já? Ou, mais especificamente, como posso amá-la hoje, mesmo sem conhecê-la? É sobre isso que pretendo discorrer.

Trabalhando duro:
Nos primeiros capítulos de Gênesis temos uma descrição clara dos papéis de homem e mulher no lar (tanto antes da queda quanto depois, suas funções são as mesmas). E nós, homens, fomos chamados para derramar nosso suor no trabalho (Gn 3.17). Através dele e pela graça de Deus (Sl 127.1,2) levaremos o sustento para nossas casas. Enquanto solteiros devemos nos esforçar arduamente em nossa profissão visando o futuro de nossa esposa e filhos.
Essa parte do trabalho é ponto pacífico, mas gostaria de tratar da questão braçal, daquilo que fazemos fora do ambiente de trabalho.
A vida cristã não é para preguiçosos (2 Ts 3.10), assim também o casamento. Não podemos nos esquecer de forma alguma que nosso “trabalho duro” não se resume às 8 horas diárias de nossas profissões. É triste ver homens SOLTEIROS que depois de um longo dia de trabalho só querem chegar em casa, sentar no sofá e relaxar! Temos que aprender desde já a não nos darmos descanso. Seremos responsáveis por resolver todos os problemas da casa, desde trocar uma lâmpada até fazer uma mudança inteira. Qualquer acidente no lar, reparos necessários, ajustes, levar o lixo para fora, carregar as compras, concertar um móvel (ou automóvel), furar uma parede, limpar o telhado, desentupir uma pia, etc… Tudo estará sobre os nossos ombros! Em nosso papel de maridos, NÃO HÁ ESPAÇO PARA PREGUIÇA! Então desde hoje precisamos aprender a ver o trabalho DURO E ÁRDUO como uma bênção de Deus, e nos deleitarmos nele sem murmuração alguma e muito menos preguiça ou “corpo mole”. Se hoje fugimos ou evitamos essas tarefas muito mais o faremos quando nos casarmos. Dessa forma traremos estabilidade, segurança e descanso para nossas esposas no futuro.
Estudando a Palavra:
Uma outra forma de demonstrarmos amor verdadeiro pelas nossas futuras esposas é nos esmerarmos desde já no estudo da Palavra de Deus sendo, desta forma, homens que manejam bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15). Não seremos apenas provedores de nossos lares, mas também sacerdotes e profetas. Isso significa que teremos a responsabilidade diante de Deus de trazer o ensino de sua verdade primeiramente à nossa esposa e, posteriormente, aos nossos filhos. Devemos aproveitar ao máximo nosso tempo de solteiros para nos debruçarmos sobre a Bíblia firmando em nós os fundamentos de nossa fé.
Quanto mais literatura, melhor. Procurando bons comentários bíblicos, confissões de fé reformadas (principalmente a de Westminster), obras de nossos irmãos do passado (os pais da igreja, reformadores, puritanos) e também os do presente! Tudo isso, na medida do possível, debaixo de uma orientação pastoral firme para não nos deixarmos levar por doutrinas mirabolantes e formarmos uma teologia “Frankenstein”. Mas que façamos um arcabouço seguro, forte e harmônico do que toda a Bíblia nos traz.
Amando ao nosso próximo como a nós mesmos:
Uma das maneiras mais práticas de se preparar para amar nossas esposas é amando aqueles que nos rodeiam. O modo como nos relacionamos com os outros hoje será o modo como trataremos nossas esposas amanhã! Eu nunca me esqueço das palavras de meus pais durante minha disciplina, especificamente após ter pecado contra minha irmã. Eles confrontavam meu pecado aplicando-o, também, ao casamento. Sempre me perguntavam se era dessa forma que eu agiria com minha esposa! E eu, com toda a certeza, dizia: “É claro que não! Nunca agiria assim com a minha esposa”. Quanta ingenuidade e orgulho! E nisso muitos também se enganam… Se você, HOJE, não respeita seu próximo seja ele quem for não pense que o fará depois de colocar a aliança no dedo. Amando nosso próximo dia após dia estaremos exercitando em nós o mesmo sentimento que Deus teve para conosco em Cristo Jesus, com um amor sacrificial, que se coloca em posição inferior ao próximo (Fp 2.3), que não procura seus próprios interesses e não se exaspera (1 Co 13.4-7). Ao obedecermos com alegria este mandamento, muito mais o faremos com aquela que será osso dos nossos ossos e carne da nossa carne! A forma com que você se relaciona hoje com seu próximo será a forma como se relacionará com sua auxiliadora no futuro. Se você quiser amar sua esposa verdadeiramente no matrimônio, o faça hoje com aqueles com quem você convive.
