terça-feira, 24 de abril de 2012

Efésios 1.8 - "Que ele fez abundar toda a sabedoria e prudência" - Exposição em Efésios - Sermão pregado dia 22.04.2012



Efésios 1.8 - "Que ele fez abundar toda a sabedoria e prudência"
Exposição em Efésios - 
Sermão pregado dia 22.04.2012

"Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência" (Ef 1.8).

Tendo Paulo ensinado-nos sobre que somos abençoados nas regiões celestiais em Cristo (v. 3), que isso se dá graças à eleição maravilhosa do Senhor feita antes da fundação do mundo (v. 4), havendo também dito que isso decorre por vias predestinadas pelo Eterno, a fim de que possamos andar no justo e reto caminho que Ele planejou (v. 5), tudo redundando em glórias Seu nome (v. 6) e tudo isso sendo possível a nós pecadores por causa da redenção que temos em Seu sangue precioso (v. 7), agora o apóstolo como que inicia uma nova parte de sua - extensa - saudação aos irmãos de Éfeso e diz-lhes que, uma vez estamos fixados em Cristo, por causa d'Ele abundou a Sua sabedoria e prudência em nossas vidas.

Nos é preciosa a palavra de Deus, pois não "em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12), o que transmite-nos a importância que nos é necessária ao lermos as Santas palavras do Mestre Supremo, de modo que de maneira alguma possamos crer (nem mesmo por um minuto!) que habita algum bem em nós ou que reside em nossos corações alguma fonte de sabedoria e prudência. O intento do apóstolo é fortalecer aos crentes e os animar à glorificação do Senhor Jesus Cristo, pois uma vez que fomos criados por Ele, salvos por Ele e adotados por Ele, então a sentença quase que é lógica, isto é, só resta dizer: "irmãos, a sabedoria de Cristo abundou em seus corações!" No entanto, para a mente mundana, sempre parecerá obscura a afirmação de que os crentes possuem o conhecimento de Deus. Para eles, os cristãos ou são uma espécie de raça mística que consegue se comunicar com aquilo que não se pode ver, ou deve haver algo neles que o "mundo" não consegue entender.

Em sua oração ao Pai, nosso Salvador disse as seguintes palavras: "Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim" (Jo17.25). Aqui, relembremos o que o apóstolo havia dito anteriormente e que também ampliará no segundo capítulo da presente epístola (Ef 2.1), a saber, que precisamos ser adotados pelo Senhor para O conhecermos. Assim como a criança jogada no orfanato é impotente para destruir os portões e sair às ruas procurando por uma família, assim também éramos quando outrora estávamos sob a ira de Deus, de modo que não havia como nos engendrarmos em qualquer atitude positiva de nossa parte enquanto estávamos jogados no orfanato que nos excluía da salvação do Senhor. Esse, portanto, é um dos ensinamentos de Cristo, de que embora o mundo não tenha conhecido o Pai celestial, no entanto, Ele se fez conhecido através de Seu filho Jesus, e mais, que uma vez tendo conhecido ao Senhor, isto é, que por Ele foram salvos, agora podem conhecer também ao Pai, de modo que posteriormente, quando o Espírito Santo foi enviado como consolador (Jo 16.7), os crentes passam a conhecer toda a trindade e nada falta-lhes quanto aos mistérios divinos que aprove ao Senhor revelar - mas sobre isso o apóstolo tratará melhor no versículo seguinte (v. 9)

O apóstolo Paulo, sempre inspirado pelo Senhor e grandemente dotado de capacidade celestial, registra-nos em outro lugar um brevíssimo resumo concernente à sabedoria Eterna: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!" (Rm 11.33). De maneira bela e magnífica, as Escrituras revelam-nos que as riquezas da graça de Cristo nos são tão profundas, tão indescritíveis, tão insondáveis e tão inescrutáveis, que de modo algum temos razão ou porquês de nos lançarmos em filosofias mundanas e pensamentos vis, como se essas coisas perecíveis pudessem nos fazer entender melhor o pecado, a justiça, a retidão e uma miríade de outras coisas elencadas na cartilha cristã. Como homens e mulheres do Reino, nos é dever olhar para toda a Escritura que é inspirada (2 Tm 3.16, 17) e somente nela buscarmos o conhecimento do Altíssimo, pois que grandes coisas poderiam ultrapassar a profundidade extensa de riquezas e insondáveis juízos cravados na palavra do Senhor?

