3. O namoro geralmente confunde relacionamento físico com amor.
Dave e Heidi não tinham planejado se envolverem fisicamente na primeira vez que saíram juntos. De verdade. Dave não fica “só pensando nisso” e a Heidi não é “aquele tipo de garota”. Aconteceu. Eles foram a um show juntos e depois assistiram a um filme de vídeo na casa da Heidi. Durante o filme, Heidi fez uma gozação a respeito da tentativa dele de dançar durante o show. Ele começou a fazer cócegas nela. A luta de brincadeirinha de repente parou quando eles se viram encarando um ao outro nos olhos, com Dave inclinado sobre ela no chão da sala de estar. Eles se beijaram. Parecia algo de cinema. Parecia tão correto!
Pode ter parecido certo, mas a introdução precoce de uma afeição física no relacionamento acrescentou confusão. Dave e Heidi não se conheciam de verdade, mas de repente se sentiam próximos. À medida que o relacionamento progredia, eles achavam difícil manter a objetividade. Quando tentavam avaliar as qualidades do relacionamento, eles imediatamente visualizavam a intimidade e a paixão do seu relacionamento físico. “É tão óbvio que nós nos amamos” pensou Heidi. Mas será que era verdade? Só porque lábios se encontraram não quer dizer que corações se uniram. E só porque dois corpos são atraídos um ao outro não quer dizer que as duas pessoas foram feitas uma para a outra. O relacionamento físico não é igual a amor.
Quando consideramos que a nossa cultura como um todo entende as palavras “amor” e “sexo” como sinônimas, não deveríamos ficar surpresos que muitos relacionamentos confundem atração física e intimidade sexual com verdadeiro amor. Lamentavelmente, muitos namoros cristãos refletem esta falsa noção.
Quando examinamos o progresso da maioria dos relacionamentos, nós podemos ver claramente como o namoro promove esta substituição. Primeiro, como já ressaltamos antes, o namoro nem sempre leva a compromissos duradouros por toda a vida. Por esta razão, muitos namoros começam com a atração física; a atitude que está por trás disso é que os valores mais importantes vem da aparência física e da maneira como o parceiro se comporta. Mesmo antes que um seja dado, o aspecto físico e sensual do relacionamento assumiu a prioridade.
Em seguida, o relacionamento normalmente caminha a passos largos na direção da intimidade. Pelo fato do namoro não requerer compromisso, as duas pessoas envolvidas permitem que as necessidades e paixões do momento ocupem o centro de palco. O casal não olha um para o outro como possíveis parceiros para toda a vida e nem avaliam as responsabilidades do casamento. Ao invés disso, eles concentram nas exigências do momento. E com esta disposição mental, o relacionamento físico do casal pode facilmente se tornar o foco.
E se um rapaz e uma garota pulam o estágio da amizade no relacionamento, a lascívia frequentemente se torna o interesse comum que atrai o casal. Como resultado, eles avaliam a seriedade do seu relacionamento pelo nível de envolvimento físico. Duas pessoas que namoram querem sentir que são especiais uma para a outra e elas podem expressar isso concretamente através da intimidade física. Elas começam a distinguir o seu “relacionamento especial” ao se darem as mãos, beijarem-se e o restante que se segue. Por esta razão, a maioria das pessoas acredita que sair com alguém implica em envolvimento físico.
Concentrar no físico é claramente pecaminoso. Deus exige pureza sexual. E Ele faz isso para o nosso próprio bem. Envolvimento físico pode distorcer a perspectiva de cada um dos namorados e levá-los a decisões erradas. Deus também sabe que levaremos as memórias de nosso envolvimento físico do passado para o casamento. Ele não quer que vivamos com culpa nem remorso.
O envolvimento físico pode fazer com que duas pessoas se sintam próximas. Mas se muitas pessoas que estão namorando examinassem o foco do seu relacionamento, eles provavelmente descobririam que a lascívia é o que têm em comum.
- por Joshua Harris
Fonte: Cristão Reformado
Excertos do livro: Eu Disse Adeus ao Namoro: uma nova atitude em relação ao romance. São Paulo: Atos, 2003.
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