Buscando o padrão de Mateus 5.3-9:
Bem-aventurados os humildes de espírito; os que choram; os mansos; os que têm fome e sede de justiça; os misericordiosos; os limpos de coração; os pacificadores.
Como não citar as bem-aventuranças? No início do sermão do monte, nosso Senhor Jesus nos traz uma dura e, ao mesmo tempo, consoladora palavra a respeito daqueles que pertencem ao reino dos céus. Dura porque sabemos que é um padrão muito acima daquilo que somos capazes; e consoladora porque sabemos que o Senhor nos dá graça para perseverarmos nesses caminhos. Todas essas características devem ser buscadas e almejadas por nós como cristãos, primeiramente. Sabendo que nosso Deus ouve nossas orações e não nega seu Espírito aos que o pedem de coração. Em desejarmos, buscarmos e praticarmos estas coisas encontraremos o favor do Senhor em nossas vidas espirituais particulares e, posteriormente, conjugal e familiar. Amamos nossas esposas ao forjarmos em nós desde já uma semelhança com nosso Salvador.
Buscando o padrão de Gálatas 5.16-26:
Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Praticamente todo cristão sabe de cabeça os frutos do Espírito, entretanto creio que nem todos vêem a real importância deles em nossas vidas porque não o enxergamos dentro do contexto em que está inserido. Esta passagem trata de mortificação do pecado! Porque é através dela que tais frutos são produzidos em nós. Precisamos destruir nossa carne crucificando-a da mesma forma cruenta e impiedosa que fizeram com nosso Salvador na cruz (e esta é a idéia contida no verso 24). Estamos em guerra! “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne”. Aquele que se der por desavisado será tragado repentinamente! Não podemos viver em paz com o pecado, antes, temos que tratá-lo com a mesma vileza com que ele nos assedia, usando de todos os meios de graça que o Senhor nos concedeu para tal. Esse processo de mortificação diária em nossas vidas produzirá tais frutos do Espírito em nós e em nosso futuro lar! Ao declararmos guerra contra o pecado desde já individualmente, estaremos nos firmando em uma vida prática de piedade que trará benefícios enormes à nossa futura esposa e filhos. Quão grande é tal prova de amor!
Buscando o padrão de 1 Timóteo 3.1-3:
Irrepreensível, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho, não violento, cordato, inimigo de contendas, não avarento.
Nesta passagem estamos diante das qualificações necessárias a todo aquele que aspira ao episcopado (o ministério pastoral). Todas essas virtudes devem ser marcas características do homem que almeja pastorear a igreja de Cristo, mas creio que não seria insensato dizer que é um padrão para todo aquele que se diz filho de Deus. Se quisermos nos tornar homens intrépidos em nossa peregrinação, devemos proceder de tal forma. Homens com essas características são aqueles que lutam pela igreja de Cristo com unhas e dentes (sendo estes bispos ou não). Homens com essas qualificações são capazes de conduzir seus lares de acordo com a mente do nosso Senhor Jesus Cristo, com toda a humildade e verdade baseada no fundamento que jamais se abalará. Quão estável e agradável é o lar direcionado por alguém com todas essas virtudes. Com toda a certeza, o coração de sua esposa repousará tranquilamente em tal liderança.

