sexta-feira, 16 de março de 2012

Como as Mulheres Devem se Vestir?


Comentário de Calvino sobre 1 Tm 2.9, 10 ("Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras"):

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9. Que do mesmo modo. Conforme ele havia ordenado aos homem para que levantassem mãos puras, agora ele prescreve a maneira pela qual as mulheres devem se preparar para orar corretamente; e parece haver um contraste entre aquelas virtudes que ele recomendou e a santificação externa dos Judeus; para isso ele sugere que não há lugar profano, nem qualquer lugar onde ambos, homem e mulher, não podem se aproximar de Deus, desde que não sejam excluídos por seus vícios.

Ele pretende abraçar a oportunidade de corrigir um vício de que as mulheres geralmente são propensas, e que talvez em Éfeso, sendo uma cidade de grandes riquezas e vastas mercadorias, especialmente abundavam; esse vício é a vontade e desejo de se vestir ricamente e abundantemente. Ele [o apóstolo] deseja, portanto, que suas roupas [das mulheres] sejam reguladas pela modéstia e sobriedade; para [mostrar] que o luxo e os gastos imoderados surgem do desejo de aparecer, quer por causa do orgulho, ou por se apartarem da pureza e simplicidade. E, portanto, é daí que deriva-se nosso dever de regular a moderação, pois desde que o vestir-se é uma questão indiferente (assim como todas as questões exteriores o são), é difícil estabelecer um limite fixo sobre o quão longe se pode ir. Os magistrados [governantes] podem de fato estabelecer leis pelas quais a vontade de se exceder em gastos supérfulos seja em alguma medida contida, mas mestres piedosos cujo trabalho é guiar as consciências, devem sempre manter em vista a finalidade pretendida pela lei. Isso, pelo menos, será concorde sem qualquer controvérsia, que tudo aquilo que no vestir-se não esteja de acordo com a modéstia e sobriedade, é certamente desapropriado.

No entanto, devemos sempre começar com as disposições, pois onde reina a devassidão, não haverá pureza, e onde reina a ambição, ali não haverá modéstia no vestir-se exteriormente. Mas porque muitos hipócritas comumente aproveitam-se sobre todo tipo de desculpa que eles podem encontrar para ocultar suas disposições ímpias, nós temos a necessidade de tornar claro e comentarmos sobre aquilo que nossos olhos podem ver. Seria infâmia [vileza] negar a adequação da modéstia como sendo o ornamento virtuoso e peculiar das mulheres modestas ou o dever de todas observarem essa conduta - tudo que se opõe a essas virtudes é vã desculpa. Ele [o apóstolo] expressamente censura certos tipos de excesso [que vão além da modéstia], como cabelos ondulados, joias e anéis de ouro; não que o uso de ouro ou de joias seja expressamente proibido, mas que, onde quer que estas coisas estejam em proeminência, elas geralmente estão juntas e contornam-a [a mulher] das outras coisas malignas que eu mencionei, e surgem da ambição e falta de pureza.

10. Como convém às mulheres; é sem sombra de dúvidas que o vestir-se das virtuosas e piedosas mulheres deva diferir daquelas devassas prostitutas. O que ele [o apóstolo] estabeleceu como marcas de distinção e piedade, devem ser testemunhados nas obras e no vestir-se com pureza.

Fonte: CALVIN, John, Commentary on The First Epistle to Timothy, BakerBooks, pgs. 65, 66 - tradução livre.

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