quinta-feira, 12 de março de 2020

Relato dos 21km na JaraguáSky!



Gosto de escrever pelo prazer próprio e porque posso, talvez, influenciar alguém positivamente. Por isso o relato abaixo.

Em novembro escrevi sobre minha corrida de trilha e montanha na Ultra Trail Celebration. Você pode ler o relato aqui

Também já escrevi sobre três corridas que participei e que me marcaram: Maratona de 42km por praias e trilhas (2014)23km na Ultra Trail Rota das Águas (2016) e minha tentativa de 50km da Ultra Trail Ribeirão das Pedras (2016). Também já comentei sobre o exercício físico e seus benefícios mentais.

E hoje é dia de falar da JaraguáSky Marathon! Que corrida, amigos!

Pra quem não conhece, este tipo de corrida é chamado de "trail running" ou "corrida de trilha". Porém mais do que sair do asfalto, alguém em algum dia (provavelmente ocioso), resolveu começar a correr em trilhas pelas montanhas - ferrou geral.

Vamos lá. Primeiramente, o percurso da prova. A prova largava no pavilhão de eventos em Jaraguá do Sul e encarava todo este trecho pelas montanas:



Na inscrição constava: Dificuldade - alta. E confesso que não dei bola, porque achei que estava preparado. "Achei", do verbo "cheguei lá e vi que não estava".

A altimetria da prova:




A gente sempre procura estar condicionado para o que vem pela frente, mas o que veio me surpreendeu. Aqui neste maravilhoso vídeo, você pode ver o pico do terceiro morro em que estivemos. É tão alto que o pessoal salta de parapente!

Já de imediato, meus elogios ao pessoal da Ultra Trail Eventos e da TRC Brasil, que como sempre fizeram um ótimo evento. Boa estrutura para os atletas e aquela animação característica das provas!

Disse em outros relatos aqui e repito: corro pra me vencer. Escolho distâncias e lugares que eu simplesmente acho que são desafiadores. E assim foi com na JaraguáSky: 5h e 15min de alegrias e batalhas.


Nas provas que participo, um ciclo sempre se repete: euforia na largada, reflexões de toda sorte pelo caminho e sentimento de conquista na chegada. É sempre assim.

Larguei com meu colega Bruno Wanke e fomos juntos até perto do quilômetro 9, após passar por duas subidas fortes, porém "ok". Até ali o corpo respondia bem e inocentemente achei que se até ali estava legal, o resta estava "ok". Logo percebi que fui juvenil...

Nessa foto do Luis Villar, você pode ter uma ideia de como eram diversas subidas. Sim, meu amigo, era só na base da corda.


Peguei uma do Fábio Holler também, mostrando a subida em mata quase fechada.


Para não dizer que não corri ali, uma minha também: 


A paulera foi grande. Sofri muito. Diversas vezes pensei em desistir - mas do que adiantaria? Desistir de uma prova no meio do mato? Quem iria me resgatar? O jeito era prosseguir.

Ao final da terceira subida (o morro das antenas), cheguei simplesmente moído e fiz questão de fazer a "cara que mais retratasse o estado do corpo" - acho que consegui.


Porém, como é comum após um longo esforço e muita batalha mental, a vitória acaba valendo a pena: 


Apesar do sofrimento, a vista lá de cima era incrível (uma pena estar tão quebrado e não ter curtido ela):

Após as 3 subidas, sabia que teria mais 6 quilômetros de descida (que viraram quase 9, porque a prova acabou com praticamente 24km). E se engana quem pensa que só porque desce é fácil. Como se costuma dizer, "a subida cansa e a descida machuca". Com as pernas em frangalhos, andar foi quase a única opção.

E após mais de uma hora descendo, alternado entre caminhada e corrida nos quilômetros finais, finalmente a glória de ter chego e vencido:


A alegria no rosto não representa o sentimento e as dores do corpo, mas expressa a felicidade de ter vencido a mim mesmo mais uma vez. A medalha não é nada, senão a materialização de todo o esforço e foco necessários.


Obrigado, Ultra Trail Eventos e TRC Brasil! 

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