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. Quem ama seu filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10.37)

Aquele que busca trabalhar e moldar sua masculinidade através destes princípios bíblicos está, primeiramente, amando a Deus acima de todas as coisas e em segundo lugar está amando e aprendendo a amar sua futura esposa mesmo que ainda não a conheça. Mas, é claro, devemos estar atentos para não invertermos os papeis: é o nosso relacionamento com Deus que irá nos moldar como maridos piedosos, é o nosso amor a Deus que irá gerar o amor ao nosso cônjuge. Porque tudo que foi abordado é, antes de mais nada, nossa obrigação vertical para com Deus.

“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (I Jo 4.20)

Se você busca todos essas virtudes já está se preparando para amar plenamente sua companheira e isso trará delícias ao relacionamento que, consequentemente, refletirá a verdade do evangelho. (Não são poucas as crises que se desencadeiam no casamento por conta da falta de preparação para o matrimônio. E refiro-me especificamente ao homem, pois se o lar não vai bem é sobre ele que repousa toda a responsabilidade).
“Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja”:
Por fim, temos um ensinamento claro nas Escrituras de que tudo que se refere ao relacionamento conjugal aponta primordialmente para a aliança entre Cristo e sua Igreja! Nós, como futuros maridos, devemos nos preparar o quanto antes para nosso casamento. Entretanto muitos podem objetar: “ah, essa preparação toda pode nunca redundar em nada, porque pode ser da vontade de Deus que eu nunca me case” ou “Essa preparação é tornar a esposa um ídolo em nossos corações”. E como réplica a tal argumento digo que, antes mesmo de sermos maridos em potencial, somos todos NOIVA DE CRISTO. Ao observarmos e andarmos de acordo com todas essas Palavras não estamos somente nos preparando para o nosso casamento daqui deste mundo, mas estamos em preparação para as bodas do Cordeiro, onde Cristo nos tomará para todo o sempre e seremos purificados por seu sangue, e assim passaremos toda a eternidade nesse casamento maravilhoso.
Então, no final das contas, ao nos esmerarmos arduamente para desposar aquela que amamos, estamos nos preparando para recebermos nosso Noivo. Ao amarmos nossa esposa (sendo ainda solteiros ou casados) estamos amando a Cristo. Porque o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Ao dedicarmos nossos esforços na preparação de um relacionamento conjugal, estamos nos preparando para a volta de nosso NOIVO, Jesus Cristo. Deus guarde nossos corações para que não vejamos o casamento como um fim em si mesmo, mas como o relacionamento eterno de Jesus Cristo e sua igreja redimida. “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36)
- por Israel Quaresma
Fonte: Inconformados

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Algumas breves dicas para corrida



Já aviso, de antemão, que não sou qualquer expert em corridas. Como alguns têm acompanhado, comecei a correr no início deste ano e, portanto, o que abaixo descreverei, foram dicas colhidas de diversas fontes (quase todas do site corridanoar.com.br) e que me foram úteis - pode ser que não o sejam para você, mas não custa tentar.

O tipo de tênis

É comum as pessoas começarem a correr e se perguntarem sobre o óbvio: qual tênis devo escolher? A resposta geralmente é: "tênis bom é tênis caro" - mas isso não é verdade. Em verdade, antes mesmo de você ter ciência sobre qual tênis lhe agrada, é preciso aprender a correr, entender a dinâmica do esporte (um pouco no tópico abaixo), para depois pensar em comprar um tênis adequado - isso mesmo, no início, bem no começo da atividade, vá com qualquer tênis (ou mesmo descalço) e aprenda os movimentos corretos.

Após aprendido, procure entender qual tênis proporciona melhor corrida. Lembre-se, todavia, de que o "melhor" é aquele com o qual você se sente bem, confortável - pouco importando a marca ou preço.

Você pode ler mais sobre isso neste artigo.

A forma de aterrizar com o pé e postura

Muitas pessoas usam o calcanhar para aterrizar, mesmo que não tenham consciência disso. Ora, o calcanhar não serve a esta finalidade, tendo em vista que, por exemplo, quando pulamos corda, aterrizamos com o médio-pé (nem o calcanhar, nem a ponta propriamente dita); quando descemos escadas, não colocamos o calcanhar primeiro, e sim o médio pé; quando se corre "bem rápido", é impossível colocar o calcanhar primeiro; crianças começam a caminhar usando o médio-pé...

