quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tadinha dela...

Texto por
Filipe Luiz C. Machado
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Antes de dar prosseguimento, gostaria de dizer que de forma alguma estou insensível para com essa história e as pessoas nela envolvidas. Jamais desejaria que alguém lesse e interpretasse minhas palavras como sendo em tom de desprezo ou fazendo "pouco caso" da morte de um cônjuge. Minha breve reflexão visa apenas nos mostrar um lado que poucas vezes temos ciência de que possa existir.

Recentemente vi um vídeo de uma esposa que acabara de ficar viúva devido ao câncer de seu esposa. Ele tinha sido diagnosticado com câncer, mas havia sido curado. Porém, o câncer voltou tempos depois e nesse ínterim ele gravou um vídeo falando a respeito da sua confiança em Deus, tanto para curá-lo como para sustentá-lo enquanto vivesse. Fato é que ele veio a falecer, deixando sua esposa de 32 anos viúva e com 3 filhos para criar.

Nossa primeira reação diante de tal caso é pensar: "tadinho dele, queria tanto ter visto seus filhos crescerem" ou então, "tadinha dela, gostava tanto do marido". Não tenho dúvidas (ainda mais depois de ver os vídeos) de que aquele homem amava intensamente sua esposa e seus filhos. Também não titubeio acerca do real amor e comprometimento que ela tinha para com seu marido, tão fortemente demonstrado em fotos e vídeos em família. Mas há um dilema: embora a mulher se sentisse extremamente triste e vazia, se sentia forte e confiante de que o Senhor havia curado seu marido. Ao pensarmos atentamente sobre isso, vemos que ela discorre sobre a soberana mão protetora de Deus em tudo que acontece em nossa vida. Ela diz que Deus havia curado seu marido! Não era a cura que esperamos muitas em vida, mas a verdadeira cura, a saber, estar com Deus nos céus. Oh! Que grande confiança no Deus todo-poderoso!

Pergunto-me se realmente essa esposa é a "tadinha", coitadinha ou se somos nós, que temos tudo, mas não valorizamos nada! Muitos de nós temos esposas, esposos, filhos, filhas, pais e mães ainda vivos e não damos valor e não empenhamos esforços para levá-los aos caminhos do Senhor. Quantos em nossos dias observam a doença alheia e pensam "tadinha" dela, quando na verdade somos nós que padecemos diariamente de doenças pustulentas em nossas almas que nos estão matando sem percebermos! Essa mulher é forte (o Espírito Santo nela), nós é que somos fracos e "tadinhos".

Se tiver condições, veja o vídeo da referida esposa de quem falo. (no final do texto) Você verá uma mulher abalada, mas firme da fé. Crianças órfãs de seu pai, mas que guardam os ensinamentos que lhe foram proferidos. Uma mãe que pode dizer que Deus curou seu marido, apesar da morte ter o levado.

Sei que tal história não pode se igualar a Jó, pois este era homem "justo e íntegro", mas não posso deixar de pensar que a verdadeira compreensão da Vida Plena e do amor de Deus são encontrados em meio aos sofrimentos. Não que eu deseje o mal para alguém (longe de mim tal coisa), mas vejo que é somente quando passamos por "lutas e aflições" que podemos compreender o quão miserável somos e o quanto somos dependentes de Deus.

Certo estou de que essa esposa e seus filhos podem proclamar com firmeza: "Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram". Jó 42.5

Que possamos experimentar a verdadeira confiança em Deus a cada dia.

*Vídeo parte 1 (testemunho do marido enquanto vivo)
*Vídeo parte 2 (testemunho da esposa depois da morte do marido)

Um comentário:

  1. Filipe,

    não consegui assistir ao segundo vídeo, mas o primeiro já é suficiente para ver o poder de Deus operando na vida do Zach e de sua família.
    É algo que devemos aprender, pois nos menores problemas, nas coisas mais corriqueiras do dia-a-dia que nos desagradam, nossa face cai, e ficamos muitas vezes como qualquer incrédulo: murmurando e questionando a Deus, nos fazendo de "coitadinhos", quando o que merecíamos era a condenação sumária.

    Que ele possa nos capacitar a reconhecê-lo em todas as situações, tanto as boas como as más [segundo a nossa ótica], para que o Senhor seja glorificado em tudo.

    Muito bom texto.
    Grande abraço, meu irmão!
    Cristo o abençoe!

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