segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sétimo elemento constitutivo do culto público: Cântico de Salmos (parte 1 - fazer somente o ordenado nas Escrituras) - Sermão pregado dia 08.01.2012



Sétimo elemento constitutivo do culto público: 
Cântico de Salmos (parte 1 - fazer somente o ordenado nas Escrituras) -  
Sermão pregado dia 08.01.2012

Queridos irmãos, é com grande alegria que chegamos ao último elemento constitutivo do culto público. Todos nós podemos testemunhar de como o Senhor tem sido benigno para conosco, nos têm ensinado segundo seus preceitos imutáveis e de como nos tem sustentado em meio aos momentos de dúvida e fraqueza.

Devido à certa complexidade do tema em voga (Cântico de Salmos), creio que levaremos um pouco mais de tempo para finalizarmos, haja vista precisarmos entender algumas nuances quanto à adoração e louvor.

A finalidade do presente estudo - Elementos Constitutivos do Culto Público - é para que entendamos quais são as coisas requeridas pelo Senhor em Sua Palavra e de que forma elas devem ser aplicadas à vida da igreja. Também temos por alvo compreender que tudo que fuja à regra que estamos vendo, deve ser cuidadosamente analisada, não porque sejamos perfeitos (Rm 3.10), mas sim porque desejamos compreender a verdade revelada nas Escrituras, e para isso devemos ter todo cuidado para não acrescentar ou diminuir algo da sua palavra.

Para captarmos o presente ensino bíblico, é necessário que tenhamos pressupostos corretos, quer dizer, nossa base de fé deve ser coerente com a Bíblia - com isso digo que devemos ter a soberania de Deus como certa para nossas vidas, a certeza de que Deus revelou seu plano de salvação e de guia para o homem na terra tão somente na Sua Palavra escrita e também estarmos certos da suficiência das Escrituras (2Tm 3.16,17).

"Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás" (Dt 12.32). Esse precisa ser um dos versículos que constantemente permeie nossa mente, pois ele nos é explícito ao dizer que tudo o que precisamos para a fé e salvação encontra-se revelado nas Sagradas Escrituras - conforme diz a própria Confissão de Fé de Westminster: "À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens" (Cap I, VI). Como já vimos esse ponto em outro lugar (clique aqui), não me deterei novamente nele.

Quando conversamos com os crentes sobre o que viria a ser adoração e louvor, de um modo geral a resposta que obtemos é que "louvor é tudo o que eu ofereço a Deus". Certamente que não está de toda errada essa afirmação, porém fica ainda uma pergunta: "o que você oferece a Deus é aceitável a ele"? Um rei que decreta seus mandamentos e a maneira como deseja ser adorado, certamente reputará como erro toda forma não prescrita por ele, isto é, ainda que algum vassalo seu venha "de todo coração" lhe oferecer algum fogo estranho (tal qual os filhos de Arão fizeram e por isso foram mortos - Nm 26.61), tal oferta não será aceitável ao Rei, pois não foi dessa maneira que ele havia ordenado que se fizesse. Ou ainda: haveria alguma  razão para um aluno de matemática que ao ser lhe dada uma tarefa, em vez de resolvê-la, pega e entrega um artigo sobre a história dos componentes químicos? Acaso seu professor aceitaria como sendo uma tarefa resolvida? Certamente que tal aluno seria aconselhado a entregar a tarefa que lhe foi dada, ainda que tenha feito de todo coração o artigo não pedido.

O profeta Jeremias nos relata esse ensino:

"Assim diz o SENHOR, acerca deste povo: Pois que tanto gostaram de andar errantes, e não retiveram os seus pés, por isso o SENHOR não se agrada deles, mas agora se lembrará da iniqüidade deles, e visitará os seus pecados. Disse-me mais o SENHOR: Não rogues por este povo para seu bem. Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor, e quando oferecerem holocaustos e ofertas de alimentos, não me agradarei deles; antes eu os consumirei pela espada, e pela fome e pela peste. Então disse eu: Ah! Senhor DEUS, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira neste lugar. E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam" (Jr 14:10-14).