Outra coisa a notar é a postura. Ela irá variar conforme o objetivo. Para corredores mais rápido, todo o corpo (não somente o tronco, ok?) estará ligeiramente inclinado à frente, enquanto corredores de maiores distâncias, por exemplo, correrão mais "retos", tendo em vista que a velocidade não é tanto. Nunca porém, inclinado para trás

Para saber mais sobre a forma de aterrizar e postura, veja este vídeo.

Passos largos ou curtos?

Deve-se dar passos bem largos ou curtos? A resposta é certa: curtos. Passadas muito longas fazem com que o centro de equilíbrio do corpo se perca e articulações tenham de "equilibrar" o corpo a cada novo passo, gerando tensões desnecessárias e grande risco de lesões.

Este excelente pequeno artigo poderá lhe ajudar nesta questão.

O cuidado nas descidas

Lesões ocorrem porque algo foi feito errado (muito esforço, muita distância, pouco preparo...) e isso é bastante comum durante as descidas. Lembre-se de algo importante: existem duas formas de descer uma rua/ladeira: andando ou correndo; não existe meio termo. A figura abaixo ajuda a ilustrar (o boneco de camisa azul faz o movimento correto):


Ao descer, lembre-se de jogar o corpo para frente e deixar "ele ir" (como na figura - em azul). Se a descida for muito inclinada, o melhor é andar, pois se tentar segurar o corpo (figura - em vermelho), o impacto nas articulações será muito maior e a chance de lesões será alta.

Não alongue antes das corridas

Alongar faz com que os músculos fiquem relaxados, não é mesmo? Basta lembrar da famosa "espreguiçada" na cama e a baita "moleza" que dá após isso - o mesmo vale para a corrida. Não se alongue antes das corridas, e sim aqueça. Isso mesmo, faça aquecimentos dando alguns pulos, mexendo os braços, iniciando com uma caminhada leve, mas nada de "se matar" de alongar, pois isso trará relaxamento aos músculos, fazendo com que os mesmos fiquem mais "fracos" - faça isso após as corridas, porém, de leve, tendo em vista que os músculos estarão "fracos" e toda força além do necessário sobre eles colocada será prejudicial.

Sobre o alongamento, você pode ler mais aqui.

Hidratação

O corpo precisa manter a sua temperatura corporal, por isso a hidratação é importante - não é somente para "matar a sede". Todavia, muitos exageram na hidratação e acabam "viciando" o corpo em tomar água frequentemente. Um exemplo é quando o corredor não consegue correr 5km sem tomar água! Uma coisa é se 5km para ele foram o ápice da distância, mas, mesmo assim, não justifica essa necessidade imensa de água, tendo em vista que o desgaste não foi tão grande. Sobre isotônicos (Gatorade e afins) a regra é clara: se for exercício de baixa duração (até 1 hora), não há necessidade alguma de os tomar, pois a perda de sais minerais pelo corpo será pequena.

Para saber mais, recomendo este e este artigo.

Procure novos estímulos

Nestes poucos meses de corrida já encontrei alguns amigos que diziam: "eu corro Xkm todos os dias". O problema é que isso não é benéfico, pois o mesmo estímulo estará sendo dado sempre aos mesmos conjuntos de músculos. Por exemplo, uma pessoa corre 5km todos os dias por um determinado trajeto - ora, o corpo sempre usará os mesmos músculos, o terreno será sempre o mesmo, a altimetria será igual, os passos terão a mesma cadência... nada mudará; talvez, tal pessoa se torne o "rei" dos 5km naquele trajeto, mas tenho dúvidas se alguém deseja isso.

Você, precisa, então, estimular seu corpo a novas formas. Se você corre 3 vezes por semana e o máximo de quilometragem que consegue é 10km, por exemplo, faça algo parecido com isso: 

Semana 1:
- 2ª feira: treino de velocidade; 4km em velocidade maior do que para os 10km
- 4ª feira: treino de força; 5km com passagem em morros, rampas, escadarias...
- 6ª feira: treino longo de 10km em ritmo moderado

Semana 2:

- 2ª feira: treino leve de 4km, intercalando com alguns "tiros" de 100 metros em ritmo forte
- 4ª feira: treino de força; 5km com passagem em morros, rampas, escadarias...
- 6ª feira: treino longo de 8km com algum morro ou em ritmo ligeiramente mais rápido

Veja que não há o porquê de correr sempre 10km, tendo em vista que 10km é o máximo que você consegue. Logo, se sempre tentar o máximo, vai viver cansado e/ou lesionado. E não custa lembrar: não é porque você não correu sua distância máxima na semana, que seu corpo não aguentará mais correr. Estimule o corpo e o treine que certamente os resultados virão.

