Em sua edição 2170, a revista "Istoé" publicou uma matéria interessante a respeito de supostos documentos que elucidariam o comportamento de evangélicos durante o período da Revolução de 1964. A revista traz depoimentos de figuras célebres do meio evangélico brasileiro, dentre eles o pastor batista Enéas Tognini e também do sociólogo Rubem Cesar Fernandes, além de outros. A reportagem dá ênfase, tanto a depoimentos de quem, na época, alega ter sido perseguido e "torturado" - sem demonstrar a veracidade do que alega - e ao caráter ecumênico de muitas das manifestações, empreendidas inclusive perante o Conselho Mundial de Igrejas, com sede na Suíça.
Naturalmente, houve quem se manifestasse de ambos os lados e, como era de se esperar pela tendência ideológica demonstrada pela independente Istoé, o grande destaque foi dado aos chamados "subversivos" do regime, que, quase de modo supostamente heroico, enfrentaram o que eles chamam de "ditadura", inclusive em seminários e nas próprias igrejas.
Dando uma rápida pesquisa na Internet, constata-se que há muitos relatos relacionados ao período, nos quais, de modo genérico e sem meios de prova plausíveis, fazem apologia à denominada "luta armada", demonstrando - sem sequer citar as Escrituras - que quem apoiava a Revolução de 1964 era "ingênuo", "ignorante", dentre outros termos pejorativos. Num contexto como esse, o cristão precisa se posicionar sem que, necessariamente, transfira o debate para o lado político ou ideológico, mas sim para, simplesmente, responder à pergunta: "como deveria ter sido o comportamento do cristão durante o período contrarrevolucionário de 1964 a 1985"? Sobre isso é que nos propomos a refletir, agora.
Dando uma rápida pesquisa na Internet, constata-se que há muitos relatos relacionados ao período, nos quais, de modo genérico e sem meios de prova plausíveis, fazem apologia à denominada "luta armada", demonstrando - sem sequer citar as Escrituras - que quem apoiava a Revolução de 1964 era "ingênuo", "ignorante", dentre outros termos pejorativos. Num contexto como esse, o cristão precisa se posicionar sem que, necessariamente, transfira o debate para o lado político ou ideológico, mas sim para, simplesmente, responder à pergunta: "como deveria ter sido o comportamento do cristão durante o período contrarrevolucionário de 1964 a 1985"? Sobre isso é que nos propomos a refletir, agora.
1. Do compromisso do cristão
O cristão genuíno é alguém, essencialmente, de compromisso. Em primeiro lugar, com Deus, que lhe deu a vida, a salvação, o justificou e o glorificará quando ele estiver em Sua presença, para sempre. O compromisso do cristão é a forma pela qual ele se relaciona com o Deus que, com ele, possui também um compromisso eterno, uma nova Aliança, da qual Cristo é o garantidor. Em seguida, o cristão deve pensar no compromisso que mantém com os mais próximos de seu círculo de relacionamentos - família, amigos, irmãos - e com eles efetivar atos que demonstrem essa aliança.
Evidentemente, o compromisso do cristão não para por aí. Em tudo com o que ele se relaciona, deve haver sentimento semelhante. As aspirações pátrias também fazem parte dessas alianças que o cristão constrói ao longo da vida. Inclusive, o compromisso com a Nação, da qual ele faça parte, deve ser forte, intenso, abrangendo muitos outros que ele construiu em sua existência. Ao agir em prol da Pátria, da Bandeira e de suas Instituições, o cristão age visando à proteção de seus relacionamentos pessoais, e dá bom testemunho do seu Deus perante os homens. Embora o crente esteja de passagem por este mundo, e a sua pátria seja em verdade a celeste (Hebreus 11:16), enquanto ele aqui está deve colaborar, buscando a justiça e a defesa do que Deus ensina por meio da sua Palavra, na prática. Jesus, eminentemente, se preocupou com assuntos desse mundo, como suprimento de necessidades que não se limitavam apenas ao espírito, e sim do corpo, também. Não dá para se conceber um cristão que não seja compassivo com as necessidades de seu próximo, ainda mais quando o seu próximo é qualquer um desta Pátria brasileira. Como cristãos, devemos nos identificar com a humanidade, embora diferentes dela em muitos aspectos.
Já disseram - com o que abertamente concordamos - que o cristão só consegue exercer seu cristianismo se conduzi-lo ao plano coletivo. Uma vez que seu caminho é eminentemente relacional - sem defender, em hipótese alguma, aqui, a "teologia relacional", até mesmo porque Deus é onisciente e nada aprende com o homem - o cristão deve lutar em prol dos ideais que movem a Nação e o bem coletivo. Por essa razão, não há meios que sejam proibidos para que o crente realize uma ação social: ela pode ser tanto na base argumentativa, quanto na que realiza obras de apoio a quem precisa de ajuda, quanto mesmo à falta de possibilidade de qualquer argumento, como no caso do uso da força pelas instituições militares.
Ora, se o cristão sabe que determinada política, ideologia ou atitude social são contrários ao que ele sustenta, em matéria de princípios, valores e ideais, estando informado sobre esses assuntos, qual deve ser, então, sua posição diante de uma situação de conflito? É prudente, a ele, assumir posições de vanguarda, "progressistas", diante de um mal iminente? Pensamos que não. Para tanto, vale a pena enxergar os dados, conforme eles, em verdade, apareceram, no contexto histórico pré-1964, todos devidamente embasados em fortes e seguras fontes históricas.
- Clebe Olympío (Não traduzimos a opinião oficial das Forças Armadas do Brasil)
Fonte: Militar Cristão
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