Uma vez compreendido os pressupostos lançados anteriormente, se faz necessário perguntar: o que é teologia?
O modo padrão de se definir teologia é afirmando que, em grego (transliterado), theo significa Deus e logia, estudo - ou seja, o estudo de Deus. Todavia, parece-nos demasiadamente genérica tal afirmação. Assim, é preciso fazer uma interpretação extensiva acerca do que se está afirmando por estudo e Deus.
1. Quando falamos sobre "estudar Deus", de modo algum se está afirmando que Deus seja matéria de estudo comum
Não estamos tratando de um estudo onde meramente se enche estantes com livros, comentários, exegeses e toda sorte de material. Estudar a Deus, antes de tudo, é se submeter à Sua soberania e compreender que Ele é acima de tudo e todos.
É preciso lembrar, conforme o autor de Hebreus escreve aos judeus convertidos, que o estudo da Bíblia deve, sempre, ser acompanhado de fé: "mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram" (Hb 4.2 - grifo do autor). Este ponto é de vital importância, pois não poucas vezes o árduo estudo tende a levar os estudantes à crença de que devem, pela mera racionalidade, compreender o Altíssimo e Sua Escritura.
O cristão genuíno, embora seja racional e, por isso, pensante - tal atributo faz parte da imagem e semelhança de Deus -, é também alguém que anda e vive pela fé. Poder-se-ia dizer que todas as doutrinas somente podem ser aceitam pela fé, afinal, a fé é um dom de Deus (Ef 2.8). Esteja, portanto, ciente da necessidade imperiosa de não ser demasiadamente racionalista. Estude sobre o criacionismo, por exemplo, mas compreenda que ao fim de todo o labor, você precisa aceitar que, "No princípio... Deus" (Gn 1.1). Se você entender este versículo pela fé, poderá entender todo o restante.
Não estamos tratando de um estudo onde meramente se enche estantes com livros, comentários, exegeses e toda sorte de material. Estudar a Deus, antes de tudo, é se submeter à Sua soberania e compreender que Ele é acima de tudo e todos.
É preciso lembrar, conforme o autor de Hebreus escreve aos judeus convertidos, que o estudo da Bíblia deve, sempre, ser acompanhado de fé: "mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram" (Hb 4.2 - grifo do autor). Este ponto é de vital importância, pois não poucas vezes o árduo estudo tende a levar os estudantes à crença de que devem, pela mera racionalidade, compreender o Altíssimo e Sua Escritura.
O cristão genuíno, embora seja racional e, por isso, pensante - tal atributo faz parte da imagem e semelhança de Deus -, é também alguém que anda e vive pela fé. Poder-se-ia dizer que todas as doutrinas somente podem ser aceitam pela fé, afinal, a fé é um dom de Deus (Ef 2.8). Esteja, portanto, ciente da necessidade imperiosa de não ser demasiadamente racionalista. Estude sobre o criacionismo, por exemplo, mas compreenda que ao fim de todo o labor, você precisa aceitar que, "No princípio... Deus" (Gn 1.1). Se você entender este versículo pela fé, poderá entender todo o restante.
2. Deus não é matéria que se possa compreender na plenitude do saber
No estudo bíblico se afirma: finitum non capax infinitum, isto é, o finito não pode compreender o infinito; o infinito não é possível de ser enquadrado dentro do finito. A Escritura evidencia este fato: "Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?" (Rm 11.34). O homem natural, criatura de Deus, ainda que se esmere com grande afinco e trabalhe arduamente na seara estudiosa, jamais poderá afirmar que conhece a Deus como conhece seu melhor amigo - ademais, nem mesmo podemos afirmar que conhecemos alguém em seu completo ser, pois "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17.9). Se não podemos conhecer ao homem, ser de poucos dias por essa terra, como intentaríamos decretar que somos cônscios de tudo sobre o grande e perfeito Criador? Tamanha é a distância, devido ao pecado, que temos naturalmente de Deus, que dispõe a Palavra: "SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?" (Sl 15.1).