A santa e eterna palavra do Senhor precisa ser nosso guia constante para a cidade celestial e também é necessário que ela seja viva em nossos corações, pois à semelhança dos fariseus que muito sabiam, mas não praticavam, pois apegavam-se tão somente à letra não vivificada pelo Espírito do Senhor, assim também somos nós quando afirmamos estar em Cristo e lutar por Sua espada, mas não nos deixamos ser "abundados" por tal maravilha. Agir de tal maneira seria como se disséssemos que fomos lavados pelo sangue do Cordeiro, mas que quando olhamo-nos no espelho, não vemos roupa alguma, ao contrário, em similitude a Adão e Eva, encontramo-nos nus diante do Senhor (Gn 3.7).

Como que tornando a sabedoria em forma humana, o sábio escreve ao povo e diz: "Porque a minha boca proferirá a verdade, e os meus lábios abominam a impiedade. São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, e justas para os que acham o conhecimento. Aceitai a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela" (Pv 8.7-11). Aqui, que nenhum homem ouse olhar para essas palavras e pense meramente que o escritor está a falar de si próprio, como se estivesse a elogiar-se e conclamando aos outros para que o ouçam. O intento da palavra de Deus nunca foi exaltar a homens e render-lhes glórias, assim, desse modo, quando lemos os grandes feitos de Moisés, devemos olhar para ele como um tipo de Cristo que haveria de vir; em Salomão e toda sua sabedoria, que nenhum incauto deseje lhe render louvores ou pense consigo que poderá ter a sabedoria daquele rei, pois assim como Moisés, ele também prefigurava o reino poderoso e sábio de nosso Salvador. Por isso é que as palavras personificadas pela sabedoria são tidas  como verdade, pois em primeiro lugar, o sábio descreve "os meus lábios abominam a impiedade". Se a sabedoria divina abomina toda impiedade, então é mais do que certo que nela somente pode residir a justiça e retidão do Senhor. Em segundo lugar, somos informados que na sabedoria do Senhor "São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida". Incorporemos essa declaração com as palavras de 2 Tm 3.16,17 e, então, teremos uma harmonia perfeita das Escrituras, pois se a sabedoria aqui preconizada por um arauto era a própria voz do Senhor e, posteriormente temos o apóstolo afirmando que toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para nos habilitar à obra do Reino, então é mister que nos esforcemos para entender as Sagras Letras que podem nos fazer muito mais sábios que o mundo inteiro. Mas, perguntamo-nos: quem é essa tal de sabedoria? Eis a resposta:

"Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne; Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Cl 2.1-3 - grifo meu). Devemos lembrar que Paulo nos falará adiante que todas as coisas convergiram em Cristo Jesus (Ef. 1.10), de modo que isso coaduna-se perfeitamente com o seu próprio dito: "E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos" (Lc 24.44). Portanto, Cristo é a sabedoria que devemos buscar; Cristo é a sabedoria que clama em alta voz nos muros da cidade e nas portais principais (vide Provérbios); Cristo é o poder do Senhor; Cristo é tudo e somente Ele pode nos levar ao conhecimento do Deus verdadeiro - por isso não foi sem motivo que disse: "E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou" (Jo 12.45). Todo homem que é tocado pelo Espírito Santo de Deus através de Sua palavra, torna-se desejoso em conhecer mais e mais ou mistérios do reino celestial. Contudo, o Filho do Eterno (que também é Deus) adverte-nos para que não busquemos conhecer ao Pai sem olharmos para o Filho e contemplarmos Sua obra salvífica, pois "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.24). Se desejamos adorar ao único Deus verdadeiro, devemos tão somente olhar para o Filho, pois Ele mesmo nos confiou dizendo: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6). Esse é o motivo principal pelo qual reputamos por completo erro àquela argumentação maligna que diz que todos os caminhos levam ao Senhor; pois se assim fosse, como nosso Senhor teria restringido à ida ao Pai, dizendo que somente poder-se-ia alcançá-lo mediante Sua obra? É a mais pura mentira satânica e diabólica tal afirmação, porque se assim fosse, não teríamos registrado que ninguém vai até Deus senão por Jesus Cristo, mas sim que o Filho é apenas um dos caminhos, e, caso assim tivesse sido, quem de nós labutaria nessa terra por apenas "um dos caminhos"? Isto é, por que sofreríamos por amor de Seu nome, se, quem sabe, pudéssemos achar uma rota alternativa ou outro "filho" que nos apontasse um atalho rumo à cidade celestial?

