sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Por que nossa Igreja não tem “louvorzão”, nem instrumentos, solos, conjuntos e corais?


Não temos e nem teremos. A questão não é circunstancial, mas, de convicção. Como você já tomou conhecimento, quando falamos do cântico dos Salmos, nossa decisão foi adotar o Princípio Regulador do Culto, conforme nossa Confissão de Fé dispõe, a saber, “... o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade limitada pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens... ou qualquer outro modo não prescrito na Sua Palavra”. E uma vez que o culto neo-testamentário é destituído do elemento cerimonial , sacerdotal representativo, isto é, ninguém canta mais por ninguém, agora todos cantamos, por que, todos somos sacerdotes (I Ped 2:9).

No V.T., havia um coral de homens, sacerdotes levitas, e muitas outras cerimônias próprias do que Calvino chama de “a infância da Igreja”, mas estas coisas foram abolidas e instituído o culto simples do Novo Testamento. Quando a mulher samaritana questionou o Senhor Jesus sobre a adoração, Ele descartou a continuação do culto local e cerimonial de “Jerusalém” (Jó 4:20,21), daquele momento em diante, estava estabelecido, pelo Senhor da Igreja, uma nova maneira de adorar a Deus, em todo lugar e, “em Espírito e verdade”(Jô 4:23).

Na carta aos Hebreus, o autor se reporta a esta extraordinária mudança: “Tendo dito acima, sacrifícios, ofertas, holocaustos e oblações não quiseste, nem deles te deleitastes, coisas que se oferecem segundo a Lei, agora disse: eis me aqui para fazer a Tua vontade, tira o primeiro para estabelecer o segundo”(Heb 10:8,9). Sendo assim, toda e qualquer tentativa de se repetir os culto cerimonial da antiga aliança, está em total desagrado com a vontade do Pai. De agora em diante, excluindo a forma cerimonial, visível e representativa, os elementos do culto, tais como: Oração, Leitura das Escrituras, Cântico dos Salmos, Pregação e Administração dos Sacramentos, são os únicos componentes do culto simples que Deus mesmo instituiu para a Sua Igreja na nova dispensação. Portanto, Solos, Corais, Conjuntos, Bandas e Orquestras, tudo isso é estranho ao Culto do Novo Testamento. É muito difícil renunciar tudo isso, e, a não ser que Deus opere por sua graça e poder através da simples instrução de sua Palavra, jamais abandonaremos estas práticas, que não são ordenadas nas Escrituras, antes foram introduzidas pela vontade do homem, e que, “sacralizadas” através do tempo, fazem parte do nosso conceito de culto.

Particularmente para mim foi especialmente difícil. Filho de regente de coro, amante de quartetos e conjuntos, cantor evangélico com CDs gravados, passei grande parte da minha vida intimamente envolvida com a música na Igreja nos apreciados períodos de louvor! De repente tudo vai por “água baixo”! Descobri que nada disso está ordenado nas Escrituras para o culto do Novo Testamento. O louvor é eminentemente congregacional! Ah! Como me causou surpresa saber que o “hino” que Jesus cantou ao instituir a Ceia foi um salmo do Hallel. E eu que estava quase certo que poderia ser um dos hinos do nosso hinário!. Foi difícil ter que concordar que os “salmos, hinos e cânticos espirituais” não eram os “salmos, hinos e corinhos” que conhecemos, e sim que o apóstolo Paulo estava utilizando os títulos (inspirados) comuns no livro os Salmos conforme se encontram em nossas Bíblias; e que era uma forma literária hebraica (triádica, sinonímica), repetir com palavras diferentes o mesmo sentido, como em vemos em Ex 34:7 “... que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado”. Mais difícil ainda, foi ter coragem de aplicar o Princípio Regulador do Culto, conforme os puritanos o aplicavam, e descobrir que não há uma ordem sequer para o uso de instrumentos no N.T. e que estes só foram introduzidos no culto após o século IX e nas sinagogas somente a partir de 1810.