3. Deus não é um conceito ou uma junção de boas ideias
Muitos têm se perdido pelo caminho e, à semelhança do filho pródigo, têm gastado todos os bens e tempo em terras longínquas e afastadas da santa Lei de Deus.
Para se lançar no estudo teológico é preciso rejeitar todo sistema plural de ideias e conceitos. É absolutamente uma completa insanidade desejar aprender sobre Deus, como se ele fosse passível de muitas interpretações. Isto é, é necessário partir do pressuposto de que Deus, em Sua Bíblia, possui uma única verdade - sim, tão somente uma verdade. Os homens podem desejar que Deus seja uma junção de preposições, pensamentos positivos e algum poder superior, mas o fiel cristão se porá em linha completamente oposta e desejará compreender qual é, genuinamente, a verdade acerca de Deus.
4. Mantenha sempre vivo um santo temor
"Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras" (Ec 5.1-2).
Tal qual os crentes devem ter cautela, ainda que devam, com ousadia, "entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne" (Hb 10.19-20), também é necessário que ao estudar a palavra de Deus se acheguem com temor. Abrir a Escritura é, se corretamente analisado, fonte de bênção e, não corretamente prudente, fonte de ira e condenação. Certifique-se de que está estudando para glorificar a Deus acima de tudo e faça isso diligentemente. Lembre-se das palavras do apóstolo: "Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus" (Rm 11.22).
5. Estudar teologia não é sinônimo de erudição
Conta-se que o grande puritano John Owen (1616-1683), dizia ser desejoso de trocar suas habilidades pela sensibilidade com que o pobre latoeiro John Bunyan (1628-1688) possuía em tocar os corações [1]. Owen, embora fosse extremamente versado na Escritura, ocupando até mesmo um cargo notório na Universidade de Oxford, se sentia tocado pela maneira como Bunyan discorria pelas Escrituras, mostrando que o conhecimento acadêmico, embora muito importante e desejado, vem em segundo plano quando comparado com a piedade de coração, pois "a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir" (1Tm 4.8).
Ore para que o Eterno lhe traga, antes e acima de tudo, o coração desejoso de amar ao Senhor. Evidente que o conhecimento da Escritura inflama os corações dos cristãos, mas lembre-se do inimigo, "o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pe 5.8). A muitos o inimigo tem enganado, fornecendo falsa esperança de salvação, engrupindo o coração com sensação de que o mero saber se traduz em garantia de vida eterna.
6. Não creia que a teologia lhe servirá para sempre ter opinião contrária
Lembro-me da primeira vez que iniciei um seminário e tão logo me pus em uma confraternização com demais estudantes, desejei contrariar as pessoas o máximo de vezes possível. Pensava, em completa ignorância, que o sinônimo de conhecimento era sempre desafiar a opinião contrária - ledo, grasso e terrível engano.
Você precisará entender e talvez somente aprenderá após fraquejar algumas vezes, que "Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo" (Ec 7.5). Muitos serão os momentos nos quais você desejará se insurgir quanto à determinada matéria, mas tenha paciência e lembre-se da sincera e prudente admoestação: "cada um considere os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3). Não queria ser o tolo a cantar; seja prudente e ouça o sábio falar. Se não houver algum sábio, então se certifique de que suas palavras possuem amparo bíblico e forte base exegética, caso contrário você expressará o quão despreparado é e o quanto está enrilhado em filosofias e vãs sutilezas deste mundo (Cl 2.8).
7. Teologia implica, necessariamente, em mudança de vida
O apóstolo explicitou esta grande verdade: "sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). Vemos que a Bíblia não nos apresenta uma carta de intenções ou algum conjunto de bons indicativos quanto ao que deveríamos realizar. A Palavra é incisava em seu imperativo: "sede transformados pela renovação do vosso entendimento". Noutras palavras, a Escritura afirma que todo cristão é alguém transformado através do entendimento.
