terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Com quem devemos andar?


Com quem devemos andar? -
por Filipe Luiz C. Machado

Amados, devo chamar atenção para algumas situações que vez por outra por estar circulando em nosso meio cristão: A questão de com que devemos andar. É mister que as Escrituras nos orientam a não andarmos em jugo desigual (2Co 6.14), mas mister é atentarmos para o que significa andar em jugo desigual. Minha abordagem não será de cunho ecumênico (pois não o aprovo), nem de cunho extremista separatista, mas tentarei expor aquilo que nos têm afligido.

Primeiramente devemos ter ciencia de quanto a nossa humanidade e nossa interpretação da Bíblia somos falhos e errôneos. Infelizmente, jamais poderemos compreender com 100% de exatidão aquilo que a Bíblia deseja no passar. Contudo, tal fato não nos deve deixar prontos a abraçarmos qualquer doutrina que está desacordo para com a palavra de Deus. Por melhor que seja nossa exegese, saibamos grego, hebraico, aramaico, ou que tenhamos domínio de todos os aspectos, ainda assim nossa interpretação está sujeita a falhas. Certamente que com tal expressão não advogo a causa dos que negam a soberania de Deus, dos que dizem que o homem é responsável por salvar-se a sim mesmo, dos que não acreditam na depravação total, na graça irresistível e tantos outros pontos de suma importância para a fé reformada. Mas creio que há um outro extremo que devemos ter o cuidado para não cairmos: O extremista separatista

O extremista separatista diz que não podemos em hipótese alguma andarmos com qualquer que seja a pessoa se essa não condiz igualmente com nossas crenças em Cristo Jesus. Pergunto a tais pessoas (e aqui nessa lista não faço menção a ninguém) se é possível acharmos alguém que tenha todas as firmes convicções que nós! Certamente em algum momento tais pensamentos se divergirão e se romperá (partindo do princípio adotado pelos mesmos) tal irmandade. Não há meio algum capaz de assegurar uma doutrina (agora falo de doutrinas dentro da doutrina da graça) que seja totalmente correta, talvez em sua maioria seja, mas não em completamente. Por que digo isso? Porque as vezes vejo que por causa de picuinhas os irmãos acabam de afastando e aquela possível comunhão que outrora era eficaz, vai se esvaindo apenas porque não concordamos com determinada sentença dita por alguém.

Ora, não há nada maior e perigoso para nos causar orgulho do que a satisfação de se estar sempre com a razão e a qualquer preço! O crente deve ser separatista? Sim, eu acho que sim, desde que entendido o que é ser separatista. Devemos nos separar de Pelagianos, Arianos, Arminianos e tantos outros que afrontam a fé cristã. Contudo, devemos nos bater no peito e dizer "Eu tenho a verdade, quem quiser achar a vida eterna, que venha me consultar", tal qual faria um super-herói de desenho animado? Jamais! Embora necessitemos de tal separação, devemos visar essa separação por AMOR, baseada no princípio de que não podemos nos envolver com movimentos que pregam algo expressamente contrário às Escrituras, mas tudo isso não deve nos levar a encastelarmo-nos e não irmos para a linha de frente, batalhar, lutar e ensinar tais pessoas que estão andando "segundo os rumos deste mundo".

Que possamos nos unir no essencial, proclamar a fé reformada sem titubearmos por coisa alguma! Que as doutrinas da graça sejam proclamadas de forma poderosa, em uníssono coro cristão, tal qual vozes à capela cujo som se propaga pelo ar de forma exuberantemente bela. Mas que não nos esqueçamos de que há pessoas que, embora não concordemos com o tipo de roupa que usam, corte de cabelo, crê que a igreja deve ou não deve ter placa, banco de madeira ou cadeira estofada, púlpito de madeira ou de acrílico e outras frivolidades mais, são dignas de nosso amor, respeito e dedicação. Que não deixemos o inimigo disseminar o ódio, arrogância ou soberba em nosso meio, visto que nas coisas essências concordamos, nela vivemos e nos movemos.

Deus abençoe.

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