Por que não há uma só referência no N.T. que apóie o uso dos instrumentos no culto? Não havia o uso deles abundantemente no culto do V.T.? Talvez você retruque dizendo: “não há referência no N.T., porque não é necessário, como algo que já teria sido regulado”. Contudo, por se tratar de duas dispensações diferentes quanto à administração, e elementos de natureza cerimonial, e, portanto, temporários que desapareceram no culto do N.T. e pelo fato de o culto ser de exclusiva prerrogativa do Senhor, assim como foi expressamente ordenado o uso de instrumentos no V.T., teríamos que esperar ordem expressa, também no culto do N.T.

Para uma compreensão melhor, é necessário analisarmos um texto do V.T. extremamente importante, vejamos:

“Então o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os príncipes da cidade e subiu à casa do Senhor. E trouxeram sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes, como oferta pelo pecado a favor do reino, e do santuário e de Judá; e o rei deu ordem aos sacerdotes, filhos de Arão, que os oferecessem sobre o altar do Senhor. Os sacerdotes, pois imolaram os novilhos, e tomando o sangue o espargiram sobre o altar; também imolaram os carneiros, e espargiram o sangue sobre o altar; semelhantemente imolaram os cordeiros, e aspergiram o sangue sobre o altar. Então trouxeram os bodes, como oferta pelo pecado, perante o rei e a congregação, que lhes impuseram as mãos; E os sacerdotes os imolaram, e com o seu sangue fizeram uma oferta pelo pecado, sobre o altar, para fazer expiação por todo o Israel. Porque o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e aquela oferta pelo pecado por todo o Israel. Também dispôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas. conforme a ordem de Davi, e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque esta ordem viera do Senhor, por meio de seus profetas. E os levitas estavam em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas. E Ezequias ordenou que se oferecesse o holocausto sobre o altar; e quando começou o holocausto, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Então toda a congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou até se acabar o holocausto. Tendo eles acabado de fazer a oferta, o rei e todos os que estavam com ele se prostraram e adoraram. E o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi, e de Asafe, o vidente. “E eles cantaram louvores com alegria, e se inclinaram e adoraram.” (II Cr 9:20-30).

Analisando esse texto, notamos que, ao que tudo parece, não havia instrumentos no culto, até que foi ordenado pelo Senhor, através de Davi, Gade e o profeta Natã, e acrescenta, “esta ordem veio do Senhor, por meio dos seus profetas”(verso 25). Davi, portanto, introduziu instrumentos no culto do V.T porque recebera uma ordem expressa do Senhor.

Outra coisa que vemos nesse texto, é que eles foram introduzidos apenas para o período em que o holocausto acontecia:

“... E QUANDO COMEÇOU O HOLOCAUSTO, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel. Então toda congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou, ATÉ SE ACABAR O HOLOCAUSTO” (Vs. 27e28).

Podemos então concluir, que os instrumentos, bem como o canto de coral (levítico), estavam ligados, essencialmente, ao aspecto CERIMONIAL do culto, a saber, ao holocausto, que deixou de existir no culto do Novo Testamento.

Calvino coloca os instrumentos como parte desse aspecto cerimonial do culto, e reputando-os como parte da infância da Igreja. Vejamos o que é dito a seu respeito sobre o assunto:

“Até aqui, o que se viu é o pensamento de Calvino quanto ao canto, ao que se deve acrescentar ainda, que em seu entendimento não deveria ser exercitado pelos corais e conjuntos de vozes que não incluíssem toda a congregação. Contudo, não se vê muito o ensino de Calvino quanto aos instrumentos musicais, isso, certamente, é por ele não entender que os mesmos são necessários, ou melhor, devidos no culto. Em seu comentário ao Livro dos Salmos ele escreveu que o uso de instrumentos não era algo devido à dispensação do Evangelho. O instrumento consistia numa ajuda ao povo que ainda vivia à sombra do que haveria de vir, mas que hoje o cristão vive em plena maturidade e não precisa desse tipo de auxílio para entoar o cântico ao Senhor. Ele condenava veementemente o uso de instrumentos musicais por parte dos papistas, chamando-os de insensatos. Calvino apenas aprovava o uso das vozes como artifício musical, e que os salmos não ensinavam, ou exigiam o uso dos instrumentos, mas apenas faziam uma espécie de descrição, ou melhor, uma conclamação ao povo segundo o que era costume da época.” (Moura Lopes Coelho, Ri cardo. Calvino e a Adoração Comunitária).

