terça-feira, 24 de setembro de 2013

Estudos na Confissão de Fé de Westminster (1647)



Todos os domingos às 08:00, transmitimos ao vivo os estudos na Confissão de Fé de Westminster. Você pode ver os que já foram gravados - clique aqui.

Nós utilizamos a versão genuinamente original da Confissão. Você pode a baixar neste site.

Cristo seja convosco!

sábado, 21 de setembro de 2013

Artigos sobre a família – Uma cosmovisão Cristã (parte 4 - final)


Um chamado à ação na Família

Ações Gerais

Por causa das convicções acima mencionadas, chamamos a todos os homens e mulheres que confessam a Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor pessoal, que se junte a nós para:

1. examinar seriamente estas afirmações e negações à luz da Palavra de Deus, para ver se são verdadeiras, e nos informar diretamente sobre aqueles pontos nos que creem que nós nos distanciamos das Escrituras ou da lógica;
2. reexaminar nossas próprias teorias e práticas educativas, e pedir a Deus que nos mostre onde estamos caindo;
3. arrepender-nos de todos os pecados conhecidos, confessando-os e abandonando-os, pedindo perdão tanto a Deus, quanto a todos aqueles que temos ofendido, e depois fazendo toda a restituição possível.
4. pedir a Deus que encha a todo Seu povo com o poder capacitador do Espírito Santo, para que façamos que nossas vidas pessoais e nossas teorias e práticas educativas sejam em maior conformidade com Sua vontade revelada, em uma base permanente e consistente
5. buscar direção de nossos irmãos e autoridades da igreja local, quanto a como podemos mutuamente apoiar e nos influenciar para que nossas práticas educativas glorifiquem a Deus.

Depois de ter lidado com nossos pecados e fracassos pessoais, e termos feito responsáveis de dar contas com a Bíblia e ante nossos irmãos agora nos comprometemos a:

1. influenciar a todos os cristãos e organizações cristãs com os quais trabalhamos, a considerar seriamente nossas afirmações e negações, com a meta de registrar suas respostas;
2. influenciar àqueles no campo da família que estão de acordo com nossas afirmações e negações a implementar estas propostas em seu trabalho;
3. mobilizar e conectar nossos recursos Cristãos e trabalhar de maneira coordenada com as outras esferas profissionais, tanto ou dentro fora da Aliança para o Avivamento,  para ver a conduta do Corpo de Cristo e da nação mudadas para que se aproximem mais da visão da realidade e da moralidade que nos são apresentadas nas Sagradas Escrituras.

Ações Específicas

Para estes fins nos comprometemos às seguintes ações específicas:

1. Colocando a disposição este documento junto com uma lista curta de leituras de livros pertinentes, por autores Bíblicos, para toda igreja no mundo que creia na Bíblia, e estimular aos líderes das igrejas locais a treinar seus membros nestes princípios essenciais da família Bíblica;
2. Aplicando a disciplina eclesiástica cada vez que os membros de uma congregação se envolverem em pecados relacionados especialmente com a família, tais como a fornicação, o divórcio fácil, a falta de submissão das esposas, o abuso da autoridade por parte dos esposos, o abuso dos cônjuges, a desobediência dos filhos, o abuso infantil, a falta de apoio por parte do esposo, o abandono, o incesto, a homossexualidade, ou a falta deliberada de crianças por qualquer outra razão que não seja um chamado especial de Deus;
3. Incitando as juntas diretivas das igrejas a solicitar a renúncia ao líder de todos os pastores, anciãos, evangelistas, membros de equipe de trabalho na igreja e nas organizações para eclesiástica, músicos Cristãos, e outros líderes que não cumprem com os requerimentos escriturísticos para a liderança do Corpo de Cristo (1 Timóteo 3), particularmente em administrar bem seus próprios lares, ou que passaram por um divórcio antibíblico e não provaram sua contrição e arrependimento, até que suas vidas estejam em conformidade com a Escritura;
4. Exortando a todos os Cristãos a se unirem na cidade, estado e em escala nacional em oposição a qualquer intenção ímpia por parte do governo civil de tirar os direitos paternos ordenados por Deus sobre seus próprios filhos. (Devem tomar todos e cada um dos meios institucionais, por parte do indivíduo e da igreja institucional, para oporem-se a qualquer ataque contra o direito básico, essencial e fundamental dos pais de conceber, controlar, educar, criar, guiar e disciplinar a seus próprios filhos. As igrejas devem estar dispostas a perder seu status de isenção de impostos sobre este tema, e os pais Cristãos devem estar dispostos a serem presos, se for necessário, ao batalhar contra esta possessão última do poder por parte dos devotos do estatismo idólatra);
5. Fazendo qualquer ação que podemos, dentro dos nossos limites Bíblicos e Constitucionais, para reajustar a legislação do município, do estado e da legislação federal, com respeito aos assuntos familiares, com o propósito de fazer que estejam em conformidade à visão Bíblica da realidade e moralidade, especialmente perseguindo o recomeço de fortes  leis com respeito ao apoio às crianças, o adultério, a homossexualidade, a prostituição, o treinamento com atos sexuais, a pornografia, o abuso sexual, o incesto, o estupro, o aborto, o infanticídio e o divórcio;
6. Animando aos pastores, anciãos, e equipe de trabalho na igreja a persuadir e ensinar aos pais que Deus os tem como responsáveis por desenvolver uma maturidade espiritual e o entendimento Bíblico de seus próprios filhos e que não podem delegar esta obrigação primeira ou totalmente à Igreja ou às escolas Cristãs;
7. Guiando e socorrendo, e insistindo às Igrejas a guiar e socorrer aos pais no cumprimento de suas funções como cabeças espirituais de suas famílias;
8. Desafiando a Igreja a reconsiderar sua visão do cuidado dos anciãos, e insistir que os filhos e os netos assumam a primeira responsabilidade de cuidar dos idosos inválidos, em suas próprias casas e como membros de suas próprias famílias, antes que recorram às casas de retiro;
9. Ensinando que quando as crianças são abandonadas ou ficam órfãs, ou seus pais estejam presos, devem ser cuidados preferencialmente por parentes, amigos ou pela Igreja, antes do governo civil, instituições ou albergues de menores;
10. Pedindo contas às Igrejas evangélicas cada vez que, de maneira antibíblica e inescusável, aceitam o divórcio fácil, e insistir para que adotem atitudes e práticas Bíblicas (A taxa de divórcios entre aqueles que frequentam igrejas evangélicas está crescendo e aproximando cada vez mais a taxa que existe entre os não cristãos. Deve-se lançar uma campanha massiva para educar as congregações, para chamar aos divorciados e recasados de maneira antibíblica ao arrependimento, a exercer a disciplina eclesiástica nos casos antibíblicos de divórcio e novo matrimônio, e ajudar a restabelecer pastores divorciados – que devem renunciar a seu ministério pastoral – em carreias alternativas.  O avivamento e a reforma não virá até que a Igreja resolva seus divórcios ímpios e reverta sua excessiva taxa de divórcios);
11. Ajudando a cada igreja local a estabelecer, por si, somente, ou em cooperação com outras congregações locais, seu próprio centro de crises de gravidez e um programa antiabortos (Esta não é uma obrigação menos  requerida para os Cristãos de hoje nos Estados Unidos do que foi a oposição Cristã ao Holocausto de Hitler na Alemanha, também ao risco de prisão e morte.);
12. Chamando à Igreja evangélica a educar aos pais e a seus adolescentes em conhecimento, sabedoria, respeito e responsabilidade  pela sua sexualidade para preparar aos jovens para reverter a tendência para a fornicação entre os adolescentes Cristãos.

- por The Coalition on Revival, Inc.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Artigos sobre a família – Uma cosmovisão Cristã (parte 3)


O Aborto e o infanticídio, a eutanásia e a discriminação no tratamento médico

35. Afirmamos que toda a vida humana é santa e tem um valor intrínseco dado por Deus – além de ser medida pela habilidade humana – porque traz a imagem de Deus, sem consideração de raça, idade, gênero, status pré-natal, ou impedimento físico ou mental (Mateus 6:25;10:31; Gênesis 2:7;9:5,6, Salmo 139:14, Jeremias 1:5).

Negamos que o valor da vida humana deva ser medido por sua “qualidade”; que o aborto sob demanda, o infanticídio, a eutanásia ou a discriminação no tratamento médico contra os deficientes, ou muito jovem, ou o muito velho seja justa em algum momento; e que alguma raça ou gênero tenha um valor intrínseco maior que  algum outro.