A palavra de Deus é clara: o povo ama o caminho que lhe é prazeroso, mas constantemente deixa de consultar o Senhor para saber se a Ele tal caminho também é agradável. O Senhor também ensina sobre que quando o erro não é combatido e deixado de lado, ainda que ofereçam "holocaustos e ofertas de alimentos, não me agradarei deles; antes eu os consumirei pela espada, e pela fome e pela peste" (v.12). A voz do Senhor não é coisa para se brincar, mas para se temer.

Temos ainda outro exemplo de desobediência e de como o Senhor não aceita louvores - isto é, modos de O honrá-lo e glorificá-Lo - contrários ao que Ele instituiu1Sm 15.1-23.


A palavra do Senhor foi muito clara para Saul: "Ouve, pois, agora a voz das palavras do Senhor" (v.1), "Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos" (v.3). A ordem para Saul era muito clara: ir e matar tudo o que encontrasse. Contudo, não foi isso que fez: "E Saul e o povo pouparam a Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e as da segunda ordem, e aos cordeiros e ao melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível destruíram totalmente" (v.9). Humanamente falando, Saul até teve um bom discernimento, afinal, destruiu tudo o que era vil e desprezível e ficou apenas com os melhores animais - ainda mais, o próprio Saul testifica estar convicto de ter feito exatamente o que o Senhor lhe ordenara: "Veio, pois, Samuel a Saul; e Saul lhe disse: Bendito sejas tu do SENHOR; cumpri a palavra do SENHOR" (v.13). Pobre Saul, não soube sequer discernir o próprio erro. "Então disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este aos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço?" (v. 14). Samuel questiona a Saul, pois se ele havia cumprido a palavra do Senhor, como seria possível haver ovelhas e vacas com ele, sendo que tudo deveria ser destruído?

Vemos também que Saul tentou achar uma desculpa para seu não cumprimento: "E disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao SENHOR teu Deus; o resto, porém, temos destruído totalmente" (v.15). Que atitude lamentável! O rei Saul achou que poderia oferecer algo contrário ao que Deus havia instituído, como se ele soubesse melhor o que poderia agradar ao próprio Senhor! Então Samuel lhe questiona: "Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que parecia mau aos olhos do SENHOR?" (v.19). Saul tenta mais uma vez se desculpar e dizer que desejou fazer tudo de bom coração: "Então disse Saul a Samuel: Antes dei ouvidos à voz do SENHOR, e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente; Mas o povo tomou do despojo ovelhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao SENHOR teu Deus em Gilgal" (vs.20,21 - grifo meu).

Infelizmente, assim com procedeu Saul, muitos hoje também agem achando que o simples fato de tentarem fazer o seu melhor para o Senhor é sinônimo de que Deus receberá a sua oferta. O profeta Samuel foi incisivo em repreender Saul e dizer-lhe que o Senhor ordena que O obedeçamos conforme ele mesmo prescreveu e não segundo os intentos de nosso coração! "Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" (v.22). Por fim, o veredicto contra Saul demonstra a gravidade de seu pecado: "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei" (v.23) -.

Com razão já disseram certos escritores: "A conexão entre teologia e adoração é tão vital, que é impossível mudar a forma de adoração (prática) sem alterar o conteúdo (convicção teológica)" [1] e é por essa mesma razão que devemos compreender que um ensino verdadeiro do evangelho deve ser coerente com a prática ordenada e ensinada pelas Escrituras, pois se assim não for, corremos grande perigo de brincarmos com o nome do Senhor, de lhe oferecermos "holocaustos e ofertas" e em lugar da bênção e provisão, colhermos "espada, fome e peste".