Mas, aqui, podem-se perguntar alguns crentes: como conhecer e fazer com que a sabedoria e prudência advindas do Senhor abundem em nossas vidas? Penso que possa haver três hábitos essenciais para isso:

1. Leitura contínua e exaustiva da palavra de Deus. Nosso Senhor Jesus prometeu-nos: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" (Jo 7.38 - grifo meu). Aqui ele inicia com um pressuposto isto é: alguns creem em mim (pois o Pai é quem os envia). No entanto, vai adiante e diz: "como diz a Escritura". Grife bem essas palavras e crave-as em seu coração: em hipótese alguma pode-se ser um cristão se não se lê a Bíblia; e mais: não é possível crer verdadeiramente no Senhor a não ser conforme o que temos revelado em Sua palavra. Jamais houve um tempo em que homem algum pode conhecer ao Senhor apenas olhando para as estrelas ou divagando em filosofias "doutro mundo". Absolutamente todo o crente deve crer em Cristo conforme está registrado nas Escrituras! E, caso alguém pergunte-se sobre em que lugar Ele se encontra, de imediato respondemos: De Gênesis até Apocalipse. Desde o primeiro capítulo do primeiro livro, até o último capítulo do último livro, tudo principia a Cristo, mostra a Ele, é fundado n'Ele e glorifica-O pelo dia da Sua visitação.

Digo que a leitura deve ser continua, isto é, diária e sem recessos, pois é isso que lemos em Sl 1.1, 2: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite". Como não andaremos nos conselhos dos ímpios e nem pararemos nossa peregrinação para conversar com os pecadores, ou como faremos para não nos assentarmos e termos comunhão na roda daqueles que zombam do Senhor? Só conseguiremos se nos dedicarmos à incessante leitura da palavra de Deus! No entanto, pontuo também que ela deva ser exaustiva, pois ninguém há que consiga meditar "de dia e de noite", a não ser aquele que se afadiga do trabalho em prol do reino e procura ter à mente sempre alguns versículos ou doutrinas basilares da fé cristã, de modo que "assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te" (Dt 6.7), sempre tem com o que vencer as tentações, pois leva a palavra do Rei sempre junto de si, de modo que procura incessantemente agradar ao Seu Senhor que o alistou para a batalha. Mas, aqui, que ninguém pense ser apenas um trabalho requerido do presbítero e mestre, mas sim que todos os crentes, desde o mais jovem até o mais idoso, devem sempre, em todo o momento, lerem a palavra de Deus, de forma que não deem lugar à ociosidade e/ou à devassidão, mas sim que sempre estejam juntos da palavra - nosso único caminho seguro para o Céu.

2. Despreze a "sabedoria" do mundo e fixe-se em Cristo. Quando todo o mundo lhe disser para ir na contra mão dos preceitos de Deus, quando todos seus familiares fizerem ignomínia de seu nome, quando se vir perplexo diante da perversidade maligna que habita nos corações não regenerados, então lembre-se das palavras divinas: "Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos" (1 Co 1.23). Os judeus eram ensinados acerca das verdades do Senhor e por isso bem conheciam o livro de Deuteronômio que dizia: "O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o SENHOR teu Deus te dá em herança" (Dt 21.23). Esse é o motivo porque Paulo, em outro momento (Gl 3.13), nos diz que Cristo se fez maldição em nosso lugar. Foi por essa razão também que os judeus não conseguiram compreender a vinda de Cristo e acharam que Ele era apenas um profeta ou uma "boa pessoa", pois de forma alguma conseguiam alinhar o ensino de Deuteronômio com a pessoa de Cristo - pois se era maldito todo o que fosse pendurado numa cruz (o que era um costume romano - e não, judeu), como seria possível que o próprio Salvador fosse ali pendurado? Paulo igualmente diz que a palavra do Senhor foi loucura para os gregos, afinal, naquela cultura que elogiava tanto a eloquencia como a retórica, quem seria o "são" que acreditaria num homem vindo da Galileia, que nascera numa estrebaria e que ao fim morreu pendurado num cruz? Quem sabe, pensavam e indicavam os gregos: "Paulo, é neste homem em que tu queres que acreditemos? Só podes estar louco!"