36. Afirmamos que todo ser humano começa a vida a partir do momento da concepção; que o zigoto, o embrião e o feto devem, portanto, receber plena proteção da lei (Salmo 139:14, 15; Jeremias 1:5; Êxodo 21:22-25); que matar o zigoto, o embrião ou o feto, por meio do aborto ou alguma outra forma de violência é assassinato; que a remoção do zigoto, o embrião ou o feto do ventre está justificada unicamente quando deixar a criança no ventre da mãe pode matar a mãe e a criança; que a Igreja deve fomentar a investigação para melhorar as oportunidades de sobrevivência para um bebê que tenha sido removido desta maneira; e que nenhuma criança deve ser privada de alimentação ou de cuidado médico necessário depois do nascimento por razão alguma (Deuteronômio 5:17).

37. Afirmamos que os homens e as mulheres já velhos têm valor aos olhos de Deus e têm o mesmo direito à vida dado por Deus como as outras pessoas, e que a “eutanásia” -  tirar a vida de uma pessoa seja através da ação positiva ou do descuido – é, portanto, assassinato.

Negamos que a vida deva ser valorizada pela sua utilidade na sociedade; que as pessoas velhas, ainda aqueles severamente incapacitadas, sejam pessoas sem valor; e que os idosos devam ser usados para experimentos médicos sem seu consentimento.

A família e a Igreja

38. Afirmamos que os filhos  dos crentes devem receber sua instrução espiritual básica dos seus próprios pais, com a ajuda dos membros de mais idade da família e da Igreja; que os filhos dos não crentes devem ser providos da oportunidade de receber instrução espiritual por parte da Igreja com aprovação paterna; que os adultos recebam sua preparação para os papeis na igreja por meio da  administração de sucesso de sua própria família; e que os adultos solteiros podem beneficiar-se ao serem recebidos nos grupos familiares da Igreja como uma forma de ministrar e ser ministrados (Deuteronômio 6:7;11:19; 1 Timoteo 3:4; Tito 1:6; 2:3-5; Salmo 68:6).

Negamos que as igrejas devam substituir aos pais Cristãos ou à casa no treinamento; que os programas da igreja devam interferir na vida familiar fundamentada Biblicamente; e que as igrejas devam estimular o cuidado infantil institucionalizado para crianças com pais capazes.

39. Afirmamos que as igrejas devem buscar estabelecer anciãos que sejam escrituralmente qualificados como modelos razoáveis de Cristo nas relações familiares, que sejam capazes de treinar a outros na liderança familiar, que convidem regularmente a sua casa  aos membros de seu rebanho, e que sejam responsáveis de treinar aquelas famílias sob seu cuidado nas qualidades que lhes capacitem para  tornarem-se líderes da igreja (1Timoteo 3:1-5; Tito 1:6-9; Efesios 5:25-33; 6:4).

Negamos que somente o treinamento institucional seja suficiente qualificação para dirigir a Igreja de Cristo; que o treinamento para a liderança deva excluir a família do homem; que as famílias sejam um impedimento para o ministério; e que as igrejas devam demandar ou esperar que os homens casados passem tempo excessivo longe de suas casas (1 Timóteo 3:4; Tito 1:6; 2:3-5).

A família e o Estado

40. Afirmamos que Deus da à família responsabilidades civis, incluindo dar a luz aos filhos, alimentá-los, treiná-los e prover suas necessidades, o mesmo que prover as necessidades físicas, proteger a vida e cuidar dos membros incapacitados da família, e ajudar aos necessitados da comunidade através da hospitalidade e atos de misericórdia; e que toda família cristã deve esforçar-se  para cumprir estas responsabilidades, e se necessitar de ajuda, deve buscá-la primeiramente nos ramos familiares e depois na Igreja (Gênesis 1:27, 28; Deuteronômio 5:19; 6:7; 11:19; 2 Coríntios 9:7; 1 Timóteo 5:4, 8, 16; 3:2; Provérbios 31:20).

Negamos que o estado tenha algum direito de minar ou eliminar a justa autoridade dos pais em uma família ou que deva reivindicar o  papel de educador, provedor, ou protetor das crianças ou outros membros da família, exceto em casos judicialmente comprovados de abuso, descuido, abandono ou petição da família.

41. Afirmamos que Deus dá ao magistrado o poder de castigar as más ações e de fomentar a boa conduta; que os crimes que ocorrem na família devem ser castigados justamente; e que o estado deve promover um ambiente social, econômico e físico que propicie a vida familiar (Romanos 13;4,4). Negamos que o Estado tenha o direito de estabelecer padrões extrabíblicos com  respeito a quem pode se casar, quem pode ter filhos, como as crianças devem ser disciplinadas e educadas, e como os esposos e as esposas ou outros membros da família podem se relacionar um com os outros; que Deus conceda aos governos civis o direito de restringir sua liberdade econômica através de uma política de impostos que fomente a ruína (incluindo o roubo às viúvas e órfãos por meio dos impostos à herança), leis opressivas com respeito ao uso da terra, ou o favoritismo para as grandes corporações; ou que o Estado deva legalizar ou financiar o aborto, o infanticídio ou a eutanásia.

42.  Afirmamos que o abuso sexual e a privação deliberada por parte dos pais de refúgio, vestimenta, alimentação, sono, ou de cuidado médico essencial para as crianças, colocando em risco, deste modo, suas vidas e sua saúde física, devem ser tratados como uma agressão ilegal ou como intenção de assassinato e os ofensores devem ser castigados, portanto, pelo governo civil e ser disciplinados pela Igreja. Negamos que o Estado  tenha algum direito de impor padrões não realistas sobre as famílias; que as assim chamadas, ofensas de “abandono emocional”, “abuso emocional”, “abandono educativo”, etc., que formam o grosso dos relatórios confirmados de “abuso e abandono infantil”, sejam, de fato, crimes contra as crianças; que o Estado tenha algum direito de administrar penas criminais ou usurpar a custódia em casos de negligência, exceto quando a vida ou a saúde física da criança estão, obviamente, em perigo; e que o Estado deva, alguma vez, administrar penas criminais ou usurpar a custódia em casos onde a única acusação diz respeito à saúde mental, visto que, o Estado não pode mandar quais crenças ou atitudes particulares são saudáveis ou aceitáveis.

Negamos, ainda, que a negligência involuntária, causada pela pobreza ou outras circunstâncias incontroláveis devam ser tratadas em alguma ocasião como crime, e que também as famílias pecaminosas sejam mais ajudadas com as ameaças de retirar os seus filhos, ao contrário da oração, instrução piedosa e ajuda amorosa.

43. Afirmamos que o estupro é um pecado e um crime, não importando quem seja a vítima, mas especialmente quando é cometida contra uma criança, e que os estupradores devem ser julgados como criminosos (Deuteronômio 22:23-27; Levítico 18).

Negamos que o incesto seja meramente um “tabu” social; que os assim chamados estupros “não violentos” ou estupro “em encontros” (cometidos durante um estupro) não sejam crimes; que os pais devam ser condenados como abusadores sexuais na ausência de evidências convincentes; que o governo civil deva consentir em uma “caça às bruxas” contra o abuso sexual, solicitando relatórios anônimos ou acusando pessoas sem evidência convincente; que o governo deva plantar a desconfiança dos pais nas mentes das crianças inocentes (Deuteronômio 18:15); que os pais que demonstrem seu carinho para com seus filhos devam ser tratados como criminosos; que os abraços, beijos e outras formas de afeto por parte dos pais que não envolvam estimulação sexual sejam abuso sexual; e que os estupradores devam receber aconselhamento, palavra de honra, ou sentenças de prisão em vez da punição dita pela Bíblia.

44. Afirmamos que a pena para os crimes genuínos contra as crianças caem somente sobre o autor, não sobre outros membros da família ou à vítima. Negamos que as crianças devam ser retiradas da custódia do cônjuge que não é o ofensor.

45.  Afirmamos que as palmadas Bíblicas podem causar contusões temporais e superficiais ou machucados que não constituem abuso infantil, mas que a brutalidade comprovada contra uma criança que resulte na desfiguração permanente ou em feridas sérias deve ser castigada pela lei (Êxodo 21:23, 24; Provérbios 13:24; 22:15; 23:13, 14). Negamos que o direito e a responsabilidade de administrar disciplina dê alguma vez aos pais o direito de ferir seriamente a seus filhos.

Continua...