Para entender mais, recomendo este e este artigo.

Entenda qual o seu foco

Desde o início não gostei de ter que correr, por exemplo, 5km em 25min, dando uma média de 5min para correr 1km. E por que isso? Simplesmente porque não aprecio ficar contando os segundos, e sim aproveitar a corrida, a paisagem e tudo em volta. Logo, este padrão de corrida faz com que eu não dê tanta ênfase na velocidade, e sim na resistência, pois prefiro correr mais longe e mais devagar, do que menos e mais rápido.

Assim, conforme for o seu desejo, serão os seus treinos. Se o seu desejo é ser um velocista de 100 metros, de nada adiantará fazer o mesmo treinamento que um maratonista; se deseja ser um ultramaratonista (qualquer corrida com mais de 42km), terá de trabalhar força, resistência, o metal e rodar muito nas estradas, diferente do maratonista de 42km.

Portanto, não treine igual ao seu amigo corredor, pois pode ser que o objetivo dele não seja o mesmo que o seu.

Alimentação e emagrecimento

Não gosto de cuidar desta parte, sou sincero. Como tudo o que desejo e por vezes até mais, infelizmente. A grande questão é não viver obcecado por algo ou crendo em mitos. Por exemplo, não adiantar comer uma salada de alface com rúcula de meio-dia e de noite querer ter "pique" para correr 15km! Seu corpo é uma máquina e precisa do combustível adequado. Inverta, se assim desejar, e coma a salada depois da corrida, mas antes, se alimente a fim de abastecer o organismo.

 Para emagrecer, basta fazer uma conta simples: gastar mais energia do que se consome - não há segredo nem mágica.

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Espero ter ajudado com estes breves dicas.
Boas corridas!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Por que existem crentes endividados?


Não é novidade nem surpresa para ninguém que vivemos numa sociedade capitalista que supervaloriza as aparências e, mais especificamente no caso do Brasil, incentiva o consumo para estimular o crescimento econômico. 

Infelizmente, também não é novidade que muitos crentes estão tão envolvidos com os valores dessa sociedade materialista que a própria Igreja tem se deixado influenciar pelo ritmo do consumismo das sociedades modernas a ponto de, algumas vezes, ser difícil discernir o crente do incrédulo se aquele não estiver com a Bíblia “debaixo do sovaco” e este com uma latinha de cerveja numa das mãos.

Os evangélicos, que deveriam ser exemplos morais, estão tão presentes quanto os incrédulos nas listas do SERASA e SPC. Dever na praça é comum, natural, banal. Quem se importa se Cristo se importa? O negócio é ter o que todo mundo tem, mostrar que pode, que sai, que usa e abusa. O caráter íntegro deixou de ser elemento essencial para o cristão, virou item de “checklist”. Alguns tem, outros não.

Alguns crentes devem e dizem que não conseguem se livrar das dívidas. Estão sempre afogados, religiosamente pedindo dinheiro emprestado a um irmão da fé, e como não podem sonegar o imposto que devem ao Estado, deixam de pagar sua contas e ficam conhecidos como crentes velhacos, inclusive dentro de suas próprias igrejas. Muitos sequer se constrangem de seu mau testemunho, pois se tivessem alguma vergonha na cara mudariam seus hábitos. Para estes que não conseguem viver um dia sem estar devendo, sugiro que façam uma rápida busca na internet por George Müller, que tinha como base para sua vida o texto de Rm 13:8: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”.

É óbvio que não estou falando aqui para viver segundo Müller viveu, nem tampouco para jogar-se para o alto financiamentos ou empréstimos eventualmente necessários para atingir-se um propósito específico. Esta crítica vai para aqueles que fazem dívidas sem possuir capacidade de pagamento, e o fazem sabendo disso. A carapuça serve para os cristãos que abusam da má fé para realizar despesas que não se sabe de onde virá o recurso para honrá-las, e especialmente para aqueles pastores que adoram fazer compromissos com base na fé alheia, sobrecarregando suas congregações com pedidos de ofertas para quitar débitos oriundos de seus desejos carnais.