Aqui temos um ponto fundante para nosso crescimento e amadurecimento: constantemente a palavra do Senhor será contrária no mundo em que vivemos. A palavra do Senhor prescreve regras e mandamentos (que conduzem à Vida) completamente opostos àquelas providas e ensinadas pelo mundo. Enquanto o Senhor ensina-nos o criacionismo, ouvimos por aí sobre teorias e mais teorias da evolução; O Senhor preceitua que o homem é o cabeça do lar e sua mulher é sua fiel, linda e magnífica rainha ajudadora do lar, mas o mundo diz que não há diferença, todos são iguais e não há problema em a mulher ser a "chefe" da família; O Senhor nos diz que devemos nos portar com roupas descentes e que transmitam a santidade e união que dizemos ter em Cristo, contudo, o mundo instiga-nos para que creiamos no maligno e pensemos que conforme avança a sociedade, avançam-se o uso das roupas, de modo que isso é totalmente cultural e não há o menor problema em se usar, por exemplo, roupas íntimas num clima de verão, e, especialmente, quando se está em regiões litorâneas. Por isso, digo e afirmo: despreze a sabedoria do mundo e fixe-se em Cristo.

3. Viva de maneira peregrina sobre essa terra. Se desejamos ser repletos e abundantes da sabedoria e prudência divina em nossos corações, então precisamos lembrar-nos constantemente de que, "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus" (Ef 2.19). Assim como os gentios de Éfeso não eram mais estrangeiros na família de Deus, assim também nós não somos mais cidadãos desse mundo vil e corrompido. Embora estejamos no mundo, não somos desse mundo (Jo 17.15). Contudo, não são poucos os que professam desse credo, mas, na prática, negam-no completamente. Muitíssimos são os homens e mulheres que sequer conhecem tais palavras que dizem: "Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura" (Hb 13.13-14). O autor de Hebreus não é clarividente ao ensinar sobre que devemos sair após Ele, isto é, após Jesus ter sido morto fora da cidade, nós também devemos sair da cidade local (o mundo), pois "não temos aqui cidade permanente", mas não apenas isso, que devemos sair desse mundo, ou seja, vivermos de maneira diferente do que os ímpios vivem, e mais, levarmos "o seu vitupério", a saber, que devemos esperar o desprezo, aborrecimento e escárnio advindo dos corações ímpios, pois assim mesmo o Senhor registrou-nos: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim" (Jo 15.18).

Por fim, Paulo também nos dá a razão pela qual devemos suportar toda angústia e ofensa proferida por nossos inimigos: "Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura". Se nossa paga se restringisse a esse mundo vil, e como Paulo diz, "Se, como homem, combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam?"  (1 Co 15.32a), isto é, se Cristo não ressuscitou e não temos uma esperança maior nos céus que nos aguarda, então convém que "Comamos e bebamos, que amanhã morreremos" (1 Co 15.32b). Precisamos sempre levar cativo que somos peregrinos nesse mundo - nossa recompensa não está aqui e nem somos desse mundo.

Portanto, que hoje dobremos nossos joelhos ao Senhor, clamemos por Sua graça e misericórdia e também o louvemos com grande gratidão no coração, pois apesar de sermos instigados a abraçar a sabedoria pervertida que o mundo nos oferece e que somente leva os homens à perdição eterna, aprouve a Ele nos "abundar... em toda a sabedoria e prudência".

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