- por The Coalition on Revival, Inc.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Artigos sobre a família – Uma cosmovisão Cristã (parte 2)


PAIS E FILHOS

15. Afirmamos que os filhos são uma benção do Senhor, de um valor maior que a capacidade humana pode medir, e devem ser recebidos com gozo ao seio da família como presentes preciosos que provem dEle; que os filhos pertencem unicamente a Deus, com os pais como mordomos ordenados por Deus; e que Deus dá aos pais a responsabilidade principal e a autoridade para a educação e para o bem estar físico, social, emocional e espiritual dos filhos (Gênesis 33:5; Salmo 78:1-8; 127:3-5; Provérbios 17:6; 1 Timóteo 2:15; Efésios 6:1-4; Deuteronômio 4:9; 6:1-9).

Negamos que os pais devam adotar o espírito secular anti-conceptivo da cultura que promove o abuso, o descuido, a exploração, a ausência ou a inacessibilidade paterna, a falta de supervisão, a paternidade social em lugar da criação familiar, a excessiva segregação por idade e a influência dos colegas sobre as crianças; o uso das necessidades delas como peões políticos, a educação das crianças como experimento social e a usurpação governamental das responsabilidades paternas; e que as crianças devam ser tratadas como um mal que deva ser abortado ou impedido, como uma carga financeira que deva ser apoiada ou limitada, ou a propriedade de um dos pais ou do Estado.

16. Afirmamos que os pais devem refletir a retidão, justiça, misericórdia e amor de Deus na disciplina, treinamento e cuidado dos filhos menores (Provérbios 22:6; 29:15; 1 Samuel 3:13; Salmo 78:1-8; 2 Timóteo 1:5; 3:15; 2 Coríntios 12:14; Efésios 6:1-4).

Negamos que o Estado tenha direito algum de minar ou acabar com a justa autoridade dos pais, ordenada Biblicamente, reclamar ou usurpar – de pais que não tenham sido condenados por abuso físico ou negligência, o papel do educador primário, provedor e protetores de crianças.

17. Afirmamos que Deus manda a todos os filhos honrar seus pais e, aos filhos maiores, manda obedecê-los no Senhor; que a Escritura dá aos pais o direito e a responsabilidade de fazer cumprir a obediência através da disciplina, incluindo a disciplina corporal (Deuteronômio 5:16; 2 Samuel 7:14, cf. Provérbios 3:11, 12; Provérbios 13:24; 22:15; 23:13; 29:15); e o treinamento na obediência piedosa no fundamento do autogoverno pessoal e de todos os governos civis dos homens e as mulheres livres.

Negamos que a família deva ser uma democracia, que a obediência que se faz cumprir em amor seja prejudicial para a criança; e que o governo civil tenha algum direito de definir a disciplina corporal sabiamente administrada como “abuso infantil” ou que permita as crianças se “divorciarem” de seus pais. 

TREINANDO AS CRIANÇAS PARA O AMADURECIMENTO

18. Afirmamos que a meta da paternidade cristã deve ser apresentar os filhos ante o Senhor como adultos responsáveis e espiritualmente maduros para o momento que  alcancem seu pleno amadurecimento físico (Lucas 2:41, 42).

Negamos que a adolescência deva ser artificialmente prolongada para mais longe do amadurecimento físico; que os adolescentes tenham o direito de serem irresponsáveis e centrados em si mesmos; e que os mais velhos devam esperar ou permitir tal conduta da parte deles.

 OS AVÓS, PARENTES IDOSOS OU INCAPACITADOS

19. Afirmamos que a família deve prover cuidado amoroso emocional, espiritual e físico para seus membros idosos dependentes ou incapacitados, e deve respeitá-los reconhecendo seus anos de experiência e potencial para ensinar sabedoria a aqueles que são mais jovens (1 Timóteo 5:4-8; Mateus 15:1-9);  que Deus tem um propósito para os avós e para os outros parentes idosos (Gálatas 6:10); e que os avós são responsáveis de ensinar primeiro a seus filhos adultos como ensinar seus netos, e segundo, ajudar a garantir que isto realmente aconteça (Salmos 78:1-8).

Negamos que a sociedade deva abusar ou ignorar os membros da família já idosos ou incapacitados, a considerá-los como pessoas sem valor ou como mera carga, ou acelerar suas mortes por meio da “eutanásia” ou qualquer outro meio, e que a velhice deva ser um tempo para a busca individual e egoísta.

20. Afirmamos que os parentes incapacitados, devido à idade ou por qualquer outra incapacidade, têm o direito de encontrar repouso e cuidado nos lares de seus filhos ou outros membros próximos da família, se possível, física ou medicamente; e que os Cristãos devem prover a seus parentes incapacitados (1 Timóteo 5:4, 8, 16), e para as pessoas idosas em aflição e que não são, necessariamente, parentes (Tiago 1:27).

Negamos que os idosos devam ser vistos como uma moléstia e ter rejeitada sua habitação com seus filhos porque sejam uma carga ou inconveniência (cf. o livro de Ruth); e que as pessoas mais velhas com corpos e mentes razoavelmente sãs devem esperar que outros lhes apóiem em um estilo de vida ocioso ou egoísta (1 Tessalonicenses 4:11; 2 Tessalonicenses 3:10).

MATRIMONIO: ESCOLHAS E COMPROMISSOS

21. Afirmamos que o homem que deseje casar deve consultar o conselho sábio, incluindo o da sua família (Provérbios 15:22), e escolher sua esposa sob a direção de Deus em busca de um caráter piedoso (Centrado em Deus) e idoneidade, como sócia em seu chamado [d'Ele] (Gênesis 2:18, 20-21; Provérbios 18:22; 31:10-31; 1 Coríntios 7:28, 36).

Negamos que os Cristãos devem casar com não Cristãos, e que o atrativo sexual ou outras considerações carnais devam ditar a um Cristão sua escolha da parceira (1 Coríntios 7:39; 2 Coríntios 6:13-14; Provérbios 31:30).

22. Afirmamos que os votos matrimoniais são um pacto solene e sagrado entre ambos contraentes e Deus; que é deplorável quando não se faz valer estes votos por meio da lei ou da Igreja e tenha perdido assim significado; que as sanções das Escrituras devem ser requeridas daqueles que quebraram os votos matrimoniais de maneira antibíblica; e que a Igreja deve trabalhar para restaurar o pleno reconhecimento do matrimonio como um pacto legal obrigatório perante Deus.

Negamos que a Igreja e o Estado não tenham a responsabilidade de fazer valer os votos que eles administraram.

Divorcio e Novo Casamento

23. Afirmamos que, ao se casar, um Cristão aceita assumir as imperfeições do cônjuge; portanto, essas imperfeições não podem ser interpretadas como razões para o divórcio; que pode haver um cônjuge inocente em um divórcio, mas nunca dois; que o perdão de Deus pode estender-se a qualquer pecado relacionado com o divórcio; que o perdão de Deus é outorgado àqueles que humildemente arrependem-se diante d’Ele e recebem a Jesus Cristo como Salvador e Senhor; que o arrependimento pode requerer a reconciliação com um cônjuge injustamente divorciado ou outra prova tangível de uma mudança de coração; e que a Igreja deve requerer provas do arrependimento antes de restaurar à pessoa divorciada a comunhão. Negamos que exista alguma base bíblica para o divórcio “sem culpa”; que a sociedade e a lei devam sancionar o divórcio “sem culpa” baseando na demanda; e que Deus deseje que a Igreja restaure a comunhão àqueles que não mostram nenhum sinal de arrependimento ou disposição e esforço para fazer restituição ao cônjuge ferido.

24. Afirmamos que, como o nome de Deus é invocado em um casamento Cristão, tal matrimônio não pode ser desfeito sem trazer vergonha ao nome de Deus (Mateus 19:6; Êxodo 20:7; Mateus 5:33-37); que a intenção de Deus para o casamento na criação foi um homem para uma mulher até que a morte os separem; que a destruição das relações matrimoniais é uma infração do pacto que desagrada a Deus; e que ainda que a Escritura apresente bases para isso, Deus ainda odeia o Divórcio (Malaquias 2:16). Negamos que terminar um casamento, em divórcio, glorifique a Deus.

25. Afirmamos que o casamento é por toda a vida e que ninguém deveria entrar levianamente (Mateus 19:9,10); e que a Escritura reconhece apenas uma justificação para o divórcio (o adultério de um dos cônjuges, Mateus 5:27-32); e outra possível justificativa (o abandono do cônjuge, que podemos entender como uma forma de adultério, 1 Coríntios 7:10-15), e que somente aqueles divorciados por estas razões podem aspirar um novo matrimônio de forma legítima. Também esta (não consta no texto original): uma causa irremediável, conforme Esdras 10. Negamos que qualquer pessoa divorciada por qualquer razão diferente a estas possa ser considerada como alguém que tenha passado por um divórcio Biblicamente sancionado.