Se você ganha mil reais, aprenda a viver com seus mil. Não tente ter aquilo que seu irmão que ganha dez mil possui. Viva segundo sua condição financeira, e se não consegue conformar-se vá trabalhar ou estudar para conseguir um emprego melhor, mas não desonre sua igreja nem o evangelho com seu mau testemunho. 

Reconheça que o único culpado por suas dívidas é você mesmo. Ninguém obriga ninguém a gastar. Cabe ao cristão ter nem que seja um pouquinho da firme personalidade que Cristo tinha para ter uma postura correta diante das tentações no caminho, não se deixando influenciar pelas propagandas, anseios pessoais ou amizades, usando-os como justificativa para seu atoleiro financeiro.

Só compre o que você tem plena convicção de que poderá pagar. Não gaste o que não tem, pois quando você deixa de honrar com seus compromissos alguém sai prejudicado e você, em vez de ser benção, torna-se uma maldição na vida dos outros. 

Quando acordar uma negociação, cumpra-a. Tenha palavra, “seja o seu sim, sim, e seu não, não” (Mt 5:37, Tg 5:12). Como diziam os antigos, seja homem! Seja mulher sábia, que sabe governar sua casa e que ajuda o marido a gerenciar o dinheiro da família, em vez de fazer compras fúteis que só servirão para desestabilizar a paz familiar, pois, como diz uma piada, “se você não crê no diabo, fique sem dinheiro e você verá o cão”.

Não há segredo para se ter uma vida financeira equilibrada. Basta gastar menos do que ganha. Se seu emprego não é estável, evite financiamentos e empréstimos. Evite-os sempre que possível, pois os juros comem seu dinheiro como traças consomem roupas. Olhando de perto você não percebe, mas em alguns meses o estrago é enorme. E, por último, não faça dívidas pela fé pois, por motivos óbvios, Deus não é o responsável pelas suas idiotices e, por esse mesmo motivo, não pagará suas contas.

Se você seguir esses conselhos e evitar agir como um mundano na hora de honrar seus compromissos, tenha certeza de que, além de estar honrando a Deus, terá mais paz e provavelmente melhores noites de sono.

- por Renato César
Fonte: Bereianos

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Comparando a caminhada cristã com uma corrida de 42km


Dezembro e Janeiro de 2014, férias, praia e eu acima do peso ideal - não muito além, mas o suficiente para que as calças já não entrassem com facilidade e algumas outras peças do vestuário ficassem apertadas. A situação não me agradava, pois o pequeno sobrepeso e "barriga" não eram coisas que eu gostaria de ter comigo. Resolvi, então, voltar a correr (aos 17 anos comecei pelo mesmo motivo, mas não dei sequência).

Uma semana de cada vez - primeiro alguns trotes intercalados com caminhada; depois, adquirindo confiança, algum esforço além do normal; após algumas semanas, o que anteriormente era um sacrifício, se tornou um meio para o fim: mais saúde e melhor condicionamento físico.

Em meados de março, creio, fiquei sabendo de uma corrida que aconteceria em Urubuci/SC, na data de 14 de junho deste ano. O problema é que tal corrida teria a distância de 52km, sendo metade deles, literalmente, subindo morros. Refleti, analisei, e resolvi treinar forte para isso. Resumindo a história, me lesionei devido a tanto esforço, uma vez que meu corpo não estava acostumado a isso. 

"Sonho" frustado, quase 1 mês parado, era tempo de recomeçar; se já estava correndo quase 30km (nos treinos longos), agora era tempo de retornar ao primeiro quilômetro e entender o porquê me lesionei. Lendo, conversando e buscando informações, consegui entender: má postura, má pisada, péssima dinâmica durante a corrida... E lá comecei a "aprender a aprender". Tirei os tênis e corri algumas vezes descalço, a fim de aplicar a forma correta de pisada; passei a treinar o descer de morros numa cadência não tão brusca e usando as pernas da maneira como se deveria fazer.