Todavia, tal transformação não concerne meramente à razão, ao intelecto, às faculdades mentais. No versículo anterior preceitua o versículo: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Rm 12.1). É fato que se impõe, portanto, os cristãos aprenderem a viver em "sacrifício vivo". O ideal que Paulo tem em mente diz respeito à maneira correta dos crentes viverem como "um só corpo em Cristo" (Rm 12.5).
Vigie atentamente para não cairmos no enredo do pecado, tendo somente seu entendimento mudado, mas continuando a praticar as mesmas devassidões de outrora.
8. Estudar teologia não significa facilidade no estudo
Verdadeiro é que, o "Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas" (Jo 14.26), mas isto não exclui a responsabilidade do árduo trabalho. Não pense o querido leitor que o Espírito Santo lhe sussurrará todo entendimento, ainda que o estudo seja displicente. O nobre apóstolo chegou a escrever para Timóteo: "Quando vieres, traze... os livros, principalmente os pergaminhos" (2Tm 4.13). Como Paulo lia livros, os estudava e andava com eles, faremos bem se perseguirmos este ideal.
9. Teologia envolve renúncia
Quando se estuda para uma prova, um curso ou novo emprego, frequentemente se tem de abdicar de certos passatempos e vontades pessoais. De forma muito semelhante será o estudo teológico. Fortes dúvidas abaterão sua alma e esteja avisado de que é melhor a sanar primeiro, para depois partir para outros afazeres.
Cito-me novamente, quando ouvi pela primeira vez sobre o livre arbítrio e sua falácia. Aprendi sobre a soberania de Deus e que Ele está sob o controle de todas as Suas criaturas - isto me levou, por um fim de semana inteiro, a pensar somente nisto. Fiquei completamente desesperado por não saber mais o que fazer, pois pensava que o Senhor apenas "observava" Suas criaturas, e não que as controlasse. Por fim, comecei a achar alento nas palavras: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13).
Caso você, homem, venha a ser um pregador do evangelho ou um professor de escola bíblica, certifique-se de ter tempo suficiente para estudar e preparar sermões e aulas. Atente para a instrução: "Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar" (Lc 14.28-30).
10. Teologia sem oração é exercício vão
Costuma-se dizer que muitos cristãos entram no seminário cheio de amor a Deus e vazios de conhecimento; saem, porém, cheios de conhecimento e vazios de amor a Deus. Por que isto acontece? Acaso poderíamos imputar a culpa ao conhecimento, como se ele fosse antagônico ao Senhor? Certamente não. O motivo de muitos estudantes estarem - supostamente - cheios de conhecimento e vazios de Deus, é porque este conhecimento não foi acompanhado de constante oração. Não é sem motivo que preceitua a Escritura: "Orai sem cessar" (1Ts 5.17).
Muitas vezes o estudante percebe que vem fazendo bom progresso no conhecimento e tende, infelizmente, a menosprezar o tempo a sós com Deus. Pensa que somente ler e escrever artigos, ter um blog e publicar textos interessantes, seja suficiente.
O Senhor prometeu abençoar e responder a oração dos justos (Tg 5.16); faríamos bem se lembrássemos disto.
Nota:
[1] http://www.reformationtheology.com/2008/04/john_owen_john_bunyan.php (acessado dia 05.05.2013 às 23:50).
No estudo bíblico se afirma: finitum non capax infinitum, isto é, o finito não pode compreender o infinito; o infinito não é possível de ser enquadrado dentro do finito. A Escritura evidencia este fato: "Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?" (Rm 11.34). O homem natural, criatura de Deus, ainda que se esmere com grande afinco e trabalhe arduamente na seara estudiosa, jamais poderá afirmar que conhece a Deus como conhece seu melhor amigo - ademais, nem mesmo podemos afirmar que conhecemos alguém em seu completo ser, pois "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17.9). Se não podemos conhecer ao homem, ser de poucos dias por essa terra, como intentaríamos decretar que somos cônscios de tudo sobre o grande e perfeito Criador? Tamanha é a distância, devido ao pecado, que temos naturalmente de Deus, que dispõe a Palavra: "SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?" (Sl 15.1).