26. Afirmamos que quando acontece o divórcio devemos estender a compaixão para com o cônjuge injustamente divorciado, se há algum, e nosso perdão e o perdão de Deus onde seja apropriado. (Mateus 19:5-9; 1 Coríntios 7:10-13).

Negamos que o divórcio nunca tenha sido uma intenção de Deus na criação, e que o divórcio deva ser um substituto dos esforços sustentados, mesmo  ao longo da vida, para resolver os conflitos materiais, para  perdoarem uns aos outros e para se servirem mutuamente e prover as necessidades um do outro.

Famílias Quebradas

27. Afirmamos que o Corpo de cristo deve mostrar uma grande compaixão e apoio às famílias quebradas com crianças pequenas, seja a ausência de um pai devido à morte, ao divórcio, ao abandono, ou por adoções outorgadas a pais solteiros, e que a graça, a força, o perdão e o pastorado de Deus estão sempre disponíveis para aqueles que o buscam de  maneira humilde e em espírito de arrependimento (Oseias; Provérbios 5:18; Efésios 5:23, 24, 32; Marcos 10:2-12; Eclesiastes 9:9; Romanos 7:2; Mateus 5:2; 19:1-12; Tiago 4:1-3).
Negamos que as famílias com um só pai/mãe estão inevitavelmente condenadas ao fracasso, e que a família de Deus pode justificadamente evitar ou negar a um Cristão que tenha sido vítima de um divórcio ou tenha perdido seu cônjuge, exceto onde a disciplina da Igreja tenha sido executada de maneira bíblica e que a pessoa não tenha se arrependido.

Relações Familiares

30. Afirmamos que todos os membros da família, como todos os outros seres humanos, são caídos e imperfeitos e necessitados de perdão e redenção por parte de Deus, e perdão por parte dos demais membros, e que os Cristãos devem se esforçar  por mostrar-lhes a mesma cortesia aos membros da família que mostram àqueles fora da família (Tiago 2:8,9), manifestando amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão e autocontrole para com os membros da família (Gálatas 5:22; 23).

Negamos que os membros da família devam se comportar de maneira auto-suficiente ou negando o perdão uns aos outros, e que um Cristão tenha menos necessidade de autocontrole e cortesia em casa do que tem no mundo exterior (Gálatas 5:13-24; I Corintios 13).

31. Afirmamos que o conceito Bíblico do amor inclui à criança, o sustento, o consolo, o cuidado, o contato físico e a expressão verbal de respeito interno como atos de amor entre os membros da família; que os membros da família devem amar, animar,  apoiar, proteger, consolar, respeitar, perdoar e se cuidar carinhosamente, uns anos outros; e que os membros da família devem usar o tempo para expressar afeto e respeito uns aos outros de maneira física e verbal (1 Corintios 13; Marcos 10:14; Efésios 6:4; Isaías 40:11;Salmo 27:11). Negamos que os membros da família devam se sentir como garantidos ou se privarem do amor mútuo necessário.

32. Afirmamos que a família sujeita a Deus  é um organismo que funciona unido para metas comuns; que Deus dá aos membros da família diferentes papeis e habilidades; que aqueles em autoridade nas famílias podem, reconhecendo as diferenças nos papeis, dons e habilidades, requerer ajuda dos talentos ou da sabedoria daqueles postos sob sua autoridade sem comprometer sua própria autoridade (e.x. um esposo pode aceitar algumas vezes, com sabedoria, o juízo da esposa sem comprometer sua posição de liderança); e que um pai pode aceitar o afloramento sensível de um filho sem comprometer a autoridade paterna.

Negamos que a família seja uma ditadura (1 Pedro 5:2, por analogia); que um membro de uma família deva manipular, esmagar ou reprimir a outro membro, tratando-o como se não fosse uma pessoa ou ignorando suas necessidades e dons; e que um esposo ou esposa debilitem sua autoridade por submeter-se ao juízo santificado daqueles que se encontram sob sua própria autoridade (Provérbios 12:15).

33. Afirmamos que os resultados tanto do pecado como da impiedade, afetam as gerações familiares subsequentes, e que portanto, os pais devem esforçar-se para dar aos filhos um fundamento mais Bíblico do que eles mesmos tiveram para que a Igreja possa crescer e não decair (Deuteronômio 5:9, 10, 16; Jeremias 35:18, 19; Salmo 78:1-8; 51:5; Lamentações 5:7; Êxodo 20:5; Atos 2:39).

Negamos que os pais tenham pouco ou nenhum impacto sobre a vida de seus filhos e das gerações subsequentes.

34. Afirmamos que o princípio governante de toda a interação familiar deve ser um justo e Bíblico exercido através do poder do Espírito Santo e entregue, apesar do desempenho, atitudes ou circunstâncias, e que este amor expressa-se ao colocar as necessidades dos outros membros antes mesmo das nossas (João 15:22; 13:35; 1 Corintios 13; Colossenses 3:14; Filipenses 2:1-4).

Negamos que as atitudes egoístas dos membros individuais da família – que destroem a unidade matrimonial, perturbam a unidade familiar, conduzem ao descuido das necessidades dos cônjuges ou dos filhos, e interferem com o ministério dos outros – sejam justas em algum momento.

Continua...

- por The Coalition on Revival, Inc.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Artigos sobre a família – Uma cosmovisão Cristã (parte 1)


Introdução

A família é a instituição escolhida por Deus para trazer as crianças ao mundo, cuidar e treiná-los. É a fibra em que estão trançadas todas as instituições humanas piedosas, e a estrutura tanto da Igreja como da sociedade se desintegrará se sua própria fibra é quebrada.

Hoje a família está sendo desgarrada por muitos pecados e pressões sociais. 

1. Muitos indivíduos fora da Igreja e também alguns dentro dela, chegaram a aceitar o divórcio por qualquer razão.

2. O enfoque exclusivo na carreira profissional e o materialismo se converteram em ídolos respeitáveis, substituindo – para muitos pais e muitas mães – o viver para Deus e Seus propósitos no contexto da vida familiar, forçando desnecessariamente a muitas mães a sair da casa para o labor do mundo laboral, enquanto que as genuínas pressões econômicas forçam muito mais a permanecer ali por necessidade devido a falta de caridade e justiça por parte de outros.

3. O movimento feminista radical tem prejudicado a moral de muitas mulheres e convencido aos homens a abandonar sua autoridade Bíblica em casa.

4. Alguns importantes direitos e responsabilidades paternas têm sido minados pela lei, cortes e algumas forças na educação escolar pública, e por políticas governamentais que privam à família de muitas das suas funções bíblicas tradicionais.

5. Os meios de comunicação, frequentemente, doutrinam aos telespectadores e ouvintes com valores destorcidos e contrários à família.

6. Até recentemente temos aprovado às escolas do governo e outras instituições humanistas de educação superior sem espírito crítico, ainda que estas instituições deliberadamente ensinem e efetivamente aprovem às práticas contrárias à família da “paternidade social”, aborto, eutanásia, consentindo o adultério, a promiscuidade, o homossexualismo, etc. 

Como resultado, muitas famílias sofrem de falta de direção e desorganização. A dissolução da família, desprezo pelas necessidades das crianças e membros idosos da família, a busca desenfreada da auto realização, o divórcio fácil, a falta de compromisso e estabilidade e o consequente aumento de lares que sofrem de pobreza e dirigidos por mulheres, tudo isto coloca em perigo a vida familiar.

Mas através da nossa nação Deus está levantando um avivamento de interesse e compromisso com as famílias. Mais e mais Cristãos desejam obedecer ao plano de Deus para as relações humanas e a estrutura social. Os Cristãos também estão descobrindo que a vida familiar Bíblica e global (o que abarca tudo) é a alternativa divinamente ordenada ao socialismo crescente e a vida institucionalizada.

Portanto, apresentamos as seguintes afirmações e negações como uma bússola que, no clima cultural de tempestades, poderá ser dado aos Cristãos um sólido fundamento Bíblico para confrontar efetivamente o espírito da época (o mundo) e viver para o plano da ação de Deus para a vida familiar.

Declarações de Afirmação e Negação

Origem e definição da família

1. Afirmamos que Deus estabeleceu a família quando uniu Adão e Eva  em matrimônio e instituiu sua relação com um pacto e compromisso de vida para com Deus e entre si (Gênesis 2:22-24; Isaías 49:15); que o matrimônio e outras relações familiares podem cumprir  seu completo potencial destinado na medida em que cada membro está individualmente reconciliado com Deus e santificado através da obra e Senhorio de Jesus Cristo; e que Deus ordenou a família como uma instituição social projetada para refletir Sua imagem na terra, para trazer à terra a submissão a Seu plano, e para ser frutífera e multiplicar-se. (Efésios 5:22,23; Gênesis 1:27, 28).

