A questão quanto à maneira correta de crer confunde a muitos e ocupa toda a preocupação deles, sem falar das questões demasiadamente maiores quanto à pessoa e obra Daquele que é o objeto de sua crença. Assim, os seus pensamentos correm na direção de uma autojustificação e ficam ocupados, não com o que Cristo fez, mas com o que eles ainda têm de fazer para continuarem ligados à Sua obra.
O que deveríamos dizer a um israelita que, ao trazer seu cordeiro ao tabernáculo, ficasse confuso com questões como o modo correto de colocar as mãos sobre a cabeça da vítima e se recusasse a receber qualquer conforto por esse sacrifício, porque não tem certeza se ele havia colocado as mãos sobre ele corretamente - no lugar certo, na direção certa, com a pressão adequada ou com a melhor atitude? Não deveríamos dizer a ele que suas próprias ações em relação ao cordeiro não faziam parte do cordeiro, embora ele estivesse se expressando como se elas fizessem? Não deveríamos lhe dizer que o cordeiro era tudo, e que o seu toque não significa coisa alguma em relação à virtude ou mérito ou recomendação? Não deveríamos lhe dizer para ter bom ânimo; não porque ele pôs as mãos sobre a vítima da maneira mais aceitável, mas porque ele havia tocado a vítima, embora o tivesse feito de modo leve e imperfeito, e dito: Que este cordeiro tome o meu lugar, responda por mim e morra por mim? O toque no cordeiro não tinha virtude alguma em si mesmo, e, portanto, a excelência do ato não deveria ser questionado de maneira nenhuma, pois ela simplesmente insinuava o desejo que o homem tinha de que esse sacrifício fosse tomado em seu lugar, como o meio designado por Deus para ter o perdão; era simplesmente a indicação de seu consentimento quanto à maneira de Deus salvá-lo, substituindo-o por outro. A questão que ele tinha de resolver não era: "O meu toque foi certo ou errado, leve ou forte?", mas sim: "Esse foi o toque no cordeiro certo - do cordeiro designado por Deus para remover o pecado?"
A qualidade ou a quantidade de fé não é a questão principal para o pecador. O que ele precisa saber é que Jesus morreu e foi sepultado, e ressuscitou, segundo as Escrituras. Esse conhecimento é a vida eterna.
- por Horatius Bonar (1808-1889)
Fonte: A Justiça Eterna - Como o homem será justo diante de Deus? Ed. Fiel, págs. 32-33.
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