Um dos assuntos mais questionados pelos novos convertidos é sobre como eles devem passar a viver pelo Senhor, isto é, eles perguntam aos crentes mais experimentados sobre qual a forma correta de prestarem culto durante toda a sua vida ao Senhor. Muitos obtém uma boa resposta com respaldo bíblico (1Co 10.31), mas mesmo esses, por muitas vezes não são ensinados sobre a diferença que há entre o culto público e o particular (clique aqui para ler) e também não sabem diferenciar os momentos das circunstâncias. Um exemplo bastante claro disso é o fato de muitas pessoas ainda acharem que a dança é algo permitido durante o culto ao Senhor, pois baseando-se em alguns Salmos, acham que podem louvar ao Senhor em público com tal atitude, porém, "Ao olharmos para o Salmo 150:4 ('Louvai ao Senhor com adulfes e danças'), o termo hebraico mahol 'dança', é um termo usado como símbolo de alegria após uma vitória. Normalmente uma mahol era acompanhada de adufes (tof); por isso o salmista usa o conjunto 'adulfes e danças'. A expressão hebraica do Salmo 150:4 é exatamente a mesma encontrada em referência à dança de Miriam em Êxodo 15:20, em sua forma verbal ('tocaram adulfes e dançaram')" [2], ou seja, uma coisa é pular e cantar durante após uma vitória na batalha, outra coisa muitíssimo diferente é dizermos que as danças são um meio de adoração em si, ou ainda como querem certos espíritos enganadores, que a dança é "profética" e "move o coração de Deus". Também notamos que "(o 'mahol' é uma comemoração de batalha que pode incluir danças nada artísticas, nem belas - são simples 'pulos'; ou mesmo pode não incluir dança alguma, mas simplesmente dois tipos de címbalos, tocados com o movimento dos pulsos e do corpo. Está muito longe de ser um balé oriental, ou uma dança do ventre como alguns têm feito. Também não é uma 'dança de salão', pois danças de casal com proximidade física são reservadas para a intimidade na Escritura e não são cabíveis em público...)". [3]

Calvino diz: "Para os homens que não dão importância para o que Deus ordenou ou que aprovou, e em vez de servi-lo de forma adequada assumem para si mesmos a licença de elaborar modos de adoração e mais tarde fazem a si mesmos mais altos que o Senhor na obediência... Deus rejeita, condena, abomina toda forma fictícia de adoração e emprega sua Palavra como freio para nos manter em uma obediência incondicional. Quando esse jugo nos é tirado, vagamos por nossas próprias ficções e oferecemos a ele um louvor imprudente de nós mesmos, de modo que em sua visão isso é vã insignificância, mais que isso, vileza e poluição. Os advogados das tradições humanas os pintam em cores vistosas e leais, e Paulo certamente admite que eles carreguem uma amostra de sabedoria, mas como para Deus a obediência vale mais do que todos os sacrifícios, isso deveria ser suficiente para rejeitar qualquer modo de adoração que não é sancionado pelo comando de Deus" [4].

Diante do exposto precisamos nos perguntar: O que a Bíblia diz acerca do louvor e de que forma ele deve ser feito? É lamentável que muitos "líderes de louvor" ou "levitas" (como se tal oficio ainda existisse) estejam a anos nessa prática, mas quando indagados se de fato estão em conformidade com as Escrituras, pouco sabem a respeito. Assim também são aqueles "árduos" defensores do "culto" alternativo (leia-se, show) e que voltam-se para a geração atual, como se as ordens bíblicas dependessem da sanção do homem!

"Como nós adoramos reflete a nossa teologia. 'Adoração, contrário à muita opinião, não é uma questão de gosto, mas um assunto de convicção teológica'". [5] Se tivermos nossas convicções teológicas separadas da Bíblia, certamente labutados em terreno maligno. É impressionante como na prática muitos homens e mulheres acham que os intentos de Deus são inferiores aos dos homens, como se Deus não soubesse qual a melhor maneira que lhe agrada ser adorado! Também notamos que uma liturgia errada (práticas durante o culto) leva à uma noção errada sobre o Senhor. Se tivermos verdadeiros shows e concertos em nossas igrejas, como esperar que alguém venha com reverência e devoção ao Senhor, sendo que o que ali se faz não é segundo as Escrituras?