Negamos que a família seja nada mais que um contrato social ou uma correlação de conveniência inventada pelos humanos sem responsabilidade com Deus, e que o matrimônio Cristão deve ser autocentrado de maneira hedonista (Hebreus 13:4; 2 Coríntios 6:14; Efésios 5:21; Salmo 127:1; Provérbios 18:22).

2. Afirmamos que a definição Bíblica de família é o núcleo familiar de um casal heterossexual com seus filhos naturais e/ou adotados, juntamente com os ramos familiares que consistem todos os núcleos familiares que descendam de ancestrais comuns. (A bíblia também usa os términos clãs, tribo e nação para estes grupos maiores. Veja os vários usos da palavra Hebraica mischpachah [ex., Juízes 18:2; Amós 3:1]).

Negamos que a Bíblia aceite alguma outra definição de família, como a partilha de uma casa por parceiros homossexuais, e que as leis da sociedade devam ser modificadas de alguma maneira para, de alguma forma, aplicar a definição de família ou matrimônio além da definição Biblicamente entendida de matrimônio heterossexual, relações de sangue e adoção.

3. Afirmamos que Deus tem como propósito que cada família Cristã trabalhe energicamente para o avanço do Seu reino; que este propósito se cumpre pela unidade entre esposo e esposa, por meio de ter e educar aos filhos como Cristãos, baseado no evangelismo em casa, a hospitalidade e outros ministérios de misericórdia baseados no lar, e treinando líderes Cristãos como cabeças piedosas de seus lares como pré-requisito para que ostentem ofícios eclesiásticos. (Gênesis 1:27,28; Mateus 28:18-20; Deuteronômio 6:7; 11:19; 1 Timóteo 2:15-3:13; 1 coríntios 7:21; Salmo 127;128)

Negamos que o lar seja nada mais que um “posto de parada” onde os membros da família completem suas próprias necessidades, e que as funções da família devem ser transferidas a outras instituições em detrimento do plano de Deus e da liberdade do ser humano.

4. Afirmamos que cada família, sendo diferentes em circunstâncias, indivíduos e dons têm um propósito e um significado único no plano de Deus.  (Filipenses 1:27, 28; 1 Coríntios 12:12- 27).

Negamos que algum membro da família possa, de maneira legítima, ir ao encontro de metas individuais autocentradas e egoístas em detrimento  das necessidades genuínas da família; que o plano básico de Deus, incluindo Seu propósito de que as famílias sejam produtivas para Seu reino, não se aplique mais a este tempo e época; e que algumas famílias existam para o qual o plano de Deus não se aplique.

A santidade da sexualidade, reservada para o matrimônio.

5. Afirmamos que Deus projetou a linda benção e união espiritual da relação sexual para ser reservada exclusivamente para um homem e uma mulher dentro do matrimônio. (Hebreus 13:4; 1 Coríntios 7:1-9; Provérbios 5:15; Romanos 1:27; Gálatas 5:20, 21; 1 Timóteo 4:1-3).

Negamos que as relações sexuais pré-matrimoniais e extra matrimoniais, a promiscuidade, o adultério, o homossexualismo, a bestialidade, o exibicionismo, a pornografia, as relações sexuais entre adultos e crianças, o entretenimento baseado nos atos sexuais, a masturbação e outras variações sexuais devam ser sancionadas ou aceitadas como “normais” ou legais, ainda se são realizadas na privacidade pessoal ou pelo consentimento da parceira ou da sociedade; e que qualquer conduta sexual que se desvie da norma heterossexual matrimonial e amorosa possa ser considerado com um padrão madura para a vida, incapaz de ser tratado medicamente ou aceitável também se o indivíduo envolvido não quiser mudar.

6. Afirmamos que a  singeleza do celibato pode ser o propósito de Deus para um adulto, provida para o serviço ou ministério efetivo, tal chamado caracteriza-se sempre pela graça de Deus de maneira que a pureza sexual possa ser mantida; e que tais pessoas solteiras são pessoas inteiras na ordem da criação de Deus (Mateus 19:10, 11; 1 Coríntios 7:7, 8, 25-27, 32).

Negamos que a fase solteira deva ser uma fase hedonista do desenvolvimento do adulto durante a qual uma pessoa, de modo egoísta, sirva unicamente a seus próprios interesses; que a fase solteira deva ser infeliz, sem sentido de realização ou reservada para aqueles fisicamente pouco atrativos; e que ser solteiro indique tendências homossexuais.

O homem: Sua liderança

7. Afirmamos que a ordem de Deus do governo da família Cristã, Cristo é a Cabeça do homem, e que o homem é a cabeça da mulher como Cristo é a Cabeça da Igreja, tendo dado a Si mesmo em amor para sua redenção; que o esposo deve olhar constantemente a Cristo em busca de direção; e que a liderança do esposo requer compromisso para com sua esposa, sacrifício desinteressado para com ela, o espírito de um servo, reforço de suas qualidades únicas e um amor ativo em cuidar, valorizar e provê-la (Efésios 5:21-25; Filipenses 2:5-11; Mateus 20:28; Colossenses 3:18, 19; 1 Timóteo 3: 11, 12; 1 Coríntios 11:3; 14:34, 35; 1 Pedro 3:7).

Negamos que o esposo deva exercer sua autoridade sobre a sua esposa por meio de palavras ou ações que rebaixem sua dignidade como pessoa de igual valor e estima ante Deus, e que um homem possa servir melhor sua família atendendo primeiro suas próprias necessidades em vez de colocar em primeiro lugar as necessidades de sua família.

8. Afirmamos que o esposo tem a declaração final em qualquer disputa familiar, até que não viole os princípios bíblicos; que a liderança de um esposo é irrevogável; e que se o esposo está incapacitado, a esposa pode exercer sua autoridade (a dele) como sua suplente, não como sua substituta (Efésios 5:22-6:4).

Negamos que um esposo deva ganhar o direito da liderança; que pode ser deposto por sua esposa; e que possa negar sua liderança com o propósito de evadir as responsabilidades que o acompanha.

Sua Autoridade

9. Afirmamos que a autoridade de um homem como cabeça de sua esposa é delegada por Deus; que isto significa que sua legítima autoridade sobre sua esposa está limitada ao que a Palavra de Deus permita; e que toda autoridade é estabelecida por Deus e ninguém, nem instituição social alguma tem o direito de exercer alguma autoridade contrária às leis de Deus ou aos limites que Deus estabeleceu para o ofício do homem na família (Romanos 13:1; Efésios 5:22-33).

Negamos que sua posição de liderança dê ao homem o direito de dirigir sua esposa até o pecado; que  as esposas devam obedecer a seus esposos quando isso requer desobedecer o ensino das Escrituras; e que as esposas devam usar os limites Bíblicos sobre a autoridade dos esposos como oportunidades para se queixarem e minar a autoridade de seus esposos (1 Pedro 3:1-6); e que Deus deseje que um homem tenha domínio sobre sua família de uma maneira pouco carinhosa e anti-bíblica (Colossenses 3:19, 21; Efésios 6:4).

Seu trabalho

10. Afirmamos que um homem saudável deve fazer todo o esforço razoável para sustentar a sua família continuamente (1 Timóteo 5:8; Gênesis 3:17-19); que a esposa pode aumentar a renda familiar por meio de uma administração efetiva dos recursos, ou com o consentimento do esposo, por meio de negócios em casa (Provérbios 31:10-31); e que em casos de crises financeiras familiares, a esposa pode, com a aprovação de seu esposo, aceitar um emprego temporário externo, mas que a família deve ver isto como uma escravidão, e buscar libertar-se dela e pedir a Deus à liberdade (1 Coríntios 7:21-23).

Negamos que qualquer homem deva forçar a sua esposa a abandonar o seu chamado em casa, por causa de mera ganância financeira não necessária para a sobrevivência física mínima, e que a esposa deva oferecer-se voluntariamente para fazê-lo (1 Timóteo 5:8; Efésios 5:5); que as armadilhas do estilo de vida da classe média sejam necessidades que justifiquem forçar a esposa à trabalhar fora de casa (1 Timóteo 6:8); e que prover as necessidades físicas de sua família dê desculpas ao homem para não supervisionar os assuntos de sua casa, prover direção espiritual e assistência material a sua esposa, para as necessidades físicas dos idosos, incapacitados ou pais e sogros involuntariamente pobres, ou supervisionar o desenvolvimento espiritual de seus filhos. (1 Timóteo 3:4; 1 Pedro 3:7; Efésios 5:28, 29).

