"Cercou-me de uma sebe, e não posso sair; agravou os meus grilhões. Ainda quando clamo e grito, ele exclui a minha oração" (Lm 3.7-8).
Aqui, o profeta Jeremias se põe a lamentar o fato de estar cercado. Notemos, porém, que não indica o inimigo, Satanás e suas hostes, como os responsáveis por sua privação e de Seu povo que estava sob pesado jugo. O homem de Deus afirma que o Senhor foi quem o cercou com uma cerca e agravou os grilhões. Relata que nem mesmo seu grito e sua oração era ouvida, tamanha é sua privação. Ainda que exclamasse com toda força e fé que lhe fosse possível, aparentemente seus gemidos não conseguiam transpor o limite que Deus havia estabelecido.
Aprendamos, desta magnânima passagem, que o Senhor castiga aos que ama (Hb 12.8).
Ao relatar a amargura que o povo passava por ocasião da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor em 582 a.C (2Rs 25.1-21), razão pela qual havia sido levado ao exílio babilônico, a palavra de Deus nos insta a considerar a bondade e severidade de Deus (Rm 11.22). Não é de somenos importância o relembrar que o Senhor, em Sua soberania, muitas vezes tem por bem afligir duramente o Seu povo.
Notemos, igualmente, que a aflição passada pelo povo de Deus não era sem motivo. Durante os cinco capítulos em que lamenta o profeta, nenhuma vez sequer é levantado objeções contra o Altíssimo. Jamais se lê qualquer murmúrio justo, pois o povo era cônscio de que haviam pecado contra o Senhor e que recebiam a justa punição por seus pecados.
O motivo do povo de Deus ter sido cercado e impedido de sair à liberdade de voltar a Jerusalém e viver a paz gloriosa de outrora, também era bênção divina. Somos conscientes da necessidade de correção, deveras vezes, como o salmista, somente na aflição (Sl 119.71). Se o Senhor não punisse os seus, seriam como a novilha rebelde descrita por Oséias (Os 4.16). Era-lhes e ainda nos é necessário ser privado e estar devidamente cercado pelo Senhor, pois não são poucas as tentativas de nosso coração se desvencilhar da ordenança e santidade de Deus.
Meditemos hoje, segundo a graça de Deus, em agradecimento a Jesus Cristo, por Sua morte substitutiva na rude cruz. Relembremos com gratidão a importância da correção de Deus.
"E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela" (Hb 12.11).
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