segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Quando Jesus não salvou ninguém...

Texto por
Marcos David
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Estou tendo o prazer, privilégio e responsabilidade de ministrar um curso na Escola Bíblica de Discípulos, na minha igreja local. O curso se chama O Evangelho de Jesus e o Jesus dos Evangelhos. Nesse curso abordamos vários aspectos da vida e ministério de Jesus como o Messias prometido. No nosso encontro de ontem vimos como Marcos apresenta Jesus Cristo. Ao contrário de Mateus, no seu relato, Marcos mostra a todo instante Jesus em ação, indo de cidade em cidade e realizando “sinais e prodígios”.

Mas um fato é marcante no ministério de Jesus: nas cidades de Tiro e de Sidom, Jesus não operou nenhum milagre. Apesar de visitar essas cidades várias vezes, Mateus relata que Jesus não operou nenhum sinal miraculoso nelas (Mateus 11:21). E o que chama ainda mais a nossa atenção é o fato que o próprio Jesus afirma que, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os mesmos sinais que ocorreram em Corazim e Betsaida, os habitantes daquelas cidades teriam se arrependido e se vestido de saco e cinzas!

Você percebeu o que não ocorreu? Jesus não fez nenhum sinal nas cidades mesmo sabendo que seus habitantes se arrependeriam! Ora, por que será que Jesus não operou nenhum milagre lá? Será que era por que naquelas cidades não havia nenhum doente? Será que era por que naquelas cidades não havia quem precisasse de salvação? Certamente que não. Jesus conhecia muito bem as necessidades dos habitantes dessas cidades impenitentes. Jesus tinha ciência desse fato e não operou nenhum milagre nessas cidades, simplesmente, porque não quis fazê-lo.

Jesus tinha alguma obrigação de fazer milagres? Os milagres, sinais, prodígios e maravilhas testificavam a Sua obra messiânica, mas Jesus não tinha necessidade dessas obras para ser crido como Messias. Pelo contrário. Quando Tomé exigiu um sinal visível para crer, Jesus lhe adverte dizendo que mais bem-aventurados são aqueles que creram mesmo sem ter visto (João 20:29). Portanto, Jesus não era e não é um “fazedor de milagres”. Ele nunca precisou de milagres para ser crido como Messias. Nem o diabo conseguiu convencê-lO a fazer milagre contra Sua vontade (Mateus 4:1-11).

Será que conseguimos entender que, por não realizar nenhum milagre nas cidades, Jesus limitou o oferecimento da salvação àqueles habitantes? Ora, se eles creriam com os milagres, mas Jesus não os realizou, eles não foram despertos para a salvação como os habitantes de outras cidades. Será que estou exagerando? A Bíblia ensina que a salvação pertence ao Senhor (Jonas 2:9). Já que a salvação pertence ao Senhor, Ele a dá a quem Ele quiser. Será que entendemos isso? Deus tem obrigação de salvar? Não! Ele não tem nenhuma obrigação de nada. Ele tem misericórdia de quem Ele quiser ter. E ponto!

Se a salvação é de Deus, Ele é que tem a prerrogativa de salvar ou não salvar. Na relação com a humanidade, a parte ofendida é Deus. É Ele que precisa oferecer o perdão. É Ele que precisa aceitar o pecador arrependido. É Ele a parte traída. Mas, arrogantes como somos, dizemos que nós é que aceitamos a Jesus como Salvador. Egoístas como somos, dizemos que fomos nós que escolhemos a Jesus. Pecadores que somos, dizemos que fomos salvos porque cremos em Jesus.

Se não tivéssemos recebido de Deus a fé para crermos em Jesus, jamais nos voltaríamos para Ele. Se Ele não nos tivesse amado primeiro, nunca amaríamos a Deus. Se nosso coração não tivesse sido regenerado antes, jamais teríamos escolhido o caminho da salvação. Se não fosse Ele ter operado em nós “tanto o querer com o efetuar” estaríamos ainda na nossa vida de inimizade contra Deus, andando a passos largos em direção ao inferno. Se Deus permitisse que toda a raça humana, de todos os tempos e eras, fosse punida justamente com o inferno, mesmo assim Ele continuaria sendo justo, bom e amoroso.

Lembremos sempre: fomos salvos porque Ele nos quis salvar; fomos perdoados porque a bondade dEle nos levou a isso; fomos lavados das nossas impurezas porque foi o sangue dEle que nos purificou; nosso nome está escrito no livro da vida, porque Ele mesmo o escreveu lá; nós só conseguimos amá-lO por que Ele nos amou primeiro; Ele nos aceitou porque fomos aceito por intermédio de Jesus. A nossa salvação é nossa porque nos foi dada, nós não conquistamos, nós não a merecemos, nós não a garantimos. Quem garante a vitória é o sangue de Jesus e mais ninguém.

Fonte: Música, Ciência e Teologia

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