11. Afirmamos que um homem Cristão, como cabeça de sua família deve alimentar a seus membros espiritual e moralmente; que deve proteger a sua família, orar diligentemente por sua proteção e buscar regularmente a benção do Senhor para eles (1 Timóteo 2:8; 1 Tessalonicenses 5:17; 1 Pedro 3:7);  e que deve educar espiritualmente a seus filhos e conduzi-los no caminho da devoção por meio da instrução direta e constante, dirigindo na adoração, permanecendo acessível e envolvido de uma maneira carinhosa para com eles, e refletindo a Jesus Cristo por meio de seu exemplo (Deuteronômio 6:7; 11:19; Efésios 6:4; Salmos 34:11; 78:5,6).

Negamos que Deus permita a um homem abandonar deliberadamente a sua esposa, nas mãos da Igreja, ou a qualquer outra pessoa ou instituição, a responsabilidade de ensinar a seus filhos regularmente acerca de Deus, e orar por sua proteção.

12. Afirmamos que quando não há um esposo Cristão para liderar espiritualmente a família, a mulher da casa deve assumir a responsabilidade segundo a capacitação de Deus (e.x: Lídia, Atos 16:15; Loide e Eunice; 2 Timóteo 1:5, cf. Atos 16:1)

Negamos que a família seja nada mais que uma coleção de indivíduos que devam valer por si mesmo de maneira física, espiritual ou moral.

Continua...

- por The Coalition on Revival, Inc.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Como Estudar Teologia? (parte 5 - Por Onde Começar?)


Clique para ler: parte 1parte 2parte 3parte 4, parte 5, parte 6

É necessário, agora, que coloquemos os pés na trilha dos estudos, uma vez que já estamos amparados por alguns suportes e entendimentos necessários. Urge, assim, a mister tarefa do leitor compreender por onde deve começar seu estudo teológico, isto é, uma vez entendido os pressupostos, precisa estar cônscio de como e para onde deve se fixar, a fim de iniciar este tão grande e necessário dever.

Alguns pontos são de extrema relevância e o ajudarão.

1. Procure Cristo em todas as passagens da Bíblia

De nada adiantará estudar teologia se o alvo não for Cristo. "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém" (Rm 11.36). A Bíblia nos diz que o "Filho [...] é imagem do Deus invisível" (Cl 1.13, 15). Cristo afirma ser "o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6). Noutro lugar, reitera ser Ele o preeminente também no Antigo Testamento: "São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos" (Lc 24.44; At 28.23).

Você precisará encontrar Cristo em cada capítulo e narrativa bíblica. Porém, como encontrar? É preciso ser alertado sobre o perigo de criar falsas analogias, ligando fatos que não podem ser provados textualmente, como, por exemplo, afirmar que os filhos de Jó que morreram era uma figura de Cristo que morreria por Seu povo - isto não é crível e não é o que o texto nos ensina. 

Por outro lado, existem figuras (chamamos de tipologia) que demonstram a obra vigária de Cristo, como o porquê de Davi não ter morrido ao adulterar com Bate-Seba, sendo que tal ato merecia a morte (Lv 20.10) - o motivo pelo qual não morreu, e sim o filho fruto do pecado, era para demonstrar que assim como nós deveríamos morrer por nossos pecados, Deus envia Seu filho para morrer por todos os Seus.

Outras inúmeras situações demonstram Cristo Jesus, como o fato de Ele ser chamado de sumo sacerdote (Hb 5.10), nos levando a sempre interpretar os falhos sumos sacerdotes como meios temporários, enquanto Cristo foi infalível e eterno; Cristo representando em Salomão e em toda sua sabedoria; Cristo nos profetas, nos salmos... 

Se ao estudar, seu alvo não for Cristo, peça sabedoria a Deus (Tg 1.5), pois sem ela você não poderá compreender a Escritura e os mistérios de Cristo.

2. Comece com os textos mais claros

Muito embora a Bíblia contenha versículos de difícil entendimento e ainda outros que não fazemos muita noção do que significaram e significam, ainda assim quando olhamos a partir de uma visão geral, vemos que outros versículos mais claros lançam luz sobre esses versículos de difícil compreensão. Essa lógica faz parte dos três pilares da interpretação bíblica, a saber: a) a Bíblia se auto-explica (ou, a Bíblia não pode se contradizer), b) partes mais claras das Escrituras iluminam as mais escuras e c) a analogia da fé (isto é, conectamos as partes da Escritura por meio da fé de que elas de fato são a palavra de Deus).

Muitas vezes o estudante deseja já compreender os mistérios da carta de Paulo aos coríntios ou se lança em textos como Cristo der descido ao inferno. Certamente são textos bíblicos e que precisam ser estudados, entretanto, "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3.1). Não se lance em versículos mais difíceis - lembre-se que até o apóstolo Pedro falou acerca de Paulo escrever "pontos difíceis de entender" (2Pe 3.16)!

A Bíblia Sagrada pode ser vista como uma grande e maravilhosa praia. Nela existem locais para todos os que desejam ter prazer, alegria, instrução e admoestação. Ela possui a areia, onde os pequeninos podem ser instruídos na parte da observação e do contemplar a criação; possui a água rasa e com poucas ondas, onde os novos na fé podem se banhar com graça abundante, não se perdendo em assuntos mais extensos; possui também uma parte mais funda, onde pessoas mais experientes podem nadar e procurar por maior preenchimento do conhecimento; e a há também o profundo do oceano, onde aqueles que já passaram por lutas e dificuldades na vida cristã encontram tesouros inestimáveis e grande fonte de esperança.

Sem desejar ser redundante, comece, então, do princípio.

3. Primeiro estude as doutrinas principais

Algumas pessoas costumam se lançar em todas as doutrinas as mesmo tempo, querendo compreender o motivo das mulheres usarem a cobertura de cabelo no culto público (1Co 11), o porquê dos homens terem o dever de sustentar a sua casa (Gn 2.24), a razão pela qual os filhos devem ser instruídos na Lei do Senhor durante todo o dia (Dt 6.7), e com isso acabam perdendo o foco, pois não possuem os pressupostos básicos.

Veja que em nosso estudo estamos na parte 5 e somente agora iniciamos a fala sobre "por onde começar". Os quatro estudos anteriores eram os pressupostos para se compreender o restante. De forma idêntica, portanto, é o estudo teológico. Será impossível ou de extrema complicação desejar entender certas partes da Escritura sem compreender o que está calcando a doutrina. Deixe-me ilustrar.

Para você entender o motivo pelo qual o culto público da igreja deve ser regulado por somente aquilo que a Bíblia ordena ser feito (Dt 12.32), você precisará estudar as seguintes doutrinas: a) soberania de Deus; b) suficiência das Escrituras; c) teologia do pacto; d) a igreja e sua relação com o templo do Antigo Testamento; e) a necessidade de inspiração divina para compor os salmos; d) a instituição de presbíteros e diáconos; f) Cristo ter a preeminência no culto cristão, devendo as mulheres cobrirem seus cabelos (clique aqui para ler um estudo sobre isso); g) o dom de profecia; h) a ordem estabelecida por Deus; i) o quarto mandamento.

Veja, portanto, que muitas são as bases para alguém tomar o versículo de Dt 12.32 - "Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás" - e o usar para explicar como deve ser o culto segundo as Escrituras (clique aqui para ver um vídeo sobre isso).

Se concentre nas doutrinas principais, para, posteriormente, compreender as demais. Entre estas, destaco a soberania de Deus e a suficiência das Escrituras, pois todas as outras fluem destas. Não deixe de ver, também, os atributos de Deus.

4. Jamais creia que compreendeu a Escritura de modo suficiente

O autor de Eclesiastes assim diz: "Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr" (Ec 1.7). Se assim acontece com o mar, quanto mais deveria abundar em nosso coração! A palavra de Deus deve correr diariamente por nossa vida, sem, contudo, nos limitar. Não que devamos crer que a Palavra não é suficiente para nos completar - a isto somos instados em Ef 5.18, "enchei-vos do Espírito" -, mas, sim, que ela jamais será exaurida por nós.

Um dos primeiros textos pelos quais você pode iniciar é: "No princípio criou Deus o céu e a terra" (Gn 1.1). Quantas verdades piedosas você consegue enumerar a partir deste versículo da Escritura? Quantos pensamentos elevados lhe vêm à mente ao meditar sobre a soberania, poder, majestade e transcendência de Deus? Como Cristo se relaciona com o princípio, que, embora sendo Filho, existe deste a eternidade? Por que Deus criou o céu e a terra, sendo que Ele a nada é obrigado?