Para aprendermos sobre adoração, precisamos lembrar-nos de 3 coisas:

1. A adoração é para a glória de Deus. "A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (Rm  1:20; Sl 119:68, e 31:23; At 14:17; Dt 12:32; Mt I5:9, e 4:9, 10; Jo 4:3, 24; Êx. 20:4-6 - grifo meu). [6]

2. Deus ministra ao homem, e não o contrário. Ainda que louvar seja um ato humano, o louvor ao Senhor não serve para dar algo a ele (pois do que necessita?), mas é o momento onde profundamente reverenciamos o seu nome e cantamos glórias na esperança de que ele fale e transforme o nosso coração à medida que vamos crescendo em graça e em conhecimento,

3. A adoração é definida somente por Deus. Ninguém, absolutamente ninguém tem o poder de dizer como Deus pode ser adorado, exceto Ele mesmo. Assim como em minha casa tenho autoridade para dizer como as coisas devem ser feitas, onde determinado objeto deve ser guardado e como me agrada a disposição das peças, assim também Deus é a autoridade suprema sobre a adoração que Lhe rendemos. Para evitarmos cair em erro, é preciso que partamos da premissa de que a adoração não pode ser feita segundo nossos desejos ou paixões, mas somente como o Senhor ordena.

Uma das frequentes razões para que os crentes não gostem da abordagem sobre o louvor, é que ela parece dizer que enquanto para a vida diária não há ordenanças específicas (que tipo de emprego arrumar, onde morar, qual casa comprar...), para o culto ao Senhor seja prescrita uma série de orientações e ainda mais, ordenanças de como se deve prestá-las a Ele.

É preciso notar que assim como os reformadores (e muitos antes e depois deles!) foram árduos defensores do "Sola Scriptura" e combateram com veemência (as vezes com seus próprios sangues) os acréscimos à palavra do Senhor, nós também hoje devemos lutar, não somente para com o romanismo e outras religiões (ainda que seja importante), mas também para eliminar o mau de dentro do que tem se chamado de "igreja". Bem sabemos que não é nosso serviço "limpar a eira" (Lc 3.17), pois tal pertence ao Senhor, mas no que tange à nossa responsabilidade e instrução na graça de nosso Deus, somos chamados a pregar a verdade em meio a tantas mentiras e práticas repugnantes ao Altíssimo. Defender uma prática como sendo supostamente bíblica, mas não tendo como prová-la, é quase tão maligno como negar a verdade e a fé.

"Deus se importa com a adoração correta. Isso é importante para ele. Nós não estamos lidando com um único versículo prova. As páginas das Escrituras proclamam em alta voz que Deus deve ser adorado em espírito e em verdade. Nós não estamos tratando de um assunto banal. Estamos tratando com um dos mais importantes assuntos que nós podemos imaginar. A adoração a Deus fica em pé ou cai devido à quantidade de consideração que damos às leis de Deus em todas as áreas da vida... A Bíblia e somente ela deve ser nosso guia para determinar como Deus deve ser adorado". [7] Em outras palavras: ou humildemente nos submetemos à Bíblia e ao que ela ensina sobre adoração, ou será melhor negarmos que ela é nosso guia de fé e de prática.

Ditas essas coisas, é preciso que verifiquemos nas Escrituras (semana que vem) se coisas como bandas, orquestras, show de luzes e o tipo de música cantada atualmente é algo que pode ter respaldo bíblico - se tiver, faremos; se não tiver, precisamos verificar o que a Bíblia nos diz sobre isso e fazer somente o que ela nos ordena.

