sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O porquê de eu não concordar com a castração química e similares



Como já escrevi, o perdão não exclui a punição no que concerne aos atos da vida civil, por exemplo. Não é porque uma pessoa foi convertida, que as multas de trânsito não possuem mais "poder sobre sua vida" ou que as infrações penais passarão ao largo, afinal, não devemos confundir o perdão com as consequências dele. Cristo perdoou o ladrão na cruz, mas não o livrou da morte, pois era necessário enfrentar as consequências impostas.

Bem, mas por que sou contra a castração química, em especial fortemente desejada aos estupradores, e pedófilos? Por uma razão muito simples: "E se algum homem no campo achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela; Porém à moça não farás nada. A moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo, e lhe tira a vida, assim é este caso" (Dt 22.25-26).

Biblicamente, o estupro é comparado ao homicídio, tamanha sua crueldade. Para a Bíblia, ainda que um estuprador se arrependa "com todas as suas forças", ele deve ser punido (o que não exclui sua salvação, caso seja realmente regenerado). A gravidade deste pecado, evidente, não precisa ser sequer comentada, pois mesmo os não cristãos concordam que é um crime terrível e que merece fortíssimas reprimendas.

E a questão sobre a castração ainda tem outro ponto: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Mc 7.21-23). Castrar quimicamente alguém, mediante injeções e substâncias que refreiem o desejo sexual, embora pareça uma boa solução, não retira "os maus pensamentos" dos ser humano. Poderiam, se quisessem, cortar o órgão genital, que mesmo assim o desejo pelo mal continuaria existindo.

Ou seja, é preciso ser contra esse método não bíblico, afinal, além de não funcionar, não faz justiça ao pecado tão grandemente cometido.

Que Deus nos abençoe e nos leve a sempre lembrar: "Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás" (Dt 12.32).

*edição após publicação: sou conhecedor de que Dt 22.28-29 fala de algo diferente, demonstrando que caso a mulher não seja desposada (prometida em casamento), ou seja, esteja solteira, a punição não seria a morte do homem, e sim que deveria casar com ela. Esta é uma distinção importante, pois embora no caso tratado se fale de mulher prometida em casamento (devendo o estuprador ser executado) e nos versículos 28-29, de mulher solteira, o diferencial não está ser prometida em casamento ou não, e sim no "e o homem a forçar" (Dt 22.25), demonstrando que no caso dos versículos da mulher solteira, não houve estupro, e sim um homem e uma mulher solteiros que acabaram tendo relações sexuais antes do casamento - devendo, então, se casarem.

Um comentário:

Por favor, comente este texto. Suas críticas e sugestões serão úteis para o crescimento e amadurecimendo dos assuntos aqui propostos.

O culto online e a tentação do Diabo

Você conhece o plano de fundo deste texto olhando no retrovisor da história recente: pandemia, COVID-19... todos em casa e você se dá conta ...