Queira o leitor se recordar das palavras de Cristo proferidas ao mestre Nicodemos, após questionar como poderia ser possível alguém nascer outra vez: "Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?" (Jo 3.10). Aquele homem fariseu havia sido instruído na Lei de Deus, conhecia as letras do Antigo Testamento, mas nunca havia compreendido a mensagem verdadeira. Acautele-se, portanto, para que o mesmo não aconteça com você.

Vá para a Escritura assim como clamou a mulher samaritana a Cristo: "Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede" (Jo 4.15).

5. Leia sobre a história da Igreja

Aos dois homens que iam para a aldeia de Emaús (Lc 24.13) e não compreendiam a obra de Cristo, o próprio se chegou a eles e lhes explicou todas as coisas que Dele se falavam. Mas como lhes ensinou? "E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24.27). Com respeito à humanidade de Cristo, Ele conhecia a história de Seu povo e o que as profecias testificavam de Si. Também Estevão, quando por ocasião de seu martírio, começou sua exposição ao contar a história do povo de Israel (At 7).

Conhecer a história da Igreja, isto é, o Antigo e Novo Testamentos, bem como tudo o que já se passou até os nossos dias, é de mui grande valia para não se incorrer nos mesmos erros e controvérsias já extirpados. Inúmeras heresias já foram debatidas e um sem número de erros já foram cometidos, de modo que conhecer os acontecimentos históricos, embora não tenham valor canônico, são importantíssimos para não os repetir e também para demonstrar que a doutrina pregada não é inovação de nossos tempos.

6. Acautele-se quanto aos novos movimentos

A Bíblia nos diz: "Abstende-vos de toda a aparência do mal" (1Ts 5.22) - como, entretanto, saber o que é mal? Nunca é saudável generalizar, porém, com grande certeza, neste caso podemos afirmar: todo movimento que advoga para si alguma "novidade" na história da igreja, deve ser encarado como possível erro e, portanto, precisa ser cuidadosamente analisado, de modo que o estudante de teologia não se deixa enveredar por "novas mídias" e "novas teologias".

Talvez você não saiba, mas o movimento chamado "pentecostal", não existia antes dos anos de 1800. Infelizmente muito do que se diz ser "desde sempre" - isto é, quase que um axioma cristão -, na verdade é invencionice bastante recente. Vemos, por exemplo, que os dons de línguas e as novas revelações do Espírito Santo vieram a ser enfatizadas com maior vigor somente no século passado (em 1906, com a reunião na rua Azuza, nos Estados Unidos). A doutrina do "arrebatamento secreto", segundo o Dr. Martyn Lloyd Jones, não surgiu no mundo senão depois de 1830. O sistema de "apelos" no culto, do tipo "venha para frente receber Jesus - faça uma oração e seja salvo", também teve sua maximização em Charles Finney (1792 - 1875).

Também vemos que muitas bíblicas editadas nos últimos tempos fazem quase que piada com o nome do Senhor, a ponto de serem tão simplórias que marginalizam toda a estrutura do texto e adulteram palavras de magnífica importância, quando não, são aquelas que fazem comentários inúteis e malignos ao texto divino (Bíblia Batalha Espiritual e Vitória Financeira, Bíblia de Estudo Pentecostal...).

A Bíblia também relata-nos que nem sempre podemos nos guiar pela maior quantidade de pessoas executantes de certos feitos, afinal, não é porque boa parte das igrejas tenha determinada prática, que isso signifique por si só que seja bíblico. A Bíblia nos mostra que a maioria muitas vezes esteve errada:

- A maioria esmagadora pereceu nas águas do dilúvio, Gn. 7;
- A maioria se rebelou contra Deus e Moisés em Êx. 32;
- A maioria se rebelou contra Deus e Moisés em Nm. 14;
- A maioria cultuava falsos deuses em Jz 2;
- A maioria desejou a morte de Jesus em Mt 27.23;
- A maioria é enganada pelo Anticristo, Mt 24; 2Ts 2.

Portanto, mantenha distância destes movimentos - os estude, evidente, mas mantenha tudo sob o crivo estrito da Escritura, de modo que você não seja levado por seus vãos pensamentos e enganoso coração (17.9).

7. Lembre-se de que pode haver apenas uma única verdade

Com grande clareza nos diz a Escritura que assim Cristo orou: "Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). Nada, além da Verdade, está em Deus; e porque Deus não pode mentir (Tt 1.2), então toda a verdade provém somente do Senhor, afinal, o "diabo [...] Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira" (Jo 8.44). Isto significa dizer que quando você for ao estudo teológico e se deparar com as mais diferentes interpretações sobre a Escritura, seja em comentários ou conversar particulares, mantenha o foco sobre a necessidade de sustentar que a Bíblia Sagrada possui apenas e tão somente uma verdade sobre todas as doutrinas, de modo que mesmo encontrando diversas interpretações, ao fim, se elas foram conflitantes entre si (pois muitas vezes são complementares), você deve compreender que somente uma pode estar certa (ou nenhuma).

Este é um ponto importantíssimo, pois frequentemente tenho visto estudantes sustentando que existem muitas interpretações bíblicas - o que de fato não é uma inverdade -, mas assim se reportando no sentido de que Deus é passível de ser interpretado de múltiplas formas, como se nisso consistisse a beleza do evangelho!

A própria Escritura revela que o Senhor mantém uma verdade indivisível: "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1.17 - grifo do autor).

8. Entenda como Bíblia está organizada

Muitos estudantes, possivelmente, não entendem a maneira pela qual a Bíblia está organizada, fazendo com que tenham severas dificuldades em ir diretamente ao livro que traz a resposta ou donde adveio a citação. Por exemplo, se você precisasse procurar por narrativas sobre os reis do Antigo Testamento, em quais livros abria? Certamente que você não começaria com Provérbios ou Cântico dos Cânticos, e sim os dois livros de Reis, assim como ambas as Crônicas. E se precisasse encontrar aquele versículo sobre Cristo testificando que a Lei, os profetas e os salmos falam dele? Evidente que recorria a um dos evangelhos, não é mesmo? (Lc 24.27, 44)

É mister a compreensão de que estudar teologia não significa, sempre, ter um livro teológico na cabeceira da cama. Antes de qualquer coisa, estudar teologia é ler a Palavra de Deus como tal e para isso será necessário entender como ela está disposta, de maneira que você seja apto, como o apóstolo ordena a Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2.15 - grifo do autor). Também o Pedro afirma: "estai sempre preparados para responder com mansidão .e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós" (1Pe 3.15 - grifo do autor).

Como já pudemos ver, esta razão só poderá ser explicada mediante a própria Escritura, razão pela qual é um dever imperioso conhecer, excelentemente, bem a Escritura.

9. Analise quem são os autores dos livros de teologia

Lembro-me das primeiras vezes em que entrava em livrarias evangélicas, contemplava todos os livros e pensava: "como posso saber quais livros são biblicamente saudáveis?". A verdade é que com o passar do tempo, fui aprendendo a não olhar para o título do livro - apenas -, e sim para o autor e respectiva editora. Muitos livros possuem ótimos títulos, entretanto, foram escritos por homens perversos e que em nada acrescentam à sã doutrina.

Jesus salienta: "Vede, pois, como ouvis" (Lc 8.18). Assim como aqueles homens precisam atentar corretamente para como ouviam a mensagem, também é de grande monta buscar saber mais sobre a vida dos autores do livros: ele se formou em algum seminário?; quais suas referências? quem fez o prefácio do livro? quem ele cita durante sua obra? qual sua "linha teológica"?

O salmista afirma: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Sl 1.1). Desta forma, também não devemos ter a companhia, ainda que "a distância", de homens mundanos e que proferem má teologia. Não que não os possamos ler para aprender sobre a má teologia, tendo em vista a refutação da mesma, porém, é necessário que averiguemos mui bem quais serão os guias e parceiros de nossos estudos.

Entenda, portanto, que é um grave pecado tomar maus autores e os ler, como se simplesmente por um livro estar na categoria de "cristão", seja de fato coerente. Lembre-se do alerta: "Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" (Mt 15.14).

10. Conheça o contexto bíblico

Você já deve ter se deparado com a leitura de algum livro, onde ao folhar as páginas, grandes dificuldades lhe vêm à mente, uma vez que se torna muito difícil compreender em que momento ou que pressupostos o autor está se utilizando para registrar e dialogar com o leitor.

Por exemplo, o seguinte versículo: "Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2Co 3.17). Como entender o ensino que está por detrás dele? Ora, é preciso recordar que a Bíblia Sagrada não foi escrita em capítulos e versículos, fazendo com que o cristão deva ler toda a Escritura, a fim de a entender, e especialmente ler todo o livro bíblico no qual está engajado. Após fazer isso, o estudante poderá compreender que a liberdade da qual o apóstolo fala, nada tem a ver com viver livremente, não sendo mais guiado pela Lei de Deus, mas, sim, que Cristo é o verdadeiro culminar da Lei, fazendo com que agora, os crentes, possam ouvir a Lei e compreender que o seu fim é Cristo (Rm 10.4).