O Cântico no culto do Novo Testamento, na Igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, deve ser, portanto, à capela, isto é, sem instrumentos, como diz o autor de Hebreus, “Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hb 13:15). As harpas mencionadas no livro do Apocalipse, e mesmo os cânticos, não servem de parâmetro para o nosso culto, pois é parte de uma dispensação futura, cuja experiência será da Igreja triunfante. Por enquanto, somos a Igreja militante e a nossa forma de cultuar deve ser estritamente como o Senhor no-lo ordenou e foi praticado pelos apóstolos enquanto viveram na terra. É digno de nota que o uso de instrumentos na Igreja, só foi registrado nos meados do século IX, isto é quando a igreja já estava degenerada pelas invenções dos papas e concílios. Por ocasião da Reforma, nem tudo foi reformado instantaneamente, os luteranos seguiram um vertente mais liberal e continuaram com os instrumentos, mas Zuínglio e, mais tarde, Calvino e os Puritanos tomaram o rumo mais restrito, do que chamamos hoje Princípio Regulador do Culto, e eliminaram o uso de instrumentos, por não encontrarem um texto sequer no N.T ordenando seu uso. E nós, que recebemos essa herança, fazemos o mesmo.

Conforme estamos vendo, a adoração na Igreja, até quase um milênio, foi absolutamente simples e bíblica, com cânticos dos Salmos e sem uso de instrumentos. Houve nos primeiros séculos uma tentativa de se agregar ao culto, hinos não inspirados, mas por parte de hereges que queriam impor suas idéias. O nosso irmão Thiago Baía, pesquisando sobre esse assunto diz:

“Veja o que o historiador Philip Schaff escreveu:

‘Até onde podemos juntar as nossas fontes, nada, exceto os Salmos e os hinos do NT foram como regra para serem cantados no culto público antes do século IV. Porém, meados do final daquele século, a prática de cantar outros hinos no culto da Igreja tornou-se comum, tanto no Leste quanto no Oeste’.

Há vários fatores que conspiram em provar que hinos não-inspirados foram pouco cantados no culto público durante os três primeiros séculos da era do Cristianismo. Registros extensos, por exemplo, de pesquisas feitas pelos livros dos cristãos durante os tempos da perseguição, não fazem menção de hinos, ao contrário, as Escrituras Canônicas e especialmente cópias do Saltério são freqüentemente mencionados. Na verdade, durante a igreja pós-apostólica os hereges gnósticos foram os primeiros escritores de hinos não-inspirados cuja teologia rejeitava os Salmos, escreveram hinos para propagarem a doutrina corrupta e inculcar em seus seguidores suas heresias. Preste atenção a que E. E. Ryden relatou:

‘Logo no começo do segundo século, um professor Gnóstico chamado Bardesanes, nascido em Edessa em 154 d.C., tinha ganhado muitos Cristãos a adotar suas heresias por meio de suas melodias e hinos encantadores’.

Bardesanes e seu filho Hamonius, na verdade, compuseram um saltério gnóstico contendo 150 hinos. Os Arianos fizeram o mesmo.

“Meados do século IV o hino tornou-se carro chefe da heresia Ariana”.

Este problema foi tão grande que uma série de concílios lidaram com a situação. Estes concílios reafirmaram a suficiência dos Salmos inspirados e tentaram prevenir a introdução de hinos não-inspirados dentro do culto da Igreja. O Concílio de Laodicéia em 381 d.C. proibiu o uso eclesiástico dos salmos não inspirados. O Concílio de Calcedônia em 451 d.C. confirmou este decreto. O Concílio de Braga também ordenou que as composições poéticas não poderiam ser usadas no serviço de louvor a Deus. Por último, o concílio de Toledo no século VII reiterou a mesma prescrição”

Como dissemos, na época da Reforma, os reformadores se dividiram quanto ao Princípio Regulador do Culto. Os Luteranos admitiram fazer o que a Bíblia não proíbe e os Calvinistas, somente o que a Bíblia ordena, por isso Lutero optou pelos hinos e Calvino pelos Salmos e com ele os Puritanos, que introduziram a mesma determinação nos nossos símbolos de Fé.