3. Deus não é um conceito ou uma junção de boas ideias
Muitos têm se perdido pelo caminho e, à semelhança do filho pródigo, têm gastado todos os bens e tempo em terras longínquas e afastadas da santa Lei de Deus.
Para se lançar no estudo teológico é preciso rejeitar todo sistema plural de ideias e conceitos. É absolutamente uma completa insanidade desejar aprender sobre Deus, como se ele fosse passível de muitas interpretações. Isto é, é necessário partir do pressuposto de que Deus, em Sua Bíblia, possui uma única verdade - sim, tão somente uma verdade. Os homens podem desejar que Deus seja uma junção de preposições, pensamentos positivos e algum poder superior, mas o fiel cristão se porá em linha completamente oposta e desejará compreender qual é, genuinamente, a verdade acerca de Deus.
4. Mantenha sempre vivo um santo temor
"Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras" (Ec 5.1-2).
Tal qual os crentes devem ter cautela, ainda que devam, com ousadia, "entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne" (Hb 10.19-20), também é necessário que ao estudar a palavra de Deus se acheguem com temor. Abrir a Escritura é, se corretamente analisado, fonte de bênção e, não corretamente prudente, fonte de ira e condenação. Certifique-se de que está estudando para glorificar a Deus acima de tudo e faça isso diligentemente. Lembre-se das palavras do apóstolo: "Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus" (Rm 11.22).
5. Estudar teologia não é sinônimo de erudição
Conta-se que o grande puritano John Owen (1616-1683), dizia ser desejoso de trocar suas habilidades pela sensibilidade com que o pobre latoeiro John Bunyan (1628-1688) possuía em tocar os corações [1]. Owen, embora fosse extremamente versado na Escritura, ocupando até mesmo um cargo notório na Universidade de Oxford, se sentia tocado pela maneira como Bunyan discorria pelas Escrituras, mostrando que o conhecimento acadêmico, embora muito importante e desejado, vem em segundo plano quando comparado com a piedade de coração, pois "a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir" (1Tm 4.8).
Ore para que o Eterno lhe traga, antes e acima de tudo, o coração desejoso de amar ao Senhor. Evidente que o conhecimento da Escritura inflama os corações dos cristãos, mas lembre-se do inimigo, "o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pe 5.8). A muitos o inimigo tem enganado, fornecendo falsa esperança de salvação, engrupindo o coração com sensação de que o mero saber se traduz em garantia de vida eterna.
6. Não creia que a teologia lhe servirá para sempre ter opinião contrária
Lembro-me da primeira vez que iniciei um seminário e tão logo me pus em uma confraternização com demais estudantes, desejei contrariar as pessoas o máximo de vezes possível. Pensava, em completa ignorância, que o sinônimo de conhecimento era sempre desafiar a opinião contrária - ledo, grasso e terrível engano.
Você precisará entender e talvez somente aprenderá após fraquejar algumas vezes, que "Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo" (Ec 7.5). Muitos serão os momentos nos quais você desejará se insurgir quanto à determinada matéria, mas tenha paciência e lembre-se da sincera e prudente admoestação: "cada um considere os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3). Não queria ser o tolo a cantar; seja prudente e ouça o sábio falar. Se não houver algum sábio, então se certifique de que suas palavras possuem amparo bíblico e forte base exegética, caso contrário você expressará o quão despreparado é e o quanto está enrilhado em filosofias e vãs sutilezas deste mundo (Cl 2.8).
