Existem muitos que estão perplexos diante da defesa do aborto na esfera política. A Sra. candidata que usurpa o nome de “mãe do Brasil” (e me parece que, dados os nossos hábitos de pensamento e ação, somos um povo sem mãe mesmo), que contradição!, é o carro-chefe da frente de batalha de um partido que em mais de uma ocasião defendeu o direito à prática do aborto.
E agora vemos também “bispos” de falsas igrejas se pronunciando a favor do aborto, como se isso “batizasse” ou purificasse a plataforma política esquerdosa que defende a prática. Como se isso fosse um “imprimatur” episcopal sobre o voto do pseudocristão que escuta a esses canalhas.
Pois os cristãos que verdadeiramente repudiam e execram a defesa do aborto que tem sido veiculada no meio político têm toda a razão de repudiar e de execrar tal prática. Contudo, devem também vigiar para que não caiam no defeito grave da hipocrisia. É muito bom olhar para o cisco no olho alheio e ignorar a trave que cega o nosso próprio olho. E temo que seja isso o que ocorre na maioria das vezes.
Afinal, que moça cristã hoje responderia, quando perguntada a respeito de suas aspirações, que deseja ser uma boa mãe, cuidar da casa e dos filhos? E que moça cristã hoje responderia que deseja ter quantos filhos o Senhor lhe conceder, e que se não tiver o privilégio de ter filhos, consideraria adotar algum?
De fato, pouquíssimas moças do nosso país assim agiriam, o que reflete a completa falta de um pensamento pactual na igreja brasileira. Parece que o termo “aliança de Deus com o Seu povo” é totalmente alheio ao evangelicalismo mesquinho, egoísta, individualizado, compartimentalizado e anticonfessional do nosso país.
Pois bem. Homens e mulheres cristãos: muitos de vocês têm condenado a prática do aborto, mas já o praticaram diversas vezes: se não foi por ação (através de uma pílula ou alguma outra prática anticoncepcional abortiva), então foi por pensamento. Lembre-se, por exemplo, de quando vocês criticaram alguma família por ter muitos filhos. Ou então de quando vocês decidiram ter poucos filhos, porque consideraram os filhos potenciais um estorvo para os seus planos financeiros autocentrados.
Eu os desafio: parem de pensar nas férias que deixarão de ter ou nas rugas que terão a mais. Parem de pensar nas noites mal-dormidas ou nas noites que dormiriam a mais. Parem de pensar que é um peso ensinar os filhos no caminho bíblico e parem de pensar que é um peso cuidar dos filhos para que saibam cumprir o seu mandato social.
Pai cristão: filhos não são problema. Eles são “herança do Senhor” e “galardão” (Sl. 127). Devem ser como “rebentos de oliveira à roda da mesa” (Sl. 128). E rebentos de oliveira não florescem somente aos pares, e sim aos montes! Filhos são bênção. Não tenha medo de eles um dia virem a ser maus filhos: faça a sua parte. Batize-os, sele-os com o selo da bênção de Deus sobre o povo da Sua aliança. Esteja presente em casa, lendo com eles a Bíblia após as refeições. Seja sacerdote, rei e profeta do seu lar. E você verá como os seus filhos o encherão de alegria!
Mãe cristã: se a sua saúde assim permitir, deixe o controle de natalidade por conta de Deus. É ele quem dá “herança” e “galardão” através dos filhos. A pior coisa do mundo é restringir o meio pelo qual Deus decidiu abençoar a família cristã. É como se você estivesse dizendo: “não quero mais bênçãos de Deus”. Ou pior, é como se você acreditasse que ter mais filhos vai, na verdade, atrapalhar. Deixe de ser egoísta. Pare de pensar nas jóias que poderia comprar ou na carreira que poderia ter. Decida ser mãe para a honra e glória de Deus.
O maior e principal meio de crescimento da igreja na história foi através de filhos da aliança. Evangelismo pessoal e missões são importantes. Mas Deus promete, antes de tudo, a bênção aos crentes e aos seus filhos (At. 2). Deus não escolheu para si indivíduos isolados, e sim um povo, o povo que hoje é o Israel de Cristo.
A igreja deve parar com a hipocrisia e deve buscar maior relevância através de um pensamento de obediência pactual ao seu Cabeça, Jesus Cristo. Um bom passo é que você pare de apoiar o aborto em seu coração e passe a abraçar completamente a sua missão de crescer e de multiplicar (Gn. 1).
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