terça-feira, 9 de julho de 2013

O Amor de Cristo - John Willison (1680-1750)


O amor de Cristo para com os homens; por onde devo começar meus pensamentos sobre este assunto? E, quando eu começar, como, terminarei? Este amor tem uma largura e um comprimento, uma profundidade e uma altura que, estão além do entendimento. Se, o apóstolo Paulo, que teve as mais brilhantes revelações deste amor, disse isso, quanto mais devo, eu, dizer? Talvez, eu pudesse, mais facilmente, medir a altura do céu, a circunferência da terra e a profundidade do mar, do que, o amor de Cristo. Pois, é um oceano insondável sem limites e sem fim. Entretanto, para onde este amor O levou? Da excelsa glória à profunda miséria. A nossa queda é tão grave que, nada poderia nos restaurar ou nos erguer, a não ser, a profunda humilhação do Filho de Deus, o Rei da Glória. Até que ponto, Ele foi para nos reerguer; assumindo a nossa natureza, sofrendo, sendo ferido por nossas transgressões e moído por nossas iniquidades? Bendito Senhor, não tomastes, sobre Ti mesmo, a natureza de um anjo, mas a semente de Abraão; homens, mulheres e crianças, firmemente, presos com as cadeias da escuridão. Enquanto, atrai-nos para Ti mesmo com cordas de amor! Quão, gloriosamente, singular é o Teu amor pelo homem. Trouxe-Te do céu para a terra, do trono para a manjedoura, da manjedoura para o deserto, do deserto para o jardim, do jardim para a sala do julgamento, da sala do julgamento para a cruz, da cruz para o sepulcro; sim, da glória dos céus para os próprios tormentos do inferno! E, tudo, fizestes por criaturas que eram escuras e feias como o inferno. Quão, maravilhosa é a visão que me chamas para ver, na mesa do Senhor? Vislumbrar "Aquele que nunca pecou, sofrer pelo pecado!" "Aquele que não conheceu pecado, feito pecado por nós!" "E, nós, que, não conhecíamos nenhuma justiça, fôssemos feitos justiça de Deus Nele!" (2Co 5.21) Que visão maravilhosa!

"Senhor, quem é o homem para que dele te lembres!" (Sl 8.4) O que ele é, para que, Tu ponhas nele o Teu coração? E, eu, o que sou? O pior dos homens e o mais vil dos pecadores, e, inclinas-Te, tão baixo, para me exaltar? Suportastes a pobreza deste mundo, para que, eu pudesse desfrutar as riquezas do céu? Contentastes em viver em forma de servo, para que, eu fosse adotado como filho? Dispusestes em humilhar-Se, até a morte, para ressuscitar-me à vida eterna? Contentastes em ser contado com criminosos, para que, eu fosse contado entre os abençoados? Coroaram-Te com espinhos, para que, eu fosse coroado com a glória? Condenaram-Te diante de homens, para que, eu fosse justificado diante de Deus? Bebestes o amargo cálice da ira, para que, eu bebesse do puro rio da vida? Clamastes em angústia na cruz, para que, me regozijasse em triunfo diante do trono? Suportastes as chamas da ira infernal, para mantê-las longe de mim?Oh! Senhor Jesus, Teu amor e compaixão transbordam além de todo entendimento. Posso pensar nisto, sem que meu coração arda? Posso pensar nisto, e não ficar, completamente, dominado e cheio de emoção?
Oh! amor que ultrapassa todo entendimento! Como pensar nisso e não ficar maravilhado? Imaginar que, o general morreria pelo soldado, o médico pelo paciente! Que, o Justo Juiz dos céus viesse para a corte, fosse vestido com as roupas de um criminoso e, condenado por ele. Oh! que eu possa viver de agora em diante sob um contínuo senso do meu débito para com meu glorioso Redentor […] o que, daria a Ele por tudo o que fez, tem feito e irá fazer por mim?

Oh! que eu possa passar toda a minha vida, cada dia dela, proclamando seu amor e vivendo para Seu louvor. "Bendito seja o Seu nome para todo o sempre e que toda a terra seja cheia da Sua glória" (Sl 72.19). Amém e Amém.

Por: John Willison (1680-1750)

Retirado de: Meditation XII - "And to know the love of Christ…" (tradução de Joelson Galvão)

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