Nem de longe sou alguém rico. Economizei bastante e pesquisei durante vários meses sobre qual celular deveria comprar. Ainda assim, o preço era demais para mim. O jeito foi comprar um usado. A alegria durou pouco mais de um mês: o deixei cair e o valor para conserto (na assistência técnica autorizada), girava nos seus R$ 650,00. Era o fim de um "sonho". Após ter meu primeiro celular "razoável", tudo se foi.
É triste você trabalhar para conseguir algo e quando vê, aquilo que lhe custou bastante esforço, foi por "água abaixo" e se volta a estaca zero. É difícil se empenhar por qualquer coisa e depois a perder, pois surge em nós um misto de sentimentos, os quais não se podem expressar corretamente, mas vagueiam entre ódio, tristeza, impotência diante dos fatos da vida e alguma revolta para com Deus. Aquilo que era para ser uma fonte de alegria, se tornou de tristeza. O aparelho que era para ser forte, se revelou fraco.
Fato é, porém, que o Senhor utiliza todas as coisas da vida para o nosso crescimento - "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8.28). E se são todas as coisas, isto inclui um celular recém comprado e que eu estava gostando bastante. Por algum motivo o Deus que possui o controle de absolutamente tudo, teve por bem que meu celular caísse e simplesmente se tornasse inútil. Algum motivo existiu e eu preciso aprender com isso.
No dia do ocorrido (quarta-feira, 27/01/2016), fiquei, como descrevi acima, com um misto de sentimentos. Não sabia porque tinha ocorrido aquilo. Sei que falhei ao segurar o objeto, mas por que comigo? Justamente um celular com pouco uso e comprado com bastante esforço? Eu me perguntava, somente, por que disso acontecer. Na verdade, eu estava decepcionado comigo e de certa forma, com Deus - muito embora eu soubesse que não merecia coisa alguma.
Ainda na quarta-feira, então, liguei para minha esposa e informei do ocorrido, a fim de que se ela tentasse me ligar, talvez não tivesse sucesso. Mas ao chegar em casa, parece que todos os problemas e angústias cessaram: vi minha esposa e meu filho, sorrindo, brincando e ficando feliz com minha chegada. Para o pequeno, não importava o celular, não importavam as dívidas, não importava estar sem a possibilidade de tirar fotos dele e da família; nada mais importava, porque o seu pai havia chego para brincar com ele.
Refleti, então, sobre isso e agora escrevendo, me lembro das palavras de Cristo: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18.3). Agora tendo um filho, compreendo melhor o que é ser como criança. Meu filho não sabe se existe ou não comida para ele na geladeira; se sua cama estará ou não pronta para o aquecer; não entende alguns perigos dentro de casa e outras coisas mais; mas de uma coisa está certo: que vive com seus pais e isto significa que possui todos os cuidados necessários. Ele não vê, mas sabe que está em boas mãos.
E diante de tudo isso, olho para trás e vejo o quão bobo fui em valorizar tanto aquele celular. Algo passageiro e efêmero, se comparado a minha esposa e filho, e muito menos importante se comparado ao cuidado que o Senhor tem tido por nós.
Lembremos, portanto, sempre das preciosas palavras: "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5.7). Se Ele tem cuidado de nós, por que nos afligimos tanto por coisas pequenas da vida? Reflita nisso, querido crente. Aprendamos, ainda que seja de um jeito difícil.
Que Deus o abençoe.
Amém
ResponderExcluirTalvez o celular fosse "roubar" boa parte do seu tempo com a família? Só Deus sabe... Obrigado por compartilhar essa experiência caro Felipe, curto muito os seus artigos, Deus o abençoe sempre! P.S. Você repetiu 2 vezes o versículo Rm 8.28 no texto.
ResponderExcluirAgradeço! Deus o abençoe!
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