sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Como vencer o pecado da pornografia?


Não me delongarei grandemente no assunto proposto, pois muito já se tem dito sobre a pornografia, de modo que pretendo ser bastante direto.

Já disse certo autor que a diferença entre os "grandes cristãos" e os de nossos dias, é que aqueles tinham a consciência de que eram fracos, enquanto nós sustentamos a falsa ideia de que somos fortes. Ele estava certo.

A tentação às coisas pornográficas, sejam elas pelo computador ou andando pela rua e cobiçando as mulheres alheias (seja você casado ou não), quase sempre acontece nos momentos em que nós pensamos: "não vai acontecer nada" Sim, não minta para você mesmo. Nós homens (mas sem excluir as mulheres) sabemos que as inúmeras vezes em que caíamos neste pecado, há íntima relação com uma falta de confiança no Espírito Santo do Senhor, de maneira que quando nos apercebemos, já estamos envoltos ao pecado.

Sobre este "caminho a percorrer" até a consumação do pecado, bem delineou o salmista em seu Salmo 1. Assim lemos: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Sl 1.1).

Observemos como em primeiro lugar, existe o ouvir do conselho dos ímpios, isto é, aqui em nosso assunto, passamos a ouvir as conversas ímpias sobre prostituição, fornicação, pornografia, traição (no local de trabalho, faculdade, antigos colegas...) e isto acaba sendo, por vezes, colocado em nossas vidas como algo bom, desejável e glorioso - mesmo que saibamos não ser assim! Em segundo lugar, se damos ouvidos ao conselho dos ímpios, logo nos detemos nos seus caminhos e passamos a cogitar a possibilidade de praticar tal pecado, afinal, parece ser algo tão bom! Em terceiro lugar, se já seguimos os passos anteriores, então acabamos por nos assentarmos junto aos escarnecedor e cometemos os mesmos pecados que eles.

Voltando ao perigo de nos acharmos fortes, se visualiza, então, que o primeiro passo para se vencer o pecado da pornografia, é reconhecer que, sem Deus, nada podemos fazer, conforme o Filho já nos disse: "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15.5). Mas este passo continua, de modo que devemos, igualmente, reconhecer que não venceremos esta tentação. Explico.

É comum os cristãos interpretarem a Escritura de maneira equivocada, como, por exemplo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Daí o crente deduz que, se ele resistir durante algum tempo às tentações, chegará o momento em que o Diabo não mais o tentará. Entretanto, em sintonia com o restante das Escrituras, aprendemos que as tentações são umas das fontes de Deus para nos fortalecer - "Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam" (Tg 1.12). 

Ademais, devemos lembrar que a Escritura registra o brado do apóstolo, nos mostrando que até mesmo os mais ilustres cristãos passaram por sequências de desastres espirituais: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim [...] Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado" (Rm 7.14-17; 24-25). É evidente que o apóstolo não está afirmando que existem "crentes carnais", mas sim que naturalmente o homem é vendido ao pecado e que por isso, enquanto aguardamos ansiosamente a redenção desta vida (Rm 8.22-23), percebemos o quão necessitados somos de Cristo, de maneira que quando damos vazão à natureza pecaminosa, fazemos o que sabemos ser pecado e não realizamos o que temos a ciência de ser santo e agradável ao Senhor.

Portanto, um grande erro cristão é crer que ele pode viver sem determinadas tentações. Crente, por favor, ore ao Senhor e tenha a certeza de que, mesmo sendo você livre de certas ciladas do inimigo, sempre este investirá contra a vida dos Seus santos, "porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pe 5.8). 

É preciso lembrar, outrossim, que se hoje você é jovem e é tentado com a pornografia, não espere que a idade faça você perder estes desejos, afinal, a natureza pecaminosa, ainda que "perca suas forças sexuais" com o passar do tempo, ela se manterá muito firme em sua mente, de maneira que não se deve ver o definhar do corpo físico como sinônimo de santidade ou livramento do pecado, pois a Escritura é certeira: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" (Gn 6.5 - grifado agora). Lembrando, também, do que nos diz Jesus: "A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso" (Lc 11.34).

