quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Investimos na Imposição e não na Educação

Texto por
Filipe Luiz C. Machado
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Em meio a muitos avanços e novas tecnologias, urge-se a claríssima necessidade de revermos nosso conceito de educação em meio a sociedade. Necessário é analisarmos para onde estamos caminhando e que futuros pais, filhos, empresários e empregados estamos formando. Estaríamos formando uma geração da educação ou da imposição?

É com grande pesar que assistimos a degradação contínua da sociedade pós-moderna. Uma sociedade que caminha baseada num superficialismo travestido de pseudo-filosofia profunda. Imaginamos ser verdade que porque a cada novo amanhecer nos dão novos pareceres sobre a ciência, política, matemática, religião e tantas outras coisas que nos cercam e que isto estaria nos levando a largos passos para uma comunidade racional e inteligente, que sequer percebemos a total fantasia que vivemos. Passa-nos desapercebido o fato de que a cada dia temos nos tornado mais superficiais e sem valor algum! É espantoso olharmos para a realidade monstruosa que nos cerca! Você já notou?

Outrora dava-se deveras importância a matérias como Filosofia, Ciências Sociais e Religião na grade curricular educacional. Mas o que fazem hoje? Substituíram quase toda forma de incentivo ao raciocínio criativo, por métodos, fórmulas e dogmas invioláveis! Dizem-nos que não podemos questionar certos princípios pois afinal... sempre foi assim. Quão acéfalos são estes supostos "professores" e "mestres"!

Não estimula-se mais o cidadão à leitura e ao pensamento crítico; pelo contrário, estimula-o constantemente a apegar-se a novos produtos, fórmulas e métodos já previamente "testados" e "comprovados". Não questiona-se mais o porquê das coisas, o porquê de termos de trabalhar tanto tempo durante a semana e apenas sobrar-nos apenas 2 dias para descansar e analisar a vida ou até mesmo o porquê de não fazermos nada enquanto a sociedade trilha seu caminho rumo ao desfiladeiro da ignorância.

Somos uma geração acostumada com o "Fast-Food", "Tele-Entrega", "Macarrão Instantâneo" e tantas outras coisas que de certa forma facilitam e muito nosso dia-a-dia e convivência social. Porém, importante é salientarmos que tais coisas geram uma cultura viciada na instantaneidade e torna-a extremamente propícia para a imposição de suposto conhecimento. A impressão que nos passam é de que sempre precisamos de verdades encaixotadas e prontas para impormos aos outros. Salienta-se, porém, que mau algum há em se ter verdades prontas, desde que estas sejam previamente submetidas ao crivo da indagação, investigação e sejam aplicadas de forma válidal.

Nossas creches, escolas, universidades, igrejas e seminários precisam urgentemente repensar suas maneiras de ensino e transmissão de conhecimento. A degradação sociológica, ontológica, filosófica e religiosa que presenciamos, é de extrema periculosidade para com nossa geração e para com àquelas que estão por vir. Caso a sociedade não se foque no prisma da real educação, continuaremos marchando rumo à verdades prontas e à imposição.

Que Deus nos abençoe!

2 comentários:

  1. Caramba, essa oração não vem de você:
    "É com grande pesar que assistimos a degradação contínua da sociedade pós-moderna. Uma sociedade que caminha baseada num superficialismo travestido de pseudo-filosofia profunda."
    Bela reflexão. O pior é que essa era dos relativos tomados como regra em detrimento dos absolutos; aliada a um conhecimento e racionalidade espúrios - têm feito uma geração que "sabe sem ter razão". Não existiu uma geração mais ignorante (por não saber), ou burra (por saber e não aplicar) que a presente geração. Nem a era das trevas, ou os tempos pré-históricos nos deram tanto "intelectuais" de botequim, com padrões de pensamento pré-fabricados e irracionais. Mesmo quando os ataques poderiam ter algum valor(como nos casos de excessos ou burrices da religião - mesmo a cristã); os homens perdem o foco, e demonstram sua inimizade para com Deus - atacando-O, ou o julgando como farinha do mesmo saco de professos cristãos acéfalos.
    Triste, pois demonstra convincentemente que o título de seu post foi muito bem elaborado: investe-se em uma imposição "racional" ou ateísta; ou ainda do evangelicalismo instantâneo, esquecendo-se da educação - onde um pensamento crítico poderia fazer o indivíduo decidir dentro de sua (pequena) liberdade o que deve crer e aceitar.
    Não tenho problemas com um ateu ou um neopentecostal - desde que suas convicções (mesmo erradas) venham de estudos de seus próprios defensores. Mas o que vemos é um estilo piramidal e fabricado - totalmente pré-concebido e preconceituoso, onde se erra por copiar sem analisar.
    Abraço Filipe.
    Deus o abençoe - e parabéns pelo tema e desenvolvimento...

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  2. Filipe, é com entusiasmada alegria que leio teu texto. Feliz de poder perceber que tenho em aula interlocutores (e não alunos) com sensibilidade acurada nos olhos, esses que deveriam ver a totalidade da vida, com ou sem luz.

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