Portanto, lembre-se de que sempre há um contexto, um conjunto maior de versículos que explica a própria Escritura. Cuidado, porém, para não justificar certas omissões com base em suposto contexto, ou seja, tenha por certo que o contexto explica a Escritura, e não anula a sua aplicação para nós.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Carta de Paulo aos Romanos Denuncia a Falsa Igreja de Roma


Agora, se a causa dos sacerdotes e jesuítas do seminário é tão santa, verdadeira e inocente que pode autorizar a sua consciência a justificar a morte e com isso arriscar a sua salvação eterna, permita-se que seja juiz disso a Epístola escrito por Paulo aos antigos cristãos romanos (mas contra os nossos novos romanos anticristãos). E se verá claramente que a doutrina que o apóstolo ensinou à antiga igreja em Roma é diametralmente oposta, em vinte e seis pontos fundamentais da religião verdadeira, à doutrina que a nova igreja de Roma ensina e sustenta, pois o apóstolo Paulo ensinou à primitiva igreja de Roma as seguintes verdades:

1. Que a nossa eleição é pela livre graça de Deus, e não ex operibus praevisi {pelas obras previstas} (Rm 9.11; 11.5-6).
2. Que somos justificados diante de Deus pela fé somente, independentemente das boas obras (Rm 3.20, 28; 4.2ss; 1.17).
3. Que as boas obras dos regenerados não são por sua própria condignidade meritórias, nem são de tal natureza que mereçam o céu (Rm 8.18; 9.6; 6.23).
4. Que somente são oráculos de Deus e Escritura canônica os livros que foram confiados à custódia e ao crédito dos judeus (Rm 3.2; 1.2; 16.26), o que os apócrifos nunca foram.
5. Que as Sagradas Escrituras têm autoridade de Deus (R, 9.17; 11.4, 32, comparados com Gl 3.22), portanto, acima da autoridade da igreja [1].
6. Que todos os que sejam salvos, tanto clérigos como os leigos, devem ler e conhecer bem as Escrituras Sagradas (Rm 15.4; 10.1-2, 8; 16.26).
7. Que todas as imagens feitas do Deus verdadeiro não passam de ídolos (Rm 1.23 e Rm 2.22, comparados).
8. Que dobrar os joelhos religiosamente ante uma imagem ou cultuar qualquer criatura, é mera idolatria (Rm 11.4) e prestar serviço à mentira (Rm 1.25).
9. Que não devemos orar a ninguém, senão unicamente a Deus, em quem cremos (Rm 10.13-14; 8.15, 27); logo, não a santos e anjos.
10. Que Cristo é o nosso único intercessor no céu (Rm 8.34; 5.2; 16.27).
11. Que o único sacrifício dos cristãos é o de natureza espiritual - os sacrifícios espirituais de seus corpos e suas almas para servirem a Deus em santidade e justiça (Rm 12.1; 15.16); logo, não há nenhum real sacrifício de Cristo na missa. Quer dizer, o pretenso sacrifício de Cristo na missa é absolutamente sem fundamento bíblico.
12. Que o culto chamado dulia, bem como o chamado latria, pertencem unicamente a Deus (Rm 1.9; 12.11; 16..18, comparados).
13. Que todos os cristãos têm o direito de orar em sua própria língua materna (Rm 14.11).
14. Que, no estado de corrupção em que nos encontramos, não temos livre-arbítrio para o bem (Rm 7.18ss; 9.16).
15. Que no regenerado a concupisciência é pecado (Rm 7.7-8, 10).
16. Que os sacramentos (ordenanças) não conferem graça ex opere operato, mas são um sinal e selo de que a graça já nos foi conferida (Rm 4.11-12; 2.28-29).
17. Que, pela fé, o verdadeiro cristão pode ter, nesta existência, certeza da sua salvação (Rm 8.9; 16.25ss).
18. Que, nesta vida, desde a queda de Adão, ninguém pode cumprir perfeitamente os mandamentos de Deus (Rm 7.10ss; 3.19ss; 11.32).
19. Que a religião baseando-se na diferença de comida e de dias entende o que é superstição (Rm 14.3, 5-6, 23).
20. Que unicamente a justiça de Cristo imputada nos torna justos diante de Deus (Rm 4.9, 17, 23).
21. Que a carne de Cristo for feita da semente de Davi, mediante a encarnação; não por um bolinho a que chamam hóstia, mediante a inexistente transubstanciação (Rm 1.23).
22. Que todos os cristãos verdadeiros são santos, não aqueles que o papa canoniza (Rm 1.7; 8.27; 15.25, 31; 16.2, 15).
23. Que ipse, Cristo, o Deus da paz, e não ipsa, a mulher, esmagará a cabeça da serpente (Rm 16.20).
24. Que toda pessoa deve, em razão da consciência, estar sujeita a pagar tributo aos poderes mais altos, isto é, aos magistrados, os quais trazem consigo a espada (Rm 13.1-2ss). Logo, o papa e os prelados devem sujeitar-se a seus imperadores, reis e magistrados, caso contrário trarão sobre si a condenação como traidores que resistem a Deus ao Seu mandato (Rm 13.2).
25. Que Paulo, e não Pedro, for ordenado pela graça de Deus para ser o principal apóstolo dos gentios e, consequentemente, de Roma, a principal cidade dos gentios (Rm 15.15-16, 19-20ss; 11.4, 13, 16) [2].
26. Que a igreja de Roma está sujeita a errar e a cair da fé verdadeira da mesma foma como a igreja de Jerusalém e qualquer outra igreja particular (Rm 11.20-22).

E, visto que a nova e adventícia igreja de Roma ensina visivelmente em todos estes pontos, e em inumeráveis outros, o contrário do que o apóstolo ensinou aos primitivos romanos, Deus e a Epístola aos Romanos julguem entre nós e eles nestes aspectos: se tanto nós como os atuais romanos permanecemos na verdadeira e antiga fé católica [nota minha: católica significa universal], que o apóstolo ensinou aos antigos romanos; se fizemos bem em separar-nos deles, na medida em que eles se afastaram da doutrina do apóstolo Paulo; e se não é melhor estar de volta à verdade do apóstolo Paulo do que continuar no erro de Roma. Sendo assim, que os jesuítas e os sacerdotes do seminário se acautelem e temam, cuidando de não promover, não a fé, mas uma facção; não a verdade, mas uma traição; não religião, mas rebelião; começando no rio Tibre e terminando no Tiburno, ou seja, na forca, erros todos que são a causa das suas mortes. Eles são enviados por uma importuna e apostática sé, e não por uma sé apostólica, porque não podem deixar de persuadir os súditos a quebrar seus juramentos e a romper sua lealdade para com o seu soberano e suscitar rebelião, a mover invasões, a apunhalar e envenenar rainhas, a gerir e assassinar reis, a explodir propriedades com pólvora (...)

Mas, deixando que os que estão sujos sujem-se ainda (Ap 22.11), atentemos para nós, a quem a fidelidade do Senhor confiou Sua fé verdadeira como precioso depósito (1Tm 6.20), e oremos a Deus, rogando-Lhe que nos ajude a levar vida santa, correspondente à nossa fé santíssima, uma vida piedosa ligada a Cristo e com obediência a nosso rei (Pv 24.21; 1Pe 2.17).

- por - Lewis Bayly (1565-1631)
Fonte: A Prática da Piedade, Ed. PES, pág. 428-433

Nota:
[1] Notar: "diz a Escritura", "diz a resposta divina", "Deus encerrou", é sempre a mesma coisa em Paulo.
[2] Vê-se em Rm 15.20, 29 e em todo o último capítulo que os cristãos que havia em Roma antes de Paulo ir para lá, foram convertidos pelo ministério de pregadores que ele tinha enviado para lá adiante dele, porquanto ele lhes chama "cooperadores" (16.3, 9), "parentes" (7.13), "companheiros na prisão" (v.7), "as primícias da Ásia" (VA: "Acacia"), onde tinha pregado (v.5), todos conhecidos dele e de Tércio, que redigiu a Epístola (v.22). Por isso eles foram encontrar-se alegremente com Paulo em frente do Foro de Ápio quando souberam que ele estava chegando a Roma (At 28.15).

O culto online e a tentação do Diabo

Você conhece o plano de fundo deste texto olhando no retrovisor da história recente: pandemia, COVID-19... todos em casa e você se dá conta ...