Corridas aqui e acolá, sem nenhum objetivo em mente (o que me prejudicava nos treinamentos), pois havia desistido dos 52km anteriores, de repente ouço falar no Soloman Bombinhas 2014, uma maratona entre trilhas e praias com paisagens alucinantes (clique no link anterior), as quais muito me apeteceram. Todavia, um problema surgiu: eu não era páreo para correr 42km, ainda mais em trilhas íngremes! "Não importa", pensei, "o importante é estar lá e ver o que acontece".

Chega, finalmente, o grande dia. Eu e minha esposa acordamos às 04:30 e saímos às 05:20 rumo à cidade onde seria a largada. Presenciamos um nascer do sol belíssimo e que muito nos encantou.



Faltando alguns minutos para a largada, me ponho a pensar: "eu deveria estar aqui, tentando correr esta distância toda, sem mesmo ter me preparado adequadamente para ela?" Pouco importou o pensamento, tendo em vista que lá já estava e não era hora de desistir! Minha esposa me beija e que comece a corrida!



Nos primeiros quilômetros a alegria saía pela pele - tudo era novidade. A paisagem belíssima fazia com que qualquer pequeno esforço fosse subjugado a nada e o júbilo era constante. Trilha, costão, praia... tudo era magnífico.



Pouco a pouco chegou o primeiro desafio genuino: um enorme morro (para mim, ao menos) com subida constante durante 1km - não teve jeito, tive que caminhar com outros corredores; um bom momento para conversas. Finalizado o morro, entramos na maior trilha da corrida - creio que algo em torno 7km de muita lama e terreno completamente irregular. Durante o trajeto, alternando entre corridas leves e caminhadas, minha coxa começou a dar fortes sinais de que eu estava no local errado, sem a preparação devida e isso que ainda tinham mais quilômetro pela frente! Mas, não havia o que fazer - precisava continuar, pois retroceder não era uma opção e mesmo que fosse, eram vários quilômetros para voltar!

Finalizo a trilha bendita (magnífica, agora em minha memória - enquanto corria, uma angústia que não acabava mais) e chego à estupenda praia de Zimbros. Pergunto à moça que estava indicando o caminho sobre quantos quilômetros era essa posição; obtive a resposta: estava no quilômetro 21 e ainda faltavam outros 21km! 

Sigo em frente, desta vez por um pequeno trecho de praia e novamente uma trilha, desta vez menor. Ali, água direto da fonte natural - sem palavras para o frescor! Porém, a coxa já clamava por sossego e me dizia para parar constantemente; o mental afirmava que deveria seguir adiante, afinal, minha esposa estava na linha de chegada me esperando e eu precisava ir ao encontro dela! As pedras pequenas se tornavam gigantes e cada valo na trilha era um sacrifício a ser vencido.

Volto à praia e me deparo com uma orla "infinita", parecendo não ter fim - e eu precisava ir, no mínimo, até o fim dela. A dor não me permitiria, porém, novamente, desistir, porque minha esposa estava na linha de chegada me esperando! Prossigo, rumo ao proposto.


Andando por toda a orla, com ínfimas corridas, chego ao seu fim e encontro outra pessoa que indicava o caminho seguinte (muitas pessoas ajudaram durante toda a prova - meu muito obrigado a todos!). Pergunto em quantos quilômetros já estava, pois, realmente, cria que não aguentava mais. O rapaz me diz que, possivelmente, estávamos no quilômetro 24. "COMO ASSIM?!" foi o que pensei! Eu andei por toda essa praia e só foram míseros 3km? Não pode ser! Tem que ser mentira! Mas era verdade.

Mais cansado e agora desanimado, com a coxa muito fadigada, sento num banco e fico esperando seja lá o que vier. Se eu tivesse avistado um moto táxi, certamente eu teria solicitado seus serviços. Aguardo sentado, sabendo que alguns corredores vinham atrás de mim - para a grata surpresa, vejo o grande colega (o conheci, primeiramente, pela internet) Rodrigo Ribeiro Rodrigues e sua esposa Bianca, os quais com muita receptividade vieram ter comigo e perguntaram se eu precisava de algo, ao que respondi: companhia para seguir adiante. E assim fizemos - e era hora de encarar outro morro.

