quinta-feira, 2 de maio de 2013

Confissões de uma mulher que não gostava de teologia



Alguns anos atrás, estávamos sentados em nossa sala de estar quando confessei a um outro casal reformado: “Eu não gosto de teologia”. Nós guardamos um minuto de silêncio constrangedor em honra à minha ignorância.

Recentemente, refleti sobre esse momento enquanto sentava-me numa conferência entusiasticamente reformada. Quando eu digo “entusiasticamente reformada”, estou falando daquele tipo de zelo que se encontra no aluno de primeiro semestre de seminário que acabou de descobrir as doutrinas da graça e não consegue falar de outra coisa. Ele consegue encaixar TULIP em uma variedade impressionante de situações, desde uma discussão sobre textos bíblicos até uma visita ao museu de artes.

Enquanto eu cresço imensamente no meu entendimento sobre a importância da verdade bíblica, o persistente fato continua: o amor por teologia não veio naturalmente a mim. Foi um gosto adquirido.

Mas, por que você deveria se importar? Talvez eu já tenha perdido sua atenção em “Eu não gosto de teologia”. Contudo, estou convencida de que você deveria se importar, e aqui está o porquê: eu represento membros de sua igreja. Talvez um grande segmento, talvez um pequeno, mas eu garanto que eles estão lá. Com essa realidade em mente, gostaria de oferecer três insights de uma amante não natural da teologia.

1. Mesmo quando o aprendizado não vem naturalmente, podemos amar teologia e doutrina se elas vêm acompanhadas consistentemente de uma grande dose de delicadeza e de graça

Seja cuidadoso em não nos caracterizar como iletrados, ignorantes e idiotas que não leram a Bíblia. Eu entendo de onde essa percepção vem. Sim, entendo. Mas isso não é verdade para todos nós, e os amantes de teologia deveriam ser cuidadosos e gentis em suas abordagens. Devem nos ensinar, repreender e corrigir-nos de todas as formas. Mas, por favor, façam isso delicada e graciosamente. Considere o exemplo de Priscila e Áquila quando acharam Apolo cheio de zelo, porém, com problemas em seu conhecimento sobre Deus (Atos 18.18-28, cf. Rm 10.2, Pv 19.2). O texto nos fala que o casal levou-o para a casa deles e explicaram em maior totalidade o evangelho de Cristo (Atos 18.26). Gentil e graciosamente, Priscila e Áquila guiaram Apolo ao conhecimento da verdade.

2.Algumas vezes você terá que ligar os pontos para nós

Precisamos da sua ajuda. Mas esteja disposto em nos ajudar em humildade, sem se exasperar. Eu sou uma pensadora criativa e não-linear que geralmente absorve teologia mais efetivamente quando traço a aplicação relacionando-a com a doutrina. Eu entendo por que você despreza sermões cheios de aplicações mas “sem carne”. Mas você também precisa entender que a minha maneira de processar não é necessariamente inferior, é apenas diferente. Ligue os pontos, leve-me à verdade, e veja o fruto se desdobrar.

3. Não desista de nós

Ore e não desista de todo o pessoal orientado à criatividade e emoções em sua igreja. Um dia, a teologia que você valoriza atingirá nossos corações como a flecha de um cupido – e  nós seremos fisgados. Provavelmente, quando a vida nos der uma rasteira, precisaremos de ajuda para ligar aqueles pontos. E vamos entendê-los. Finalmente, iremos entendê-los. Deus realizará isso em nós – e talvez até mais rápido, à medida que você usa gentileza, conhecimento e graça para ministrar a nós. Ou, como o apóstolo falou, à medida que você trabalha “paciente, disciplinando com mansidão” (2Tm 2.24-25, cf. 2Tm 4.2).

- por Ashley Haupt
Fonte: iPródigo

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