7. Teologia implica, necessariamente, em mudança de vida
O apóstolo explicitou esta grande verdade: "sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). Vemos que a Bíblia não nos apresenta uma carta de intenções ou algum conjunto de bons indicativos quanto ao que deveríamos realizar. A Palavra é incisava em seu imperativo: "sede transformados pela renovação do vosso entendimento". Noutras palavras, a Escritura afirma que todo cristão é alguém transformado através do entendimento.
Todavia, tal transformação não concerne meramente à razão, ao intelecto, às faculdades mentais. No versículo anterior preceitua o versículo: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Rm 12.1). É fato que se impõe, portanto, os cristãos aprenderem a viver em "sacrifício vivo". O ideal que Paulo tem em mente diz respeito à maneira correta dos crentes viverem como "um só corpo em Cristo" (Rm 12.5).
Vigie atentamente para não cairmos no enredo do pecado, tendo somente seu entendimento mudado, mas continuando a praticar as mesmas devassidões de outrora.
8. Estudar teologia não significa facilidade no estudo
Verdadeiro é que, o "Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas" (Jo 14.26), mas isto não exclui a responsabilidade do árduo trabalho. Não pense o querido leitor que o Espírito Santo lhe sussurrará todo entendimento, ainda que o estudo seja displicente. O nobre apóstolo chegou a escrever para Timóteo: "Quando vieres, traze... os livros, principalmente os pergaminhos" (2Tm 4.13). Como Paulo lia livros, os estudava e andava com eles, faremos bem se perseguirmos este ideal.
9. Teologia envolve renúncia
Quando se estuda para uma prova, um curso ou novo emprego, frequentemente se tem de abdicar de certos passatempos e vontades pessoais. De forma muito semelhante será o estudo teológico. Fortes dúvidas abaterão sua alma e esteja avisado de que é melhor a sanar primeiro, para depois partir para outros afazeres.
Cito-me novamente, quando ouvi pela primeira vez sobre o livre arbítrio e sua falácia. Aprendi sobre a soberania de Deus e que Ele está sob o controle de todas as Suas criaturas - isto me levou, por um fim de semana inteiro, a pensar somente nisto. Fiquei completamente desesperado por não saber mais o que fazer, pois pensava que o Senhor apenas "observava" Suas criaturas, e não que as controlasse. Por fim, comecei a achar alento nas palavras: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13).
Caso você, homem, venha a ser um pregador do evangelho ou um professor de escola bíblica, certifique-se de ter tempo suficiente para estudar e preparar sermões e aulas. Atente para a instrução: "Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar" (Lc 14.28-30).
10. Teologia sem oração é exercício vão
Costuma-se dizer que muitos cristãos entram no seminário cheio de amor a Deus e vazios de conhecimento; saem, porém, cheios de conhecimento e vazios de amor a Deus. Por que isto acontece? Acaso poderíamos imputar a culpa ao conhecimento, como se ele fosse antagônico ao Senhor? Certamente não. O motivo de muitos estudantes estarem - supostamente - cheios de conhecimento e vazios de Deus, é porque este conhecimento não foi acompanhado de constante oração. Não é sem motivo que preceitua a Escritura: "Orai sem cessar" (1Ts 5.17).
Muitas vezes o estudante percebe que vem fazendo bom progresso no conhecimento e tende, infelizmente, a menosprezar o tempo a sós com Deus. Pensa que somente ler e escrever artigos, ter um blog e publicar textos interessantes, seja suficiente.
O Senhor prometeu abençoar e responder a oração dos justos (Tg 5.16); faríamos bem se lembrássemos disto.
Nota:
[1] http://www.reformationtheology.com/2008/04/john_owen_john_bunyan.php (acessado dia 05.05.2013 às 23:50).
Excelente !
ResponderExcluirMuito boom , parabéns , e valeu pela ajuda. Que Deus te abençoe . Abraços
ResponderExcluirQueria aprender sobre teologia
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