Bem, mas como, então, podemos fazer para vencer esta terrível tentação e que a tantas vidas e famílias têm destruído? Você deseja uma resposta sincera ou uma paliativa, isto é, momentânea? Se deseja algo para este momento de crise, então a resposta é objetiva, bastando seguir alguns passos:

- pare de usar o computador; sim, possivelmente você pode - lembre de que é melhor entrar no Reino dos céus aleijado, do que ir com todo o corpo para o inferno (Mc 9.43)
- se você realmente não tem opção, então peça para alguém lhe supervisionar - é melhor confessar o pecado e ser sarado (Tg 5.16), do que viver na falsidade e pecado.
- sendo casado, converse com seu cônjuge e exponha sua dificuldade - você tem a obrigação de fazer isso (clique aqui para ler um texto importante neste sentido) e seu cônjuge é seu melhor amigo, de maneira que o poderá sustentar e ajudar.
- procure transitar por ruas onde a "poluição visual" seja menor.
- limite seus passatempos e amizades, a fim de poder ser fortalecido.

Todavia, se o seu desejo é realmente ser livre (sem excluir os conselhos acima), eu recomendaria uma única coisa: ore, meu irmão(ã). Não existe nenhuma receita para "nunca mais ter problema com a pornografia" e eu não ousaria lhe dar "10 passos" ou "20 coisas para fazer", como se isto fosse resolver este pecado. Entenda, porém, que a Escritura nos é firme em nos dizer que nós sempre lutaremos contra o pecado, afinal, "a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis" (Gl 5.17). Quer dizer, não espere nunca mais ter dificuldades com a pornografia.

Ademais, a Escritura nos dá uma série de exortações neste sentido de manter a oração e demonstra firmemente que, enquanto estivermos nesta terra, precisaremos buscar muito ao Senhor. Convém, porém, lembrar das santas palavras, sempre que você incorrer neste pecado: "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5).

Em tempo, ainda, não raro a pornografia é a primeira porta para demais desgraças, conforme lemos: "Um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7). Fuja da aparência do mal (1Ts 5.22)!

Para alentar os corações que constantemente caem neste pecado, é bem verdade que a Bíblia diz, "vai-te, e não peques mais" (Jo 8.11), mas também nos dá o conforto: "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus" (Sl 51.17).

Portanto, da próxima que pecar com a pornografia, vá até Cristo e n'Ele busque guarida, porque como nos diz o salmista, "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119.71) e também como Davi, o qual após numerar a Israel e reconhecer o seu pecado, firmemente expressou: "Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens" (1Cr 21.13 - grifado agora). 

Melhor nos será ser castigado por Deus e sofrer certas disciplinas, "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho" (Hb 12.6), do que nos afastarmos d'Ele e ficarmos sem correção, afinal, "se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.8)

Que Deus abençoe a todos os cansados e abatidos. Que Ele nos encha de um profundo senso de pecaminosidade, a fim de sempre buscarmos ao Seu Filho, o qual pela Igreja se entregou (Ef 5.25) e por ela tudo venceu. 

Deseja vencer este pecado da pornografia? Então obedeça a Escritura, poiis "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1Jo 1.9).

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O cristão pode brincar de RPG, jogos de roleta, tabuleiro, cartas e dados?


Muitos cristãos, no intento de demonstrarem zelo real pelo Senhor e por Sua soberania, afirmam que um genuíno filho de Deus não deve participar de brincadeiras que dependam da "sorte", afinal, os professos da fé cristã não devem ser dependentes do acaso, pois isto violaria a confiança no Senhor.

De outro lado, existem os cristãos que dizem não haver qualquer problema em se alegrar com jogos e diversões, não importando de que natureza sejam, afinal, o crente não está preso ao jugo deste mundo e por tais brincadeiras não se deixa levar.

Mas qual seria a posição bíblica?