No século XVIII, com o “Grande Despertamento”, como foi chamado o grande avivamento que varreu a Inglaterra e Nova Inglaterra, foi que os hinos começaram a ser introduzidos no culto, como nos diz Michel Bushell:

“Na realidade as Igrejas Reformadas e Anglicanas não começaram a introduzir hinos não-inspirados no culto somente até o século XVIII, quando os hinos de Issac Watts e Charles Wesley ficaram famosos. Mas, no culto Reformado, o cântico congregacional consistia exclusivamente em cantar os salmos, voltamos a dizer, por causa do Princípio Regulador do Culto”.

Quando no século seguinte, o Evangelho chegou ao Brasil, pelos missionários, o Dr. Kalley, médico escocês presbiteriano, que se casou com Sara Pulton, congregacional, musicista, ambos influenciados pelo avivamento, haviam confeccionado um hinário para a Igreja de língua portuguesa, chamado “Salmos e Hinos Primitivo” contendo 50% de salmos e 50% de hinos. Este equilíbrio foi se desfazendo com significativo prejuízo para os Salmos, nas novas edições, a ponto de se reduzirem a pouquíssimos salmos hoje. O hinário Novo Cântico, de nossa Igreja, seguiu a mesma esteira do Hinário Evangélico, e os salmos que existem, nem são reconhecidos como tais.

O pior ainda estava por vir. Nos anos 60, nos E.U.A, ocorreu um movimento entre os jovens americanos, mais propriamente no meio dos chamados “hippie”, logo depois do grande evento do século no mundo da música o “Festival de Woodstock”, chamado “Jesus”. O famoso evangelista Billy Grahan escreveu um livro retratando este importante episódio que impactou a América. Foi desse movimento, entre os jovens, que surgiram aquelas canções curtas, com mensagens bíblicas repetitivas, ao rítmo do rock balada, que hoje chamamos de “corinhos”. Eles surgiram de encontros, desses jovens que, no campo ou nas praias, reunidos ao pé de uma fogueira, com um violão, cantavam esses cânticos, ao rítmo de palmas e balanço do corpo, e por isso foi também chamado de movimento “Wave” (Balançar como onda). Foi assim que nos cultos de nossas igrejas, aqui também no Brasil, foram introduzidos os tais corinhos, com pretexto de segurar os jovens nas Igrejas, tornaram-se tão populares, que os líderes se renderam e criaram, dentro da liturgia o momento do culto chamado “louvor”, que passou a ser o elemento principal e de maior duração. Eu mesmo fui protagonista desse triste acontecimento e me lembro bem quando pela primeira vez foi introduzido no culto da Igreja Presbiteriana da Penha os tais “corinhos”. O culto nunca mais foi o mesmo! Deixou de ser exclusivamente para Deus, e passou a ser para nosso entretenimento, depois vieram as bandas , com uma parafernália de instrumentos, mesas de som com seus múltiplos decibéis e por fim a coreografia e dança litúrgica. Quando vão parar? Não vão parar! Pois eles desprezam os limites que Deus colocou para o Seu culto nas Escrituras. Para eles o culto não pertence a Deus, mas a eles próprios, como o apóstolo Paulo chama de “culto da vontade” (Col 2:23).

Às duras penas estamos fazendo o caminho de volta. Aqui estamos nós, Igreja Presbiteriana da Herança Reformada, resgatando do culto puro das Escrituras, praticado pelos nossos irmãos da Igreja Primitiva e os reformados da esteira calvinista. Que Deus nos ajude! “Igreja Reformada sempre reformando!”.

Por: Rev. Josafá Vasconcelos
Extraído do Blog: A Pena Afiada

6 comentários:

  1. Olá!

    Além desses motivos apresentados pelo Rev.Josafá, incluiria também que na igreja dele não tem instrumentos musicais, por exemplo, porque ele, em nossa opinião, desobedece as autoridades constituídas de sua própria igreja, a IPB.

    Em 2010, na reunião do Supremo Concílio da IPB, foi reiterada decisão anterior que considera como errado o proibir que mulheres orem nos cultos, proibir que as igrejas tenham corais e instrumentos musicais e proibir a celebração do Natal. A IPB rejeitou estas proibições.

    Ou seja, é orientação da IPB para que os conselhos e presbitérios não permitam que essas práticas NEOPURITANas tomem lugar na IPB.