Seguimos, eles um pouco à frente, algumas vezes me esperando e eu com a responsabilidade de aproveitar bem a companhia, pois se fosse deixado sozinho, deitaria e esperaria o sono me dominar, a fim de descansar. Do alto do morro, a paisagem era belíssima e tiramos algumas fotos.


Trilha abaixo, finalmente! Chega de subir! É hora de descer! Mas, como? Ela, a indomável coxa, não me obedecia. Dizia, gritava, exclamava e quase me obrigava a parar - mas, quem manda sou eu, não ela, dizia minha mente. 

Final da trilha e ledo engano achando que as coisas melhorariam. Agora era tempo de continuar pelo mesmo morro, mas em direção a outro lugar. Recebo um pão de outro corredor amigo (obrigado!) e prossigo. Quebro um pedaço de galho e faço um bastão, na esperança de que me ajude na subida. Frise-se: outro morro "infinito", no qual não consegui acompanhar o nobre casal. Segui, então, nada mais a fazer, sozinho, sol na cabeça, mochila que parecia pesar 10kg nas costas e um passo após o outro, pois minha esposa me esperava!

Chego ao fim do morro, após várias horas de exaustão e encontro outra moça gentil que indicava o caminho. Crendo, piedosamente que estava "quase lá", ouço a notícia bombástica: ainda faltavam 10km. NÃO! NÃO! E NÃO! Não podia ser possível! Eu já estava correndo/caminhando há quase 5:30 horas e ainda faltavam 10km? Algo estava errado! Sentei-me sem saber o que fazer.

Para minha esperança, eis que desce do morro um casal de corredores (Cesar e Priscila Carignano), também fazendo a prova e novamente são solícitos para comigo, perguntando se precisava de algo (infelizmente não tenho foto com vocês!) e me animando para continuar a caminhada.

Era o momento de correr pela praia de Mariscal, outra orla "mais que infinita". Seguimos trotando e a coxa já não existia - era tudo mental (o restante do corpo estava bem - graças!). A perna obedecia os comandos do cérebro, embora eu não saiba como ela se movesse. Trotamos, andamos, apreciamos a paisagem e seguimos caminhando. O casal foi bondoso para comigo e repartiu algumas guloseimas que tinham trazido, a fim de conceder um "novo gás" (qual, ó céus? tudo já se tinha ido!).

Chegamos ao final da praia e adivinhem? Mais morro! Sim! Era tudo o que eu desejava! Mas antes de o subirmos, novas pessoas indicando o caminhando e fornecendo água - tomei um copo, joguei outro sobre mim e levei um terceiro na mão, talvez como uma espécie de esperança. Subimos, subimos e descemos, até finalmente, sim! era o momento, chegamos na última praia (a mesma em que largamos). Algo de estranho, entretanto, acontece: a chegada ficava para a esquerda e nos orientaram a ir para a direita. Não, não era estranho, é que realmente tínhamos que passar por mais uma trilha! Sim! Outra! Mais subida!

Corremos, então, até o final da praia e outra pessoa gentil nos indicou o caminho - ao menos era a última trilha!


Acabamos de a percorrer, eu com a minha coxa invisível, pois não sabia como me movia, e precisávamos percorrer mais alguns minutos até a linha de chegada. Não podia acreditar no que estava acontecendo - estava chegando ao fim! Após todas as incontáveis lutas mentais para não desistir, eis que o caminho finalmente acabava! Tamanha foi a comemoração que sugeri ao casal que chegássemos, evidente, correndo na linha de chegada! Nada de caminhar!


E assim, após 7:19 horas de muita alegria, esforço, vontade de desistir, companheirismo e disposição, finalizei minha primeira maratona em trilhas.


Era hora de voltar pra casa!


E como diz o título deste relato, leia tudo isso com vistas à caminhada cristã de todos os crentes. Uma vida de alegrias, companheirismo, dificuldades, saudades e desafios, mas cujo fim vale muito a pena! Que venha a próxima corrida!

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