A cooperação do homem com Deus
não comprova o livre-arbítrio -
por Martinho Lutero
não comprova o livre-arbítrio -
por Martinho Lutero
Você se utiliza de um bom número de ilustrações que descrevem a cooperação do homem com as operações divinas. Por exemplo: "o agricultor faz a colheita, mas é Deus que a dá". É óbvio que tenho plena consciência da cooperação do homem com Deus, mas isso nada prova a respeito do "livre-arbítrio". Deus é onipotente. Ele exerce total controle sobre tudo quanto Ele mesmo criou. E isso inclui os ímpios, os quais, à semelhança daqueles a quem Deus justificou e transportou para o seu reino, cooperam com Deus neste mundo. Todos os homens precisam seguir e obedecer aquilo que Deus intenciona que eles façam.
O homem em nada contribuiu para a sua própria criação. E, uma vez criado, o homem não faz qualquer contribuição para permanecer dentro da criação de Deus. Tanto a sua criação como a sua contínua existência são inteira responsabilidade do soberano poder e bondade de Deus, que nos criou e preserva sem qualquer ajuda nossa.
Antes de ser renovado, para fazer parte da nova criação do reino do Espírito, o homem em nada contribui para preparar-se para essa nova criação e reino. Por semelhante modo, quando ele é recriado, em coisa alguma contribui para ser conservado nesse reino. Somente o Espírito de Deus tanto nos regenera quanto nos preserva, sem qualquer ajuda de nossa parte. É como Tiago diz: "Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas" (Tg 1.18). Tiago está falando a respeito da nova criação. Não obstante, Deus não nos regenera sem que tenhamos consciência do que está sucedendo, porque Ele nos recria e preserva precisamente com esse propósito: que venhamos a cooperar com Ele.
E o que é atribuído ao "livre-arbítrio" em tudo isso? Que resta para o "livre-arbítrio"? Nada! Absolutamente nada!
Martinho Lutero
Em: Nascido Escravo, cap. 4, argumento 8, Editora Fiel
Fonte: Eleitos de Deus
Observação do autor do blog: Quando Lutero escreve sobre "cooperar com Ele", não está insinuando que o homem de fato coopere com Deus - no sentido sinergista - como que se não fosse pelo homem, Deus estaria de mãos atadas. O sentido de cooperar diz respeito ao passo que o homem começa a dar em direção às coisas do reino - passo esse que só é possível após ser regenerado - e nunca insinuando uma atitude autônoma do homem. O próprio Lutero tamém escreveu: "Se algum homem, de alguma maneira, atribuir a salvação ao livre-arbítrio do homem - mesmo a ínfima parte - nada sabe sobre a graça e não conheceu Jesus Cristo corretamente."
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