Infelizmente muito do que se diz ser "desde sempre" - isto é, quase que um axioma cristão -, na verdade é invencionice bastante recente. Vemos por exemplo que os dons de línguas e as novas revelações do Espírito Santo vieram a ser enfatizadas com maior vigor somente no século passado (em 1906, com a reunião na rua Azuza, nos Estados Unidos). A doutrina do "arrebatamento secreto", segundo o Dr. Martyn Lloyd Jones, não surgiu no mundo senão depois de 1830. O sistema de "apelos" no culto, do tipo "venha para frente receber Jesus - faça uma oração e seja salvo", também teve sua maximização em Charles Finney (1792 - 1875). Também vemos que muitas bíblicas editadas nos últimos tempos fazem quase que piada com o nome do Senhor, a ponto de serem tão simplórias que marginalizam toda a estrutura do texto e adulteram palavras de magnífica importância, quando não são aquelas que fazem comentários inúteis e malignos ao texto divino (Bíblia Batalha Espiritual e Vitória Financeira, Bíblia da Mulher que Ora, Bíblia de Estudo Pentecostal...).

A Bíblia também relata-nos que nem sempre podemos nos guiar pela maior quantidade de pessoas executantes de certos feitos, afinal, não é porque boa parte das igrejas tenha determinada prática, que isso signifique por si só que seja bíblico. A Bíblia nos mostra que a maioria muitas vezes esteve errada:

- A maioria esmagadora pereceu nas águas do dilúvio, Gn. 7;
- A maioria se rebelou contra Deus e Moisés em Êx. 32;
- A maioria se rebelou contra Deus e Moisés em Nm. 14;
- A maioria cultuava falsos deuses em Jz 2;
- A maioria matou Jesus;
- A maioria vai eleger o anti-cristo.

O chamado "Sola Scriptura" pode-nos ser algo novo, mas para a história da igreja é algo bastante antigo. Não devemos nos espantar com as "novidades", desde que elas sejam novidades apenas para nós, não para a história da igreja.

Muitos dos erros cometidos hoje em dia são devidos à ignorância teológica que existe entre o pastor e o povo - "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei" (Os 4.6). Certamente que o Senhor vinga-se dos profetas que falam falsamente no seu nome, mas não somente isso, também vinga-se daqueles que executam certas atividades que são contrárias à sua lei.

Hoje, nós aqui presentes, se desejamos ser mais santos ao Senhor - "sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14) -, devemos buscar o conhecimento de Deus tão somente através de sua palavra santificadora e mais do que útil para nos ensinar. Nossos papéis como crentes não são de colocar a cultura à frente da palavra nem o gosto à frente da verdade, mas sim a Bíblia como nossa única regra de fé, conduta, piedade e sobriedade.

Semana que vem veremos o que a Bíblia nos ensina sobre instrumentos (Sempre foram usados? Qual sua relação com o templo do Antigo Testamento? Qual foi a prática apostólica? Que dizer dos Salmos que falam sobre eles?) e o testemunho da igreja histórica sobre isso.

Não podemos nos dar o luxo de afirmarmos que algo é verdadeiro sem antes verificarmos se a Bíblia assim sanciona.

Cristo os abençoe.

Notas:
[1] HART, D. G e MUETHER, John R. - citado em "In Spirit and Truth: Worship as God Requires (Understanding and Apllying the Regulative Principle of Worship)" By James R. Hughes, pág. 5 - tradução livre.
[2] Citado nesse mesmo blog - clique aqui para ler na íntegra.
[3] Citado pelo professor e diretor do Instituto Malleus Dei, Salomão Rod - via e-mail.
[4] Citado em "In Spirit and Truth: Worship as God Requires (Understanding and Apllying the Regulative Principle of Worship)" By James R. Hughes, pág. 7 - tradução livre.
[5] Ibid, pág. 8
[6] Confissão de Fé de Westminster, capítulo XXI, seção I.
[7] Citado em "In Spirit and Truth: Worship as God Requires (Understanding and Apllying the Regulative Principle of Worship)" By James R. Hughes, pág. 15 - tradução livre.

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