Em outro lugar (clique aqui), já comentei sobre como desmantelar certos argumentos e heresias, de modo que não entrarei em minúcias no presente artigo. Aqui, porém, de modo bastante objetivo, procurarei responder, com breves sentenças, a licitude ou não do crente brincar com tais jogos.

Geralmente o argumento usado para não se poder brincar de RPG, jogos de roleta, tabuleiro, cartas e dados, diz respeito a que eles dependem da "sorte". Todavia, tal raciocínio, como todo o respeito, é muito fraco, pois se assim for, o chute, no futebol; o saque, no vôlei; o tiro, no alvo... também dependem de algum tipo de "sorte", isto é, em algum momento não temos o controle do que ocorre. Portanto, tal argumento não merece prosperar.

Outro argumento é o de que jogos desta natureza acabam viciando o cristão, o levando a uma vida dependente de tais coisas. Igualmente descabido. Ora, se a base fundante for que alguma coisa pode levar ao vício, então ter-se-ia que se proibir tudo, desde o maravilhoso churrasco, até o cortar da grama, pentear dos cabelos ou seja lá o que for. Até mesmo as bebidas alcoólicas deveriam ser proibidas aos cristãos, o que a Bíblia deixa claro que não é (clique aqui para ler)

Ainda outro argumento é que tais jogos foram criados, em sua maioria, por homens ímpios, isto é, contrários à fé cristã. No mesmo sentido acima, não cabe esta razão. Se isto for levado adiante, então o cristão deveria ir somente em supermercados de donos verdadeiramente cristãos, comprar o pão na padaria do crente, ir ao médico crente, abastecer o carro no posto de combustível do amado irmão... o que não vemos acontecer na Escritura. 

Um último argumento é de que, no Antigo Testamento, vemos o povo de Deus usando alguns elementos para "tirar a sorte" e entender a vontade de Deus, quando no Novo Testamento não vemos esta prática ou, ao menos, não de maneira tão recorrente. A questão, todavia, é distinta do que se está tratando. Até onde sei, nenhum cristão que brinca de RPG, jogos de roleta, tabuleiro, cartas e dados, o faz para saber a vontade do Senhor, mas, sim, tão somente para se divertir, tal como jogar futebol ou surfar.

Desta forma, se percebe que não há argumentos que convençam sobre a ilicitude de se brincar com tais coisas.

Entretanto, convém lembrar do precioso aviso: "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pe 5.8). Receio que alguns cristãos, conquanto procurem fazer bom uso de sua liberdade em Cristo, acabam dando vazão ao pecado e, enquanto jogam, se esquecem (ou sequer sabem) de que Deus é plenamente soberano, de maneira que o dado cairá no número já predestinado, bem como a carta seguinte será a que Deus quer que seja. De nada adiantará ficar "bravo" com o número "que não sai" ou com a carta que não ajudou - se você estiver percebendo que isto ocorre com você, saiba que o laço está pronto e é melhor você se afastar destas brincadeiras (assim como de qualquer outra).

Uma vez que devemos fazer todas as coisas para a glória de Deus (1Co 10.31) e isto implica em reconhecer que é Ele quem designa e controla todas as coisas (ainda que sejamos responsáveis por nossos atos), devemos ser como nos recomenda a Escritura: "Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova" (Rm 14.22)

Assim, na próxima vez que for se divertir para a glória de Deus com RPG, jogos de roleta, tabuleiro, cartas e dados, lembre-se de verificar se tais coisas não estão lhe dando um gosto pela "sorte" ou o levando para caminhos perigosos. Se verificar que tudo segue bem e na santa paz de nosso Senhor, continue a brincar, assim como outros jogam futebol.

Para finalizar, levemos sempre conosco: "Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos" (1Co 8.9).

Que Deus nos abençoe.

O culto online e a tentação do Diabo

Você conhece o plano de fundo deste texto olhando no retrovisor da história recente: pandemia, COVID-19... todos em casa e você se dá conta ...