    Ora, quando o Rev.Josafá vai de encontro às decisões da IPB, incorre, necessariamente, no pecado de desobediência. Está a IPB errada? Isso é outra história, se é que ele acha isso. O fato é que essa é a IPB. Se ele não concorda, deveria fazer como alguns, acertadamente, que pedem pra sair e se filiam a outras comunidades ou até mesmo abrem a sua própria igreja.

    Para conhecer um pouco mais desse debate dentro da IPB, gostaria de convidá-los a lerem, opinarem, discordarem, nosso post: "O princípio Regulador do culto e sua utilização errada pelos neopuritanos":

    http://filosofiacalvinista.blogspot.com/2010/02/o-principio-regulador-do-culto-e-sua.html

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  2. GRAÇA E PAZ DE JESUS !!

    Nada como um culto onde há exposição da palavra com fidelidade, leitura bíblica, oração, oferta e boa música, fundamentada na Santa Escritura, que exalte e glorifique a Deus, bem cantada e bem tocada em instrumentos musicais sejam eles quais forem.

    SOLI DEO GLORIA !!!!

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  3. Olá, Filósofo Calvinista (não sei seu nome, embora já tenhamos conversado outras vezes). Não sei dizer de quando é esse texto do Rev. Josafá, mas sei que já é mais antigo. Não estou "por dentro" do que acontece com a IPB, o fato é que [infelizmente] ela tem se afastado gradualmente dos princípios da Reforma Protestante e principalmente da Confissão de Fé e Catecismo que adota (Westminster). É lamentável que a IPB tenha "reverência" (no bom sentido) a grandes homens e exegetas bíblicos, mas na prática tem rejeitado o que esses homens tem deixado (i.e., canto apenas do Salmos sem instrumentos, o Sola Scriptura levado à risca...).

    Você escreveu, "A questão é: porque os adeptos de uma (salmodia exclusiva) não adotam também a outra (orações inspiradas) em seus cultos?", mas isso não é verdade, amado. Embora os puritanos dessem valor a orações fixas, consideravam de grande valia a oração espontânea - tanto é que brigaram com os Anglicanos por causa disso. Ou seja, os Puritanos não escolhem o que bem lhes apraz, mas buscam compreender nas Escrituras o que devem fazer.

    Bom, pararei por aqui, pois não sei se entendi direito seu comentário. Me retorne, por favor.

    Abraços!

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  4. Grato pelo comentário, Eduardo.

    Apenas note que o texto não defende o uso de instrumentos e canções não inspiradas, mas sim o contrário, isto é, que a Bíblia ensina que devemos cantar apenas os Salmos e sem acompanhamento musical.

    Um abraço!

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  5. Filipe:

    Citei a questão da oração de forma proposital. Sei que "alguns" puritanos reconheciam o valor da oração espontânea, mas não todos. Assim também ocorre com a questão da salmodia exclusiva. Alguns a adotavam, mas não todos. Portanto, não é justo dizer que "devemos imitar os puritanos, pois defendiam a salmodia exclusiva". Entende? Não podemos. Caso contrário, também poderíamos dizer "temos que imitar os puritanos que rejeitavam orações espontâneas". Não seria justo com todos os puritanos, como vc bem lembrou. A instituição IPB jamais abandonou seus símbolos de fé. O que acontece é que alguns pastores e algumas igrejas locais, por puro desconhecimento, abandonaram esses símbolos. Mas isso está mudando com uma velocidade muito boa!

    Tudo de bom!

    Presb.Fábio Correia

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  6. Fábio, andei lendo TODOS os comentários que fizeram à sua postagem no seu blog (quase morri de tanto ler na frente do computador! kkkk). Não querendo criar intriga ou menosprezar seu conhecimento, mas o irmão Célio Lima deu uma verdadeira "aula" sobre o assunto. Concordo com você que existem divergências quanto à S.E., mas até o momento, a "turma" que é contra à S.E. sempre tem o "talvez, quem sabe, poder ser que..." como carro forte, ou seja, especulam acerca de tal assunto - ao passo que a maioria reformada e puritana afirma categoricamente que tal prática (instrumentos e cânticos não inspirados) seja contrária à revelação bíblica.

    Não pretendo repetir as palavras do Célio Limpa, pois se elas não foram capazes de elucidar a questão, certamente que um leigo como eu não